quarta-feira, 9 de outubro de 2013

“Crônica de uma grande farsa” investiga político cotado para primeiro escalão em Brasília

Mitos, falácias e bobagens dominam grande parte do debate sobre o jornalismo atual. ‘A reportagem
acabou’, por exemplo, é uma das teses – vazias – mais comuns. Este livro prova exatamente o contrário. Crônica de uma grande farsa mostra a arquitetura de uma infâmia: a suposta compra de votos por parte de um sujeito inocente. José Maschio e Luiz Taques, longe das redações, mas nunca distantes do bom jornalismo e de sua atividade mais nobre, a reportagem, demonstram, passo a passo, como a farsa teria sido tramada e executada pelo estafe de um político que agora já estaria sendo cotado para ocupar o primeiro escalão do Governo Dilma na próxima reforma ministerial. O propósito desse político seria tirar um adversário do caminho. E conseguiu, porque a polícia deu o flagra no cara errado. De quebra, os dois jornalistas jogam luzes sobre investigações de lavagem de dinheiro e de enriquecimento ilícito que cercam tal autoridade e seus áulicos. O livro é trabalho de fôlego, resultado de apuração minuciosa, análise de documentos, leitura de processos e cruzamento de dados, tudo feito com o rigor profissional e ético que sempre pautou a trajetória dos autores. Sobre eles, mais um registro: Maschio e Taques passaram por grandes veículos, mas construíram suas carreiras e conquistaram prêmios a partir do que produziam no interior do Brasil. Ou seja: não é preciso estar em um grande centro e nem em uma redação para fazer jornalismo de qualidade e manter viva, sempre viva, a grande reportagem.

Por Dary Jr, jornalista.

Sobre os autores

José Maschio e Luiz Taques são jornalistas e residem no Norte do Paraná, respectivamente, nas cidades de Cambé e Londrina. José Maschio já atuou em televisão, jornais alternativos, e, de outubro de 1987 a dezembro de 2010, trabalhou como repórter da Folha de S. Paulo. Foi o primeiro repórter de um veículo nacional a noticiar as remessas ilegais, pela conta CC-5, que culminou na CPI do Banestado. Outras coberturas: massacre de sem-terra ocorrido no Governo FHC, em Corumbiara, no estado de Rondônia, e os conflitos civis que levaram à deposição do então presidente do Paraguai, Cubas Grau. É ganhador, com trabalho coletivo, pela Folha de S. Paulo, em 1994, de um prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, e, em 1986, igualmente com outro trabalho coletivo, só que pelo Jornal Sem-Terra, ganhou mais um prêmio Herzog.

Luiz Taques ganhou o prêmio Vladimir Herzog com reportagem sobre escravidão em carvoarias (1991), e, em 1990, foi premiado pela Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) com reportagem sobre tortura em delegacias de polícia. É autor de alguns livros de contos, como “Bebinho, Mamadinho e o velório de Bafo de Alho”, “O casamento vai acabar com o poeta” e “Madá”.

LANÇAMENTO
Lançamento: 18 de outubro de 2013
Horário: 19 horas.
Local: Biblioteca Municipal de Londrina (rua Rio de Janeiro, 413 – centro)

Um comentário:

  1. Certamente o livro será mais uma lição de como fazer bom jornalismo, além de trazer à luz mais um pedaço mal contado e subterrâneo de nossa história (do Brasil) real

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