terça-feira, 31 de março de 2015

Deputadas do Paraná no oba-oba palaciano da Dilmaadular

Cristiane Yared (PTN) e Leandre (PV), as duas deputadas federais paranaenses, que ainda não apresentaram um projeto que valha a pena na Câmara, têm tempo de sobra para adular a Dilma. Acho que elas acham que o povo do Paraná está contente com este governo, ou não sabem ler pesquisas; a economia do país está uma maravilha, a saúde está funcionando maravilhosamente, a educação do povo é de primeiro mundo. Se soubessem o significado da expressão "abraço de afogado" não estariam tão contentes quanto parecem. Uma foto dessas só faz perder eleitores, pois demonstra que as envolvidas preferem o oba-oba do poder em vez da defesa dos interesses do povo do Paraná. Cadê os pronunciamentos das ilustres parlamentares? -- Ganha um ovinho de chocolate quem apontar um único discurso em plenário dessas senhoras, que demonstre como estão sofrendo as donas de casa para equilibrar as contas diante da inflação; um único pronunciamento sobre a falta de leitos em UTI, sobre a falta de vagas em escolas e creches e contra a corrupção que está mergulhado este governo.   

sexta-feira, 27 de março de 2015

Corrupção mata


Um piloto no inferno

Tem gente que tem medo de chegar no inferno sozinha. Mas, precisava da companhia de mais 149 almas? E depois outra, quem disse que elas iriam acompanhar o piloto para o inferno?

"Oreia seca" na Câmara de Curitiba

O Ouvidor da Câmara de Curitiba antes mesmo de ser escolhido já tinha apelido: "Zé Oreia", ou "Oreia Seca", ou "Dumbo Surdo", ou "Oreiúdo Inútil".

Não dê a tramela!

Tramela é a prima vulgar da palavra taramela, peça de madeira que se usa para manter fechadas portas e janelas. Taramelar (verbo) significa falar muito. "Dar à taramela" também significa falar muito e não dar muito a outra coisa, seus mentes-sujas!

Menina Sal de Fruta

Era chamada de Sal de Fruta
Pois até na água fria
No amor, a danada fervia.

Imposto sobre o roubo do Petrolão

"Pecunia non olet" - dinheiro não tem cheiro - é uma expressão latina atribuída ao imperado Vespasiano, quando ele taxou a utilização dos banheiros públicos (Tito também a usou). Ou seja, mesmo originado na merda, o dinheiro não fede. Hoje, essa expressão se refere à cláusula tributária que estabelece que, para o fisco, pouco importa se os rendimentos tributáveis tiveram ou não fonte lícita ou moral. Ou seja, os caras que roubaram toda aquela grana do Petrolão também praticaram o crime de sonegação fiscal e vão ter que pagar imposto sobre o roubo (ainda bem que o dinheiro está lavado!). Outra curiosidade, "pecunia" vem de "pecus", gado, que foi "moeda" em tempos remotos e ainda é.

terça-feira, 24 de março de 2015

Redução da maioridade penal, um erro. Político corrupto na cadeia, um acerto

Não gosto de passar a mão na cabeça de bandido. Mas, é mister que saibamos quem é o bandido. Por isso acredito ser totalmente inoportuna, neste momento em que o país está mergulhado em corrupção, com os verdadeiros bandidos soltos, a discussão no Parlamento da redução da maioridade penal.

Nunca escondi que passei oito anos trancado em orfanato e escola correcional para menores por ter cometido o terrível crime de não ter pai nem mãe e por isso, considero-me doutor na causa dos órfãos e outros fodidos da vida. Tentar resolver o problema da criminalidade amontoando crianças e adolescentes em cadeia de nada adianta. Primeiro temos que arrumar o Brasil, colocar os verdadeiros bandidos na penitenciária, esses caras que roubam o dinheiro público que deveria ir para a Saúde, Educação e programas de geração de emprego e renda. Dinheiro que tanto faz falta aos que precisam, os quais têm suas famílias desfeitas por razões econômicas e abandonam seus filhos ao deus dará.

Neste grave momento em que os políticos procuram, desesperadamente, desviar a atenção do povo sobre o roubo por eles praticado, rogo aos cidadãos de bem, os que defendem a redução da maioridade penal, um exame de consciência. Não carreguem pelo resto da vida a culpa de ter condenado em vez de ter educado, matado em vez de ter preservado a vida, feito a injustiça, iludidos ao tentar fazer a justiça. Vejam quem são os bandidos e condenem os verdadeiros bandidos.

E aqui deixo alguns relatos do que aconteceu comigo e outras pessoas, suavizados pelas letras e que foram bem mais dantescos do que está descrito. (Capítulos I e III do livro Meninos da Granja).


Capítulo I -- (Os internos eram distribuídos no prédio do orfanato em quatro companhias como no quartel, conforme a idade).


Um dia de pancadas e pavor



Já o verme – este operário das ruínas –
Que o sangue podre das carnificinas,
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los (...).
Augusto dos Anjos 



Desconfie do homem que diz controlar o destino, o próprio e pior, o dos outros. Das duas, uma: ou ele é um idiota, ou é um deus. Nesta vida, pensei ter topado com alguns desses santos homens, porém, posso garantir que eles jamais habitaram o Olimpo, ou andam por aí guarnecido por anjos barrocos e rechonchudos. O destino não tem donos. Existe apenas e artífices lhe servem, sendo por ele moldados, usados, gastos e esquecidos na noite do tempo, tão incompreensível quanto ele mesmo.

Estrada velha que liga Curitiba ao Norte do Paraná, 1975. Quando contava com não mais do que uma dúzia de anos, tive esta empírica certeza de que nossos caminhos são preparados por estranhos operários, quase sempre desconhecidos, pagos por patrões mais desconhecidos ainda. Isso se deu quando eu estava algemado e sacudia numa jaula adaptada a um carro de polícia. Sentia meu corpo, contra minha vontade, lançado de lado a lado, a bater na lata do velho automóvel, que percorria um caminho cheio de pedregulhos, buracos e curvas intermináveis.


Naquele final de tarde, a luz dentro da jaula se escasseava. Ao longe, por onde conseguia ver, uma nuvem de poeira marcava a trajetória das minhas dúvidas e apreensões. Estava deitado, tentei levantar algumas vezes, mas os braços algemados por trás das costas doíam e tornavam meus esforços inúteis. Um homem que tem seus braços imobilizados, deitado se sente como uma barata tombada de costas, totalmente inútil.

Finalmente o carro parou. Os policiais — esses estranhos operários da lei, quase sempre à margem dela — desceram com uns papéis e entregaram para não sei quem. Não lembro seus rostos, roupas que vestiam, nada. Estava aliviado e isto era o bastante para aquele momento. Logo que senti minhas mãos livres, cocei com enorme prazer a cabeça. Meus cabelos estavam repletos de piolhos e filhotes de outros insetos menos nobres, lembranças vivas e vorazes do cárcere recente.

Um dos policiais entregou-me a outra muda de roupa num pacote envolto por jornal e barbante. Somada aos meus trajes, o resultado dava a dimensão de tudo que eu pudera juntar em minha curta jornada.

Logo, a viatura voltou pelo mesmo caminho tortuoso que a trouxera ali.

Ainda a me coçar, verifiquei que estava no meio de um grande pátio. Em minha direção caminhavam um branco gorducho e um negro muito alto. O gordo segurou no meu braço e me conduziu para uma casa onde se lia sobre a porta “Diretoria”. Lá, uma senhora, de uns cinqüenta anos, polaca das bochechas rosadas — dessas que serviriam de personagem para fazer propaganda de geléia na TV — recebeu meus papéis. Sem olhar para mim, perguntou:

“Sem família?”.

Fiquei calado.

“Pode levar”, disse a senhora, que depois descobri ser uma estranha operária da assistência social dedicada aos órfãos e aos que aparecem na retórica dos políticos como sendo os menos favorecidos pela sorte — ou seja, aos fodidos da vida.

O gordo pegou novamente meu braço e me arrastou até o pavilhão central que, pelas grades no portão de entrada, senti que seria meu novo lar. Antes, ao atravessarmos o pátio, pude ver outros meninos que brincavam de bola em torno de um grande pinheiro enfeitado com luzes natalinas.

Chegamos ao banheiro. O gordo me mandou tirar a roupa, enquanto o negro trancava a porta. Aquela sala de banho recebia uma fina coluna de luz vinda da janela, toda molhada, exalava uma fedentina indescritível. Do lado dos chuveiros, alinhadas e com suas portinhas amarelas, as latrinas estavam atulhadas de merda. No começo, tentei segurar a respiração, aquele ar podre ardia nos meus pulmões. Tive que respirar — eis a maior danação humana: respirar. Comecei a tirar a camisa e levei de pronto um safanão do gordo que pedia pressa. Sem opção, coloquei meu pacote no chão e fui me desfazendo das roupas imundas e não menos fedidas do que as latrinas. Ao descalçar os sapatos cometi um grave erro. Deixei cair algumas moedas no chão. Rápido, tentei escondê-las. Mas o negro as viu. Eram trocados que mal dariam para comprar meia-dúzia de cigarros baratos. Enquanto o negro apanhava o dinheiro, o gordo tirou o cinto e misturou ao meu couro e sangue todos os seus recalques. E como ele era recalcado, meu Deus!

Apanhei muito. O cinto era de lona, na época usado por soldados do Exército, e tinha a ponta guarnecida por metais. Escorreguei e rolei naquele chão nojento, coberto por gosmas, úmido, ouvindo os palavrões do gorducho. As pancadas eram distribuídas “cientificamente” pelo meu corpo. Pegavam firme, soltando a carne dos ossos, em vergões desenhados pelo acaso em estranhas pinceladas abstratas. As piores eram as que atingiam a cabeça e a virilha. O bater é uma das mais antigas artes, sempre renovado em novas metodologias, sendo assim, consome energia criadora até mesmo das bestas. Ofegante, o gordo se cansou. O negro se aproximou e pisou no meu pescoço. O cara não tinha um pé e sim uma prancha dentro daquele sapato com sola de pneu. O que seria dessa arte do terror sem que seus estudiosos não se alternassem na administração de doses homeopáticas de maldades?

“Aqui, os internos não podem ter dinheiro. Não podem ter nada!”, gritava o negro, a guardar as míseras moedas no bolso da calça.

Não sei como, mas no momento seguinte o cara já me segurava pelo pescoço.

“Entendeu?”, vociferou o negro banguela.

De imediato, acertou-me um soco no estômago e me empurrou para baixo da fria água do chuveiro. Não me lembro se chorava, talvez gritasse, sem entender a gratuidade das atitudes daqueles operários da violência. Soluçava. Pânico... Era isso, eu era puro pânico.

Após a surra e o banho, não me enxuguei. Com cheiro de cachorro molhado, fiquei por algum tempo parado, encolhido e tremendo. O gordo supunha que eu o estava encarando. De fato, estava. Creio que nem mesmo quando minha cansada alma for amparada por Caronte, após termos remado no último dos rios, hei de esquecer a cara daqueles dois filhos da puta.

Com um soco na cabeça, o gorducho me fez olhar para o chão.

“É assim que os internos andam aqui dentro, olhando para o chão e com os braços para trás”, ensinou.

Diante de convincente didática, o melhor foi obedecer. Outra virtude da miséria é nos tirar o orgulho sem nos deixar quaisquer resquícios de dignidade.

Segurando o pacote e minhas roupas contra o peito, olhando fixo para o chão, fui conduzido nu pelo pátio a outro pavilhão que servia de lavanderia. Estava frio. Os outros meninos pelos quais cruzava mantinham-se indiferentes. Mais um apenas.

Recebi um calção azul que me serviria de cueca, um macacão marrom de brim forrado de remendos e uma camisa cinza de algodão grosseiro.

(Recentemente tive um acesso de riso incontrolável numa loja muito fina e famosa. Na vitrine vi uma camisa exposta, exatamente igual a dos nossos antigos uniformes, o mesmo tecido cinza anunciando desconforto, o mesmo corte sem imaginação. Depois de 30 anos e de ter vestido os filhos da miséria, acreditem, a maldita havia virado moda! A balconista sem saber a razão do riso até riu comigo. Depois, como eu não conseguia controlar-me, ela ficou me olhando com ar de desconfiança, por certo me julgava louco — Sim, bela e gentil senhorita, bem guardadas no fundo do peito estão todas as razões do mundo para requerer vaga de Napoleão em qualquer hospício!).


Dos trajes antigos só fiquei com as meias e os sapatos herdados de um morto que nem conheci. Até mesmo a muda de roupa limpa, que estava no embrulho, herança de outro defunto, foi “confiscada” pelo gordo — talvez pensando encontrar ali mais moedas.

Passei depois pelo almoxarifado. Recebi de um homem manco, com a boca meio torta e de olhar triste, um pedaço de sabão, escova de dente, tubo de creme dental e uma toalha com a textura de lixa. Objetos de valia, mas que se tornaram um grande problema. Como portá-los, se no uniforme não havia bolsos? Mantive-os na mão.

Na seqüência, perdi todo meu cabelo na barbearia. O barbeiro de sotaque carregado, provavelmente cearense, vermelho, tinha um medonho bafo de cachaça. O corte não demorou mais do que alguns minutos. Veja que sorte: dei graças ao ter ficado com minhas orelhas. Muito bem, com os cabelos também dei adeus aos piolhos.

Normalmente, após cortarem o cabelo, os barbeiros costumam salpicar talco na cabeça de seus fregueses. Recebi minha dose de talco, um veneno para insetos nauseante e que ardia em contato com as feridas da minha novíssima careca e irritava-me os olhos. Tornei ao pavilhão. No segundo andar, fui guiado para um grande quarto que tinha por sobre a porta a inscrição “4ª Cia”. Num canto, outros meninos, já rapazes na sua maioria, se apertavam em frente à TV. Ao fundo, seis longas fileiras de camas. Mais ao fundo ainda, uma fila de armários. Atrás deles, uns vinte beliches.

“Você dorme ali”, disse-me o gordo, apontando a parte de cima do último beliche e dando meia-volta.

Subi no beliche e escondi sob o travesseiro encardido, desenhado com marcas de baba e sangue, a escova, creme dental, toalha e o sabão. O cheiro da cama se fazia insuportável. Provavelmente, ela havia recebido o mesmo talco do barbeiro. Ao pé havia um cobertor marrom e furado, apelidado de corta-febre, um verdadeiro trapo, que me acompanharia por longos invernos.

Fiquei ali por algum tempo. Deitado, tentava organizar as idéias. Não sentia fome, apenas um grande vazio no estômago; havia mais de quatro dias que não comia nada. Um ovo cozido fora minha última refeição. Incrível como nos acostumamos com a fome. A miséria tem a virtude de nos libertar dos apegos materiais, de nossos pequenos vícios, inclusive o de comer.

Impossível dormir. Meu corpo estava todo doído, a boca seca. Aproveitei a luz acesa para um pequeno balanço de minha situação física. O ombro e o joelho estavam inchados e meus punhos roxos e cortados. Levantei e fui ao banheiro. Urinei. Ardia e a urina saiu misturada a sangue. Tinha sede. Abri a torneira, lavei o rosto, a careca e bebi uma grande quantidade de água. O cheiro de merda continuava insuportável e vomitei de imediato tudo que havia bebido. Como a sede ficara maior, tornei a tomar água e desta vez não a vomitei. A miséria, em seu último estágio, faz-se acompanhar de supremas virtudes, como a de nos misturar com a imundice e fazer-nos indiferentes ao lixo e excrementos.

Tornei ao dormitório e resolvi me juntar aos outros meninos. Eles continuavam reunidos em torno do aparelho de televisão e nem deram bola para a minha chegada. Com o estômago roncando, procurei não falar. Havia aprendido que em ambientes desconhecidos é mister ver, ouvir, ficar calado. Observei que os piás mais próximos da TV, sentados em bancos de madeira, trajavam uniformes diferentes. Camisas de algodão xadrez e calças de brim. Mais afastado, esparramado no chão, estava um pequeno grupo com uniforme igual ao meu, os “fujões”, como fiquei sabendo mais tarde. Juntei-me a ele.

O fedor de chulé cozinhava minhas narinas. Na tela, em preto e branco, o Papa Paulo VI proferia um sermão. Não dava para ouvir nada do que o Papa estava dizendo, todos conversavam. Naquele lugar, o Papa falando ou uma vaca cagando daria no mesmo. O silêncio só se fez quando começou o filme estrelado por Audie Murphy. Uma fita de guerra, dessas em que as balas do fuzil do mocinho jamais acabam.

Estava me distraindo. Às 10 horas, as luzes se apagaram e a TV foi desligada. Na porta, o gordo nos mandava dormir. — Bosta, o mocinho sobreviveria ao duro combate?

Sem reclamarem, os piás com uniformes diferentes foram para suas camas individuais. Enquanto os fujões caminhavam para trás dos armários. Escalei com dificuldades o meu beliche. Ajeitei-me o melhor possível para não atiçar as dores que aumentavam conforme eu sentia as ripas de madeira do estrado perpendiculares às costelas.

Na parte inferior do beliche deitou-se um menininho, com cara de índio. Ele não deveria ter mais de dez anos de idade. Daquela hora em diante conversa nenhuma se ouvia. Somente ao longe, dava para escutar o foguetório comemorando o Natal que se anunciava.

Fiquei muito tempo passeando da vigília para o sono. Não sentia fome. Não sentia cheiros. No meio da noite, entre um pesadelo e outro, entre um susto e outro, pensei vislumbrar vultos com cobertores escondendo suas cabeças e se aproximando da cama logo abaixo da minha. Ouvi pedidos velados de silêncio, ameaças de porrada, breves gemidos e voltei a dormir.



Capítulo III

Os louquinhos



Sentei-me
num claro de tempo.
Era um remanso
de silêncio,
de um branco silêncio,
anel formidável
onde os luzeiros
se chocavam com os doze 
flutuantes números negros.
F. G. Lorca



Formamos pela manhã. Eu continuava mal. Tivera hemorragia, perdera muito sangue. Felizmente, numa rara demonstração de sensibilidade, Fausto, talvez por ter sofrido tanto pelo mesmo motivo, já que era desdentado, retomou sua alma ao diabo e tirou-me da fila do trabalho. Esse ato de misericórdia, quase fez com que eu esquecesse da surra covarde do primeiro dia e o roubo de minhas moedas. Eis o encanto de satã ao conquistar o ignorante: guardá-lo no vazio do não se saber. E quem não sabe de si, não sabe do mundo, nada pensa; sem ser demente, faz as coisas e não se dá conta do bem ou mal que está realizando.

Enquanto o restante dos internos trabalhava, os louquinhos e os inválidos ficavam soltos no pátio, a perambular de um lado para o outro, ou sentados, às vezes mudos, às vezes falando barbaridades desconexas. Sentei-me à sombra de um jasmineiro. De lá foi possível observar um por um dos penados esquecidos por Deus e seus prestimosos auxiliares.

Zé Coqueiro, um autista, corpo de faquir indiano, de cócoras justificava o seu apelido. Sorrindo o doce sorriso dos alienados, o Zé desenhava numa rapidez incrível coqueiros com as pontas dos dedos na terra fofa. Terminado o coqueiro, ele o apagava imediatamente e num ato contínuo, outro coqueiro desenhava; milhares de vezes, infinitas vezes.

O autista abandonado pela família deveria ter uns 15 anos e nunca recebera uma visita. Zé, porque não possuía registro civil. Coqueiro, sua assinatura para o mundo. Nem mesmo a assistente social desconfiava qual seria o seu nome verdadeiro. Um dia ele deve ter aparecido ali, transportado igual a um porco num carro de polícia ou ambulância, sem defesas e comunicação, como quase todos os louquinhos que estavam “estocados” naquele armazém de alienados.

Albino e com feridas na pele, chegou-se para perto de minha árvore o Treme-treme, menino da cabeça quadrada e olhos miúdos. Frank, como também era chamado, sofria de algo que eu nunca tinha visto. Involuntariamente, os seus músculos descontrolados o faziam tremer todo.

“A...me...a...meu...”, balbuciava o infeliz e não passava disso, porque os músculos de sua face repuxavam e seu corpo tremia. Depois sorria e voltava a tremer, molhando-se com a própria urina e lambuzando-se com a merda que escorriam pelas pernas.

Novo na escola, Pingüim era entrevado. Com os pés virados para dentro, ele andava passinho por passinho. Não falava, apenas ria (o riso é a única propriedade dos loucos), exibindo restos de comida nos seus dentes acavalados.

“Punheteiro”, gritava um interno que passava.

“Filho da puta”, respondia aos berros o Sorvete, demente solitário que se escondia por detrás das árvores. Ali estava a única expressão possível de se ouvir da boca do pobre diabo. De resto, creio que Sorvete não sabia falar mais nada.

Com a cara cheia de espinhas e uma touca encardida listrada de verde e branco enfiada na cabeça, Sorvete colecionava figuras de mulher, dessas de revista, e se masturbava o dia inteiro; não incomodava ninguém, posto que não era tarado nem pederasta. O seu barato, punheta, nada mais.

Badu, um negrão retardado muito alto e forte, posava de defensor do Sorvete, assim como de todos os louquinhos. Bastava mexer com um deles e a resposta vinha na hora: um tijolo ou pedra sibilava por nossas orelhas, sem direção, pegasse em quem pegasse e a vingança estava feita. Por sorte, naquele dia, o tijolo não atingiu ninguém.

Mesmo entre os louquinhos tínhamos líderes. Os goiabas mais antigos e com, digamos, alguma “inteligência” mandavam nos mais novos. Badu e Joaquim Maia estavam nessa condição e recebiam tratamento diferenciado dos outros louquinhos e até mesmo dos funcionários. Para se ter uma idéia do nível mental dos dois, basta saber que eles ficavam muito tempo no portão da escola num jogo absurdo. Joaquim Maia, de costas para a rua e para os carros que passavam, gritava o nome de uma cor:

“Verde!”.

“Vermelho!”, adivinhava o velho Badu.

O carro que passara não era verde nem vermelho, tinha outra cor qualquer! O interessante ainda é que este jogo de malucos não havia pontuação nem ganhadores. Depois de horas jogando, os dois simplesmente iam embora. Não sabiam contar.

Joaquim Maia tinha uns 30 anos, barrigudo e quase anão, sofria de epilepsia, com cardápio variado de ataques, que ia desde o convencional até uma grande corrida que terminava no alto de alguma árvore. Pensei que o louco exagerava e fingia, mas um dia ele teve dois ataques seguidos. Correu, trepou num pinheiro alto e lá em cima começou a se estrebuchar. Caiu, sangue para todo lado e fraturas expostas.

Esses eram os loucos permanentes, os da casa. Às vezes apareciam novos, surgidos sabe deus donde. Os marmanjos urinavam e cagavam na cama. Fediam por falta de banho.

Os aleijados, vítimas da paralisia infantil, viviam com os loucos. Os “motoqueiros”, assim chamados pelo uso das muletas, revelavam quase sempre a mesma história. No princípio, tratados pela família e parentes. Depois internados em hospitais e mais tarde abandonados no orfanato.

Não obstante suas deficiências, os motoqueiros demonstravam-se muito unidos e procuravam desenvolver atividades e propunham a si mesmos desafios. Assim, muito antes do Poder Público esboçar qualquer projeto de esportes para deficientes, eles se reuniam e disputavam jogos de futebol. As muletas de madeira se chocavam com violência e os que tinham apenas uma perna, envolta pelo metal dos aparelhos, arriscavam chutes na bola de meia ou borracha. Jogávamos com eles e os tratávamos como iguais, inclusive no trabalho e até mesmo quando o assunto era porrada. Eles brigavam entre si e com os outros internos. Desse costume, só posso dizer que uma muletada no pé do ouvido dói bastante.


Em número reduzido, existiam também os totalmente inválidos, praticamente paraplégicos. Braulino, um deles, mais velho do que os outros, usava óculos modelo fundo de garrafa. Como só tinha movimento nos braços, uma armação de ferro sustentava-o. Duro, andava de muletas e demorava horas para vencer alguns metros. Não tomava banho e cheirava mal. Também, como se livrar daquele esqueleto esquisito? Sem o que fazer, ele vivia sentado no jardim, e com o nariz encostado na Bíblia pregava absurdos apocalípticos, misturando apóstolos aos profetas e emendando textos para dar maior drama ao que falava.

Não faz muito tempo vi o Braulino, cabelos brancos, esmolando nas ruas de Curitiba. Vivia por certo seu próprio apocalipse e de mãos estendidas esperava o final do mundo que, segundo ele, terminaria numa infernal fogueira.

Tentei várias vezes fazer uma escala de intensidades para o abandono. Tenho muita prática nesta praga que nos sufoca o espírito. Qual deles seria o pior e qual deles seria o menos grave? Inútil qualquer resposta. O abandono é isso: abandono. E a escala se faz no coração do abandonado e na consciência atormentada de quem abandona. Ao analisar minha história e de centenas de meninos que viriam a conviver comigo, conclui que as famílias, os pais ou responsáveis legais, ao abandonarem seus filhos podem ser guiados a mais das vezes por três motivos básicos: o econômico, desajustes familiares e preconceitos sociais. Esses motivos não raro aparecem juntos. Veja bem, eu parto de observações puramente empíricas que me chegaram aos sentidos, sem a ciência dos números e estatística, desprezando as variáveis psicológicas, que por elas mesmas dariam um grande tratado para um pesquisador que esteja disposto a executá-lo. Eis aí uma sugestão de nome para a dissertação: “Tratado do abandono, perfil sócio-psicológico das crianças abandonadas e seus progenitores”. Legal, né?!

Os mais comuns de serem encontrados num orfanato são os abandonados por motivo econômico combinado com o desajuste familiar. É o pai e a mãe que não têm como sustentar os seus, por falta de trabalho ou renda, além de uma grande dose de ignorância provocada pela baixa escolaridade. Na falta de recursos econômicos, os laços que unem o frágil núcleo familiar simplesmente são rompidos, seja pela fome, seja pela miséria, depressão ou loucura decorrentes. Imediatamente, os membros dessa família são empurrados para a marginalidade, delinqüência, alcoolismo, drogas e agressões mútuas. O próximo passo é a desagregação familiar. Os adultos, quando não presos ou mortos, somem pelo mundo, deixando sua prole ao deus dará. Veja, caro leitor, que aqui falo da família comum, com papéis bem definidos de pai e mãe. Mas o mesmo se repete, e de forma mais dramática, em proles sustentadas apenas por um desses atores.

Nos desajustes familiares também incluo as causas naturais como a morte ou doença dos provedores e ausência de parentes e amigos da família para a adoção. Mas esses são casos raros nos orfanatos, se comparados aos anteriores. Dos internos que conheci, poucos se diziam realmente órfãos.

Por último, temos o preconceito social. É a mãe solteira que por motivos “morais”, religiosos, ignorância — a própria, dos seus pais ou companheiro — insiste na gravidez e é obrigada a abandonar a coisa que se fez em seu útero. É a gravidez indesejada de mulheres adolescentes ou das que caíram na vida. É o patrão que dormiu com a funcionária, amante ou empregada e para amenizar o escândalo força a mãe a entregar seu bebê para instituições de caridade.

Assim, creio, que é muito difícil de se saber qual dos abandonos é o menos cruel. Todos têm um grande grau de crueldade que culmina numa culpa tremenda naquele que abandona e um enorme complexo de rejeição no abandonado.

Felizes eram aqueles alienados que não tinham consciência de suas condições. Pobres aleijados que se sabiam punidos duas vezes pelo terrível crime de terem nascido.

Naquele tempo brutal, sempre ao final do dia, como já era costume, ônibus despejavam levas de meninos na escola. Não eram fujões e sim órfãos vindos de outras instituições, geralmente religiosas, que haviam completado a idade de 10 ou 12 anos. Prudentes e pudicas, as freiras só cuidavam de seus órfãos masculinos até o início da adolescência. Por certo, evitavam assim o apego demasiado e outros pecados menores.


No internato, esses meninos tinham singular comportamento. Dóceis, raramente desobedeciam, acostumados que estavam com a orfandade. Eles se tratavam como irmãos, posto que se conheciam desde o berço. Dispensados do rito de iniciação, logo esses guris estavam o uniforme da 1ª Cia e brincavam descontraídos misturados aos outros no pátio.

Mais tarde fiz amizade com alguns deles que atendiam por apelidos numerais. Assim tínhamos o “Trinta” e o “Vinte Oito”, números pelos quais foram identificados nos antigos orfanatos. Os dois, um Manoel e o outro Manuel, sentaram praça na Marinha de Guerra ao deixarem Campo Comprido, isso muitos anos depois.

O Trinta contava que não conhecera a família. Desde nenê no orfanato das freiras, entrava seguidamente na fila de adoção. Negro, sempre preterido. Os casais que por lá costumavam procurar “filhos” davam preferência aos brancos e loirinhos. Dizem que o marinheiro morreu em serviço ao tentar salvar pessoas que se afogavam no rio Paraná. Não duvido, ingênuo, perverso às vezes, possuía grande alma.

Antes do jantar, os funcionários fizeram os arranjos para dar equilíbrio às companhias. A terceira e quarta contavam um número reduzido de alunos, com muitas camas vazias, ao passo que as outras duas companhias estavam lotadas com os novos que não paravam de chegar. Muitos foram promovidos.

As vagas na terceira e quarta companhias apareciam porque os que completavam 18 anos deixavam a escola. Esse processo demonstrava-se tão doloroso e incerto quanto o de entrada no orfanato. Todos os anos formavam-se dezenas de sapateiros, alfaiates, gráficos e padeiros, com um nível de escolaridade muito baixo. As assistentes sociais arrumavam-lhes emprego. Ainda na condição de internos, esses rapazes ficavam por ali por mais três meses até juntarem algum dinheiro. Depois eram encaminhados para uma modesta pensão particular, com direito a simplório enxoval: lençóis, fronha, duas camisas e uma calça.

Desamparados, recebendo salários miseráveis, solitários, desajustados e extasiados com a repentina liberdade, os egressos do orfanato praticavam besteiras. Perdiam o emprego, roubavam e acabavam presos em menos de um ano. Poucos eram os que realmente encontravam um novo caminho na vida. Acompanhávamos as notícias que vinham lá de fora e ficávamos inseguros quanto ao nosso futuro, se é que assim poderia ser chamada aquela desgraça anunciada.

Não é à toa que alguns internos tentavam não deixar o internato, mentindo a idade e fingindo insanidade mental, caso do João Louco, que todo mundo desconfiava que não era louco porra nenhuma, mas vivia entre eles. Tínhamos vários alunos em condições semelhantes. Velhos, alguns com mais de 30 anos, que procuravam em si alguma utilidade para o sistema montado na escola. Os “peixes” da direção realmente eram úteis. Funcionavam como amortecedores entre o peso da ira dos funcionários e a nossa fragilidade, assumindo funções de monitores ou até mesmo de servidores contratados. Três deles eram muito antigos na escola, com direito a salários e moradias especiais.

Valtinho morava próximo à horta com a família, mulher e dois filhos. Magro e pequenino, contava uns 55 anos de idade e ainda jogava muito bem futebol, um craque. Ele dedicava-se aos serviços gerais, encanamentos, reformas, etc. Nas horas vagas, cuidava de pequena horta e de seu galo de briga, que um dia roubamos e cozinhamos com abóbora (ficou um horror, a carne dura dispersa numa gosma aguada doce e amarela; fome ignora os olhos, e comemos tudo). Ele nunca descobriu quem foi, mas garanto que caso isso ocorresse sua vingança seria medonha, dado o apego de Valtinho ao bicho.

Zelas, o zelador, contemporâneo de Valtinho quando esteve internado, sofria de epilepsia. Morava num cubículo imundo do lado da 4ª Cia. O material de limpeza que estava sob sua guarda se misturava a roupas e pertences embolados por sobre a cama repleta de manchinhas de sangue das pulgas esmagadas. Contrariando o nome e a função, Zelas não zelava por nada, já que os imundos banheiros teoricamente estavam por sua conta e pelo estoque de desinfetantes, pastas vassouras e sabões em seu quarto, via-se que o problema de higiene na escola não era a falta de produtos de limpeza, era preguiça mesmo. Vivia batendo papo, defendendo posições absurdas em discussões vazias com alunos e outros funcionários. Contava-se que fora noivo e que abandonou a idéia de casamento depois que descobriu que a noiva era fã do Tarcísio Meira. Numa noite ao visitar sua futura senhora, ele foi solenemente ignorado até o término do capítulo da novela. Nunca mais voltou. Sorte da moça.

Venâncio, o homem manco, com a boca meio torta, exercia a função de almoxarife. Quieto, realmente triste, morava num quartinho isolado. Escravo de doenças, logo após minha chegada morreu. Acompanhamos o enterro. Naquele dia de chuva, o caixão simples desceu à cova sem choros e lamentações. Parente algum deixou na tumba suas lágrimas. Viveu órfão, morreu órfão.

O Brasil dividido



O Brasil está dividido entre os que têm conta na Suíça e os que têm conta nas Casas Bahia.



segunda-feira, 23 de março de 2015

Vamos lá e último gole

Em Guará, interior de São Paulo, tem um motel chamado "Vamos lá". Não precisa nem desenhar! Já em Jacarezinho (PR), tem um bar chamado "Último gole". O brasileiro é um publicitário nato!

Como reconhecer um parlamentar medíocre

Constata-se em Brasília: a todo deputado ou senador medíocre cabe a um gabinete medíocre. O contrário, em pequena quantidade, também é verdade. Estou convencido de que nossa capital foi construída longe de tudo para o brasileiro comum não testemunhar o ridículo do poder.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Minha Benção

Abençoado seja aquele
que no governo acredita,
ou é um cretino, ou toma
da mesma água na bica.

terça-feira, 17 de março de 2015

Dona Corrupta, a velha senhora

Ó velha senhora dona Corrupta,
Que os políticos acompanha,
Diga a esses velhacos senhores
Que na cadeia eles viram fruta!

Dizer-se humilde já revela por si só a soberba

A humildade é uma virtude. E qualidades morais não se fabricam, são inatas. Humildade repentina transforma-se rapidamente em soberba, que é o estado natural de quem finge humildade. -- Em outras palavras, quem nunca foi humilde, jamais conseguirá sê-lo, mesmo com o apoio de marqueteiros e atestado do papa.

Troco ações da Petrobrás





Troco ações da Petrobrás por ações de fábricas de panelas.

Reforma política feita por corruptos é piada

Os marqueteiros do Planalto conseguiram a façanha de requentar para Dilma o discurso de seus ministros, que já era ruim e que ficou pior ainda. Onde já se viu um Congresso corrupto e bichado fazer uma reforma política decente?! Um pacote anticorrupção feito por suspeitos de corrupção?

segunda-feira, 16 de março de 2015

Internauta isola militantes nas redes sociais

Campanha que está tomando corpo nas redes sociais para o isolamento do PT
Creio que o pessoal da sociologia, o não dependente das bolsas do governo, é claro, já deve estar estudando esse fenômeno da ausência de partidos nas manifestações deste domingo. É um verdadeiro nó nos conceitos acadêmicos de partidos como condutores e artífices da representatividade política. Pelo que parece, estão todos descolados da realidade, e cada legenda passou atuar única e exclusivamente pela defesa cartorial de seus interesses, inclusive pela sobrevivência pura e simples da legenda.
Outro ponto de estudo, agora para analistas das Redes Sociais, também no campo da sociologia, é o total isolamento a que foram submetidos os militantes partidários na rede, sobremodo os defensores do governo. Vistos como mercenários, são facilmente identificados pela defesa raivosa de princípios que ofendem a lógica, quando não a inteligência do cibernauta. 
Esse isolamento tende a ser maior ainda, inclusive com campanhas nas redes sociais para que se deixem esses militantes falando sozinho, tal é o grau de antipatia que alcançam, como se fossem retratos-reflexos da impopularidade do governo que fazem a propaganda 
Isolados, falam para eles mesmos, fazem blogs para consumo próprio, curtem e comentam entre si apenas, e não passam mensagem alguma para o público externo, a não ser a de intolerantes e, muitas vezes, semi-analfabetos, pela inabilidade que têm com a língua portuguesa. São a verdadeira imagem alegórica da cobra engolindo o próprio rabo, como sonhou Kekulé, ao imaginar o anel benzênico da química.
Ora, se o objetivo era difundir ideias e promover o debate das ideias do partido, esses militantes falharam. Em vez de serem algo de positivo para o governo, acabaram por enterrar mais ainda os ideários do governo. Talvez, tenhamos aqui, como matéria de estudo, o primeiro caso de como militantes não devem atuar nas redes sociais. Se quiserem continuar, é melhor que parem, analisem e comecem tudo de novo, caso contrário, estarão condenados ao isolamento eterno na rede, o que é uma quase morte em vida neste nosso tempo cibernético.


Zumbi Penitente

Na madrugada fria que cheirava morte
Um triste zumbi cruzou meu caminho
Caminhava lento, esquelético e franzino
Com seus 70 anos pesando no lombo

Tinha o coração cansado, quase parado
Num respirar difícil a pedir em súplicas
Dos céus um pouco de ar emprestado:

"Aonde vais, penado penitente?", perguntei

E um fio de voz se formou naquela boca seca
E me respondeu em susto desdentado:

"Vou marcar consulta para minha alma
"Na Unidade de Saúde do Céu, caminheiro
"Vou ver se lá doutro lado sou tratado
"Porque cansei de esperar nesta Terra
"O respeito que até cachorro merece."

As obras das maracutaias

Já fui um crente. Em outros tempos, olhava para uma escola ou hospital sendo construídos e ficava contente. Hoje, descreio e somente penso nas maracutaias que estão por trás das obras, quem realmente está ganhando com o roubo embutido nos projetos e seus super-faturamentos.

Político, ladrão e ofendido

A política brasileira é piada desde que foi inventada. Aqui, o cidadão chama certo político de ladrão e o sujeito fica bravo, esperneia, ameaça processo; porque na na cabeça desse político, ele está cumprindo, patrioticamente, com sua obrigação e dever de esfolar o povo.

Não quero

Não quero um mundo cão
Quero sim, um mundo são.

Nunca coloque dois patetas na mesma coletiva

Aula de hoje para alunos de primeiro ano de Comunicação: como assessores de imprensa, JAMAIS convoquem uma entrevista coletiva com dois entrevistados para o mesmo assunto, principalmente, se os dois não têm nada de novo para falar nem inteligência para argumentação coordenada.

domingo, 15 de março de 2015

Democracia não se faz com dinheiro roubado

Não há legitimidade em eleição ganha com dinheiro público roubado. A honestidade é regra num processo democrático. Sem se observar essa regra, não se faz democracia, se faz associação de quadrilhas para assaltar o poder.

15 de Março

E da mais calma brisa se fez a tempestade
E da mais fraca fagulha se fez o incêndio
E de nossas roucas vozes se fez o grito
Esta é a nossa Pátria! Viva a liberdade!!!

sábado, 14 de março de 2015

Iguaçu

Não sei se é lenda, se é verdade
Nunca lá estive se não fosse por pensamento
Mas dizem que o Nilo vai ao mar
 Em sete desembocaduras

Conheço apenas o rio de minha aldeia
Um rio triste, quase morto em seu nascedouro
E que não dá no mar
O meu rio é apenas suicídio em sua foz

Verdade, meu rio acaba-se em quedas
Começa feio e termina bonito
Um grande final para quem só faz carregar lágrimas
Da gente que nele obra
Da gente que nele vê um grande córrego de lixo
Da gente que nele faz a piscina dos esgotos

Meu rio alcança o grande Paraná
Como pálido defunto perfumado
E dá urros ao quedar-se verdadeiramente morto
Diante de pasmados turistas
Para assim maravilhar
Este mundo que já se veste de trapos.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Branca é a Rosa dos Ventos

Ó minha América, Latina América
Nem bem te curam uma cicatriz em teu coração
E fazem outra e mais outra e mais outra

Ó ditadores, ó tiranos, ó farsantes, ó sanguinários
Deitados nos berços populistas da fantasia

¿Se sois bons, por que censurais?
¿Se sois populares, por que torturais?
¿Se quereis o bem, por que fazeis o mal?
¿Se sois generosos, por que o porrete?
¿Se sois honestos, por que tanto roubo?
¿Se sois homens, por que vos fazeis animais?
¿Se sois homens, por que matais?

Mas, cuidai, tiranos! Cuidai com os novos ventos
Há um vento que vem do revolto Pacífico
E outro que sopra nervoso do Atlântico
Um se chama Justiça e o outro Verdade
Os dois hão de se encontrar
E de vossos terríveis crimes contra o povo
Esses ventos cobrarão vida por vida
Sofrimento por sofrimento, ato por ato
Atentai, ó sanguinários farsantes
Branca é a paz, branca é a Rosa dos Ventos.

Deputados do Paraná receberam grana da Lava-jato

Matéria hoje na Gazeta do Povo mostra que 25 dos 54 deputados estaduais paranaenses receberam doações das empresas citadas na Lava-Jato. Tudo intermediado pelos mesmos suspeitos de sempre: deputados federais Nelson Meurer (PP) e Dilceu Sperafico (PP) e a senadora Gleisi Hoffmann (PT), num valor apurado que se aproxima de um milhão de reais.

quinta-feira, 12 de março de 2015

A múmia de Lênin corre por Moscou

Cada vez que um comissionado defende sua boquinha no governo, estufando o peito dizendo que é de "esquerda", a múmia de Lênin sai correndo do seu mausoléu em Moscou. Mas como corre esse Lênin, hein!

Não há santos no Petrolão

Não há santos no inferno nem honra entre bandidos quando se trata de salvar o próprio couro. O que estamos vendo no Petrolão, são delatores patifes entregando outros patifes bandoleiros. A escória da humanidade aprimorada em requintada nequícia, em total ausência de ética e moral.

quarta-feira, 11 de março de 2015

As revoluções do moderno Partido Cibernético

Atônitos, políticos do mundo inteiro, inclusive no Brasil, perguntam-se o que está acontecendo com as antigas estruturas de controle social que davam sustentação a seus ideários e caprichos. O que aconteceu com a capacidade dos partidos, instituições governamentais, ongs e centrais sindicais no domínio das massas? Por que, hoje, a opinião pública parece tão volúvel e as pessoas não se enquadram mais nas orientações de comandos hierarquizados dessas velhas estruturas, que pareciam funcionar tão bem e de repente se viram reféns dessas massas, as quais já não obedecem os preceitos da hierarquia verticalizada e parte para uma nova estrutura horizontalizada - e aparentemente caótica-anárquica - que não aceita mais o pão industrializado e uniformizado da informação pré-mastigada, ao preferi-lo feito com as próprias mãos e integral? O que foi a Primavera Árabe, o que está sendo essa série de movimentos contestadores aqui e mundo afora, excludentes a partidos e outros mecanismos de controle de pensamento e ações políticas?
A resposta (ou respostas) não é simples, em função da quantidade de variáveis inerentes a esses novos fenômenos. Mas, ao se comparar o novo e o velho estilos de vida, a maioria das pessoas vai encontrar no bolso, no escritório, ou na sala de casa, as grandes pistas para boa parte das respostas: computadores e dispositivos móveis - como os celulares -, enfim, máquinas eletrônicas, que elevaram a capacidade da comunicação humana a patamares impensáveis há meio-século apenas e determinaram o nascimento da moderna, porém ainda incompreendida ciência, a Cibernética, que agrega essas novas formas de convivência entre o homem e a máquina, entre a produção da informação e o processamento da informação, sempre em velocidade exponencial. Portanto, guardem esse ano, 1943 e o mês, fevereiro, pois é a partir desta data que os futuros historiadores marcarão o início da gestação de uma nova era para a humanidade, quando da criação do Electronic Numerical Integrator Analyzer and Computer (Computador integrador numérico eletrônico - Eniac), nosso primeiro  computador digital-eletrônico com a possibilidade de ser produzido em escala.
Mulheres operando o Eniac nos EUA
É lógico que, a partir daí, temos outras datas importantes determinando eventos que influenciam nossa vida moderna. Como, por exemplo, a criação dos computadores pessoais, por meio do desenvolvimento de programas, antecedidos por válvulas eletrônicas, transístores, circuítos integrados etc. Por último, a concepção da internet - que faz interligação dos computadores num sistema global de compartilhamento de informações - desenvolvida a partir da década de 1960 e disponível ao uso geral na década de 1990. Mas, precisamos do início e vamos marcar 1943, como o ano da causa primária de todos esses fenômenos sociais.
Uma vez definida a causa, vamos aos efeitos. No final dos anos 1970, ainda na Escola Técnica Federal em Curitiba, hoje CEFET, conseguimos, e longe das salas de aula, montar um pequeno computador que fazia contas elementares e respondia perguntas previamente programadas. Na realidade uma chatice, em que não víamos muita utilidade. E o problema era esse, utilidade. Em 1982, começamos a ver utilidade na "coisa", quando desenvolvíamos programas na linguagem Fortran, em cartão perfurado, para resolver equações matemáticas no antigo computador da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O mesmo se deu ao engrossarmos as fileiras do Exército Brasileiro, quando uma simples - e absurdamente cara - calculadora Texas nos permitia fazer cálculos de artilharia sem consulta às velhas tábuas de logaritmos e trigonometria.
Entretanto foi somente depois da segunda metade da década de 1990 que a verdadeira utilidade daquilo tudo se revelou: a comunicação instantânea, por meio do ICQ (acrônimo de I Seek You - Eu procuro você), programa de comunicação pai e mãe das redes sociais que hoje utilizamos. Deste momento em diante, nada mais seria como antes (e não é!). A informação acabava de ser globalizada e com uma característica muito especial, à velocidade dos elétrons, que é a mesma da luz.
Perdoe-nos por essa digressão, mas ela foi necessária no sentido de explicar, embora superficialmente, que estamos justamente neste ponto da Cibernética: com o intervalo de tempo entre a produção da informação e seu consumo tendendo a zero, ao mesmo tempo em que as velhas estruturas de controle social tentam, desesperadamente, a passo de cágado, controlar pelo menos parte do novo processo.
É evidente que, para entender o momento, e ter respostas para as indagações iniciais, há de se estudar com carinho o significado do "tempo zero" nesse processo global de comunicação de massa. E pelo que parece, os artífices das velhas estruturas não entenderam ainda como tudo funciona e como se faz para controlar o que já nasceu sem controle e nunca terá controle, pois esse sempre foi o espírito das redes sociais, a anarquia caótica que se organiza por si só, em velocidade que deixa atônitos os que achavam que possuíam mando sobre a liberdade de pensamento das pessoas ou grupos de pessoas.
Resta aos antigos controladores do pensamento, a nefasta corrida para tentar recuperar o poder perdido e para tal introduzem métodos de inserção nas redes que têm se demonstrado inócuos e até mesmo risíveis, como os chamados "sociais-mídia"- na forma mais afrescalhada, "social media" - ou os agentes "moderadores e controladores", os "mercenários cibernéticos remunerados", para vigiar cibernautas e dar respostas em conformidade com o antigo e caduco status quo estabelecido, porém sempre questionado. Gente a soldo que sempre vai estar aquém da eficiência, pois respostas exigem tempo de elaboração e difusão, e, como disse, o tempo nesses novos fenômenos de comunicação tende a zero. Responde-se, portanto, ao que já é velho na rede e, imediatamente, tem-se que se elaborar respostas ao novo que surge - é o Paradoxo de Aquiles na prática, que cria a ilusão do atleta alcançando a tartaruga numa corrida hipotética, incompreensível dentro dos parâmetros das superadas matemática e física pré-newtonianas, que desconheciam o cálculo infinitesimal.
E aqui vão dicas (grátis) para minimizar esse problema das antigas estruturas de controle social: como fonte primária, melhorar a comunicação, de tal sorte, que a mensagem saia quase sem ruídos; e difundir essa mensagem aos formadores de opinião não-remunerados identificados dentro da rede. Mais não digo, pois pensar e escrever custam meu tempo (perdi 40 minutos escrevendo isso!) e não vou ficar aqui dando milho para bode. Além disso, também faço parte deste virtual Partido Cibernético, livre, caótico e divinamente anárquico. Os problemas estão postos, se virem!  
(Fernando Nandé). 

terça-feira, 10 de março de 2015

TV Câmara foge do depoimento de Barusco

A TV Câmara provou hoje que também é dirigida pelos burocratas da notícia. As atenções do Brasil inteiro estão no depoimento do Barusco na CPI da Petrobras, e tudo é interrompido para a transmissão de uma sessão esvaziada no plenário da Casa. Ou não querem mostrar a roubalheira praticada por seus membros, ou são ruins de serviço! Resta-nos como a opção a internet, mas para quem tem acesso à internet! 

Panela vira símbolo dos protestos do dia 15

Movendo-se como um elefante na cristaleira, desastrado em respostas infelizes, o governo conseguiu dar um símbolo aos protestos convocados para o dia 15 - na realidade, em linguagem de Comunicação e Marketing: ícone, marca. Desde Collor e seu inglório apelo para que o povo usasse camisa amarelas para apoiá-lo nas ruas e que deu errado -- todo mundo usou preto -- político esperto aprendeu que não se deve provocar ou desafiar a inteligência do povo. Ao tentar minimizar o panelaço de domingo, classificando-o de "fracasso", o governo arranjou sarna para se coçar. Na internet, as convocações para o dia 15 pedem que se leve panelas para a rua.

Erro de comunicação faz governo perder a Classe Média

Na marquetagem pilantra, usa-se do artifício de carimbar a testa dos adversários com adjetivos depreciativos. Funciona por um tempo e se o político for esperto, ele incorpora, com humor e cara-de-pau, o carimbo que lhe foi dado: tipo o companheiro Maluf, sempre acusado de corrupto, no seu "rouba, mas faz".
Não funciona muito bem quando a coisa se estende a grupos, daí o efeito geralmente é infausto. Carimbar a Classe Média de "elite branca ou burguesa", além de expor o ódio a ela em suposta discussão filosófica, só fez irritar os setores médios da sociedade, que obviamente não se enquadram no carimbo. Em vez do governo agregar apoio, ele construiu uma barreira de comunicação com essa Classe, que repudia qualquer mensagem que venha do Planalto. o efeito é psicológico, quando você ataca parte do grupo, o grupo inteiro se volta contra você.
Saber disso é elementar e primário quando se vive em ambientes gregários, no entanto parece que os marqueteiros da presidente nunca estiveram num campo de futebol, ou na terceira série brigaram com alunos da quarta série, por ofensas a algum coleguinha. Grupos precisam de causas de luta e os marqueteiros deram essa causa para a Classe Média não confiar no governo, simplesmente por dizer o que achava dela.  

Fruet é recordista de impopularidade em Curitiba

A Gazeta do Povo informa que a desaprovação a Fruet subiu 15 pontos porcentuais: de 50% para 65%. Além disso, apenas 6% acham que sua gestão está sendo melhor do que o esperado no momento da eleição – enquanto 58% estão decepcionados com a prefeitura. E olha que o prefeito torrou R$ 13,5 milhões em propaganda o ano passado. Ou ele é muito ruim mesmo, ou a propaganda é inócua. Nem o macaco-prego do Passeio Público aprova sua gestão. 

segunda-feira, 9 de março de 2015

E se der chabu na recriação do Big Bang?

Não quero deixar ninguém preocupado mas, e se der chabu? -- Os cientistas pretendem recriar o Big Bang - evento que teria originado o Universo. Em Genebra, o Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern) irá religar o maior acelerador de partículas do mundo e, desta vez, com uma potência duas vezes superior àquela que foi utilizada para descobrir o Bóson de Higgs - a partícula elementar que dá massa a todas as outras -, um dos maiores feitos da história da física.

Marx e a Classe Média

Não estou me dirigindo nem mesmo aos que dizem ter entendido, mas aos que dizem que leram. Marx aponta a Classe Média como motora de qualquer insatisfação social. É essa classe que oscila como um pêndulo entre a burguesia e o proletariado e define qualquer processo revolucionário ou contra-revolucionário. No fundo, é a Economia que dita os rumos da Política, sendo a recíproca também verdadeira. Ao contrário das outras crises políticas, a economia brasileira ruma ao desastre, como as duas coisas são dependentes...

Com Saúde sem remédios, Curitiba torrou R$ 13 milhões na propaganda, em 2014

“Dava para uns 10 CMEIs”, disse Chicarelli
Mesmo faltando remédios e com vários problemas nas Unidades de Saúde de Curitiba, a Prefeitura informou à Câmara Municipal que pagou R$ 13.439.262,97 a três agências de publicidade no ano passado – Opus (R$ 4,6 mi), Master (R$ 4,5 mi) e CCZ (R$ 4,3 mi). Os dados constam em resposta encaminhada ao vereador Chicarelli (PSDC), que protocolou requerimento pedindo informações sobre gastos com publicidade realizados em 2014

No ofício, o Executivo detalha o valor de R$ 5.510.856,50 repassado a 15 emissoras de televisão. A TV Paranaense (RPCTV) recebeu a maior quantia – R$ 3.253.650,20. Outros canais de televisão aberta também foram contemplados – TV Independência (Record) com R$ 939.846,00, TV Bandeirantes com R$ 633.058,75, TV Iguaçu (SBT) com R$ 329.284,80. Canal 21 Rede Mercosul, CNT e a extinta ÓTV receberam quantias entre R$ 20 mil e R$ 152 mil.
O documento também lista valores destinados a canais de TV por assinatura, principalmente da Globosat: R$ 38.234,00 para a SporTV, R$ 13.650,00 para a GNT, R$ 11.700,00 para o VIVA, R$ 11.400,00 para a Warner, R$ 8.400,00 para a AXN e R$ 5.400,00 para a Sony. A Universal Channel recebeu R$ 19.500,00. A resposta também informa que, em 2014, não foi paga qualquer importância relativa a serviços publicitários para a empresa Clear Channell.

O vereador Chicarelli usou o horário do pequeno expediente durante a sessão desta segunda-feira (9) para informar os demais vereadores sobre o ofício da prefeitura. “As mesmas agências contratadas faziam o serviço nos anos anteriores. Somente a TV Paranaense recebeu R$ 3,2 milhões no ano todo. A verba, de R$ 13,4 milhões, poderia ter sido investida na construção de uns 10 CMEIs”, disse. Chico do Uberaba (PMN) completou: “Para que tanto dinheiro? Estão faltando creches, as escolas estão sem manutenção. É muito dinheiro”.

Drone para perseguir mosquito da dengue

Foi acatado pelo plenário da Câmara Municipal, nesta segunda-feira (9), requerimento de sugestão à Prefeitura de Curitiba, encaminhado pelo vereador Zé Maria (SD), para a adoção de drones no combate à dengue. A sugestão pontua a realização de mapeamento, vistoria e registro de imagens. "A cada voo, uma câmera acoplada ao drone mapeia pontos de difícil acesso para os agentes de saúde em busca de criadouros e de água parada", explica Zé Maria.

É a Economia, estúpidos!

“É a economia, estúpido!”, escreveu James Carville, o estrategista eleitoral de Bill Clinton, num cartaz pendurado na sede da campanha, em 1992. George H. Bush, o pai, disputava a reeleição cercado pela auréola do triunfo na primeira Guerra do Golfo, mas o país submergia na recessão. Clinton venceu, insistindo na tecla da economia.


Preguiça dos editores de TV destaca prédio da Justiça Federal

Não sei se falta de criatividade ou preguiça dos editores de TV, mas todos os brasileiros já sabem até o número exato das janelas do prédio da Justiça Federal em Curitiba. Ninguém aguenta mais ver a imagem da fachada do prédio em toda reportagem da Lava-jato. Deve ser o prédio mais filmado de toda a história do país, em todos os tempos!

Brasil perde Inezita Barroso

O site SB24HORAS da cidade de Americana foi o primeiro a anunciar o falecimento de Inezita Barroso. Como nenhum outro veículo confirmou a notícia, nem mesmo o hospital, por prudência achamos por bem retirar o post que tínhamos feito. Infelizmente, somente ontem é que confirmaram a morte dessa grande referência da cultura nacional. Perdemos uma grande brasileira.

Corruptos voltam a reclamar do hotel-cadeia

Se esses empresários corruptos soubessem mesmo o que é cadeia neste Brasil, não estariam reclamando de nada. Estão num hotel de luxo! Deveriam aproveitar o tempo para calcular o número de brasileiros que ficou sem atendimento médico, sem remédio e por isso morreram nas filas do SUS pelo dinheiro que lhes foi roubado. Continuo desejando a eles isso: o dobro do sofrimento que vejo nas manhãs frias de Curitiba de uma mãe desesperada na fila de uma Unidade de Saúde e que não consegue tratamento para seus filhos com dignidade e respeito. Veja reportagem da Gazeta do Povo...

8 de Março

Na natureza
Tudo vive a seu tempo
E sem pedir licença
Para existir tal como é.

No Universo,
Em sua imensidão
Tremenda,
Tudo vive
Em liberdade.

Feliz é a mulher
Do nosso tempo
Que em todo 8 de Março,
Sem pedir licença,
Faz soprar o antigo
Vento da esperança
Sobre a humanidade
Ao lembrar que todos merecem
Respeito, amor e dignidade.

Dia da mulher - Carta Capital pede homenagens feinhas

Carta Capital: "Dia da mulher não é homenagem bonitinha". Então tá, beócios da estética, hoje só homenagens feinhas que desconsiderem o que a mulher tem, e bem superior ao homem, a poesia da alma.

sábado, 7 de março de 2015

Lava-jato chega ao setor elétrico

Tem pilantra que acha que escapou da listinha dos corruptos, mas quem tem juízo sabe que é apenas a primeira lista. Os empresários presos, que esperavam algum milagre, sabem agora que não tem milagre e resolveram abrir o bico de vez. É impossível a Lava-jato ficar restrita à Petrobrás. O setor elétrico é a bola da vez e daí, se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão!

O diretor-presidente da empreiteira Camargo Corrêa, Dalton Avancini, vai informar ao Judiciário que a empresa pagou cerca de R$ 102 milhões em propina para obter contratos de obras na Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Segundo Avancini, o valor foi dividido entre o PT e o PMDB, com cada um dos partidos abocanhando 1% do valor dos contratos.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Vereadora quer regulamentar "objeção de consciência"

A ideia não parece ruim, mas aqui vou solicitar a ajuda dos especialistas em Direito Constitucional, pois tenho dúvidas se esse projeto de lei pode ser implementado somente pelo município, antes mesmo de ter uma regulamentação federal ou estadual.

O projeto de iniciativa da vereadora Carla Pimentel (foto - PSC) pretende regulamentar o inciso VIII do artigo 5º da Constituição Federal que trata da chamada “objeção de consciência”. Trata-se de um conceito que pode ser entendido como a recusa de cumprir uma prescrição legal cujas consequências são consideradas pelo agente contrárias às suas próprias convicções ideológicas, morais ou religiosas. Carla entende que “as pessoas têm reservas pessoais sobre determinados assuntos e não podem ser obrigadas a agir contra sua consciência”.

O texto do referido inciso da constituição de 1988 estabelece que “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”.

Na prática, o texto do projeto autoriza a escusa por parte de um profissional em realizar certos serviços que contrariem suas convicções éticas, morais e religiosas. “Quando um profissional se recusa a prestar atendimento a determinada pessoa por questões de foro íntimo, esta não tem seu direito tolhido, uma vez que pode buscar outro profissional que preste o mesmo atendimento”, argumenta Carla.

Para a vereadora, faz-se necessária a previsão legal e expressa do instituto da objeção de consciência, que pode ser exercido de forma aliada ao princípio constitucional da legalidade o qual prescreve que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei".

O texto de justificativa lembra que “a essência ou natureza do ser humano sofre influência de valores morais, religiosos, culturais, filosóficos e éticos, entre outros. A dignidade do ser humano consiste em sua autonomia, que é a aptidão para formular as próprias regras de vida, ou seja, sua liberdade individual ou livre arbítrio”. Deste raciocínio, o texto induz que não seria lícito ao poder público impor aos cidadãos por força, medo ou quaisquer outros meios, que ajam contra os seus princípios morais e éticos, obrigando-os a realizar conduta contrária à sua consciência.

O texto também menciona abusos cometidos em nome da liberdade religiosa, sexual etc.. Para a autora do projeto, “os homens de hoje estão sujeitos a pressões de toda ordem e correm o perigo de se ver privados da própria determinação, por isso não devem ter violados sua consciência, seu foro íntimo, sua natureza e seus princípios morais, éticos, religiosos e filosóficos”. Ela lembrou também que a escusa de consciência é tema de um projeto de lei em trâmite na Câmara Federal (PL 6335/2009), de autoria do deputado federal Gonzaga Patriota (PSB/PB).

quinta-feira, 5 de março de 2015

A paúra que toma conta da imprensa brasileira

A imprensa brasileira vive antigo dilema, publica ou não publica tudo que está aparecendo nos bastidores que envolvem a tal lista dos políticos do Petrolão. A paúra parece ser a grave crise institucional que pode ser provocada no país por uma informação não oficial e que é amplamente divulgada nos corredores dos tribunais e toda Brasília. É a auto-censura do politicamente correto dos manuais de redação que provoca essa paúra. Como por exemplo, não incluir no noticiário televisivo o pedido de arquivamento dos processos contra Aécio e Dilma, conforme divulga amplamente a chamada imprensa escrita em suas manchetes.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Pastor da Iurd diz que Jean Wyllys só quer aparecer

Pastor da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), o vereador de Curitiba Valdemir Soares (PMDB) questionou afirmações do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) sobre o projeto Gladiadores do Altar. Ele disse que o parlamentar classificou o grupo “de forma imprudente, dizendo que seria hitleriano”. “Isso é um absurdo. Não basta o camarada ganhar o Big Brother para aparecer, tem que vir com essas declarações”, criticou.

terça-feira, 3 de março de 2015

Curitiba, a cidade dos escorpiões

Em pedido de informações à Prefeitura de Curitiba, o vereador Mauro Ignácio (PSB) questiona as medidas adotadas para “resolver o problema de infestação de escorpiões nos bairros Santa Felicidade e Botiatuvinha”. O parlamentar também indaga se houve visita de equipes especializadas, número de reclamações apresentadas à central 156 e picadas registradas pela Secretaria Municipal da Saúde em 2014 e nos dois primeiros meses de 2015. “Ressalta-se a existência de relatos de moradores que capturaram aproximadamente 20 escorpiões em um único dia”, justifica.
O escorpião que costuma pintar aqui no Paraná é o amarelo, que chegou por estas bandas escondido em mudanças. Ele prefere locais escuros, roupas e calçados, e tem entre suas vítimas crianças. Caso haja alguma picada, o paciente deve ser encaminhado com urgência para qualquer unidade de saúde. 

Esperando Janot.

É o nome do filme de suspense desta terça-feira.

O assessor do parlamento mudo

Chego para o assessor da deputada e pergunto: e o discurso, ela não vai fazer discurso no plenário? -- E o gênio me responde: "este ano não, ela tem que se acostumar primeiro com o ambiente"... Ora, alguém precisa explicar para o nobre assessor que a palavra parlamento significa lugar onde se fala, se discute e se diz a que veio.