quinta-feira, 30 de abril de 2015

Cachorro morde deputado e passa bem

Mesmo com toda tristeza provocada com o confronto entre professores e policiais em Curitiba, no dia de ontem, o povo não perde o bom humor. A piada que me contam é que o deputado deputado Rasca Rodrigues (PV), notório defensor dos animais e de tudo que é do gosto dos verdes, ao estouro do confronto, desceu correndo a rampa da Assembleia Legislativa e foi mordido na perna por um cachorro da PM. O animal e o deputado, no momento, estão bem.

A deputada miss que não leu Maquiavel

A deputada recém-eleita chega de Brasília e me diz: "fui considerada a deputada mais bonita da Câmara". Pois bem, nada disse, mas pensei: realmente, a mentira lustra egos naquela cidade! Agora só falta considerarem ela inteligente!

terça-feira, 28 de abril de 2015

Prefeitura de Curitiba não tem dados de fiscalizações de esgoto

O vereador Mauro Ignácio (PSB) reclamou, em plenário, da falta de dados estatísticos sobre a regularização das ligações clandestinas de esgoto em Curitiba. Ao responder um pedido de informações do vereador, a Prefeitura de Curitiba disse não possuir sistema eletrônico que cruze fiscalização, flagrantes, aplicação de multas e regularizações.

A fiscalização desse crime ambiental, explicou o parlamentar, é feita pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) e pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). No caso da SMMA, relatou Mauro Ignácio, não existem dados sobre quantas ações de fiscalização foram feitas, nem sobre quantas multas foram aplicadas e também não está disponível o número de regularizações decorrentes desse trabalho.

“Perguntada sobre quantas notificações a Sanepar informou ter encontrado, nos anos de 2013 e 2014, a secretaria disse que não tinha condições de indicar o número exato, mas que 'seguramente' foram mais de 10 mil comunicados”, disse Mauro Ignácio. O vereador pediu atenção das autoridades ao tema e pediu a intervenção do ouvidor na questão. “Precisamos tomar uma atitude para preservar os córregos e rios da cidade”, afirmou.

“Existem estimativas informais que falam em 40% das residências da capital sem ligação à rede de esgoto, utilizando fossas rudimentares ou despejando detritos diretamente no rio. Isso é muito sério, pois compromete a qualidade da água consumida pela população e aumenta o risco de doenças”, pontuou Mauro Ignácio. O vereador relatou que tem se reunido com grupos ligados à preservação do meio ambiente na tentativa de obter uma alternativa para o problema.

No documento enviado à Câmara Municipal pelo Executivo, a SMMA diz que as informações sobre o pagamento de multas decorrentes de ligações clandestinas de esgoto não ficam na secretaria - “e que diversos autos de infração que são lavrados acabam sendo inscritos na dívida ativa”. A secretaria lembra que, além de bloqueio da indicação fiscal e multa (que pode variar de R$ 90,57 a R$ 90,9 mil), outras sanções estão previstas na lei municipal 7.833/1997.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Prudentópolis, a capital do feijão politicamente incorreto

A cidade de Prudentópolis, no Sudeste, será a capital paranaense do Feijão Preto. É o que prevê o projeto de lei 310/2015 protocolado na última semana pela deputada Claudia Pereira (PSC) na Assembleia Legislativa. A proposta inclui o evento, que ocorre sempre na primeira metade de agosto, no Calendário Oficial de Eventos do Estado.

"O Paraná é muito rico em culturas e tradições que precisam ser incentivadas e preservadas", acredita Claudia Pereira. "Incluir a Festa Nacional do Feijão Preto de Prudentópolis no Calendário Oficial do Estado vai contribuir para o desenvolvimento social e econômico daquela importante região", completou a deputada.

A Festa Nacional do Feijão Preto teve sua primeira edição em 2010, próximo ao aniversário do município, que ocorre em 12 de agosto. A iniciativa busca divulgar os potenciais turístico e agrícola de Prudentópolis. Todos os anos, mais de 30 mil pessoas são atraídas pelo evento. O município, com mais de 80% de sua população descendente de imigrantes ucranianos, também se destaca por abrigar mais de 100 cachoeiras catalogadas, sendo que várias delas com mais de 100 metros de altura.

Prudentópolis tem ganhado importância gradativa no cenário turístico do Estado. A colonização ucraniana proporciona uma série de festas típicas e pela maior produção de cracóvia do Brasil. Além das maravilhas naturais, o município também é considerado a "Capital do Mel", por seu manancial na produção e comercialização do produto.

A misericórdia anda só

Quando criança observava atentamente os que chegavam na Santa Casa de Misericórdia de Maringá, morava perto. Os casais de velhinhos, geralmente sitiantes ou agricultores, passavam por mim e algum tempo depois, um deles retornava sozinho, exibindo triste e solitária fita preta costurada à mão no paletó ou vestido. 
Sim, o luto era uma fita preta. Agora, em frente ao Hospital das Clínicas, em Curitiba, vejo que quase todo mundo chega só, entra e desaparece. Em nosso tempo, a morte dispensa companhia. Ninguém ais leva a sério o "até que a morte os separe". 

Fumo na borceta

Certas palavras, em português, nascem nome da coisa porquanto deveriam ser geradas como qualidade da coisa. "Paralelepípedo" por exemplo, com sete sílabas já diz que a coisa é feia e pesada. Agora, a palavra "peteca" vem cheia de fofura e maciez, feita de leves plumas e esvoaçantes penas; palavra de alcova, para ser dita entre amantes e, portanto, não é à toa que é sinônimo informal da cuja - feminina e bela.

Outras há que já nascem condenadas pelos hipócritas iletrados por se assemelharem a nomes feios. A palavra "borceta" (ou boceta) é uma delas, talvez uma das mais injustiçadas de nossa língua, que nada mais é do que uma pequena bolsa feita para guardar fumo e que os falsos pudicos a evitam e se afrescalham ao designá-la apenas como "bolsinha de tabaco". Isso dito, não tropece em paralelepípedos linguísticos, pois peteca é uma coisa fofa e comestível dependendo do rijo fumo que você guarda na borceta.

domingo, 26 de abril de 2015

Tarzan e a Gazeta do Povo

"Bugio que fugiu do Passeio Público e matou uma pessoa era de propriedade do Tarzan". Agora compare: "Caminhão que atropelou artista plástico era de propriedade de dono da Gazeta do Povo". Ora, meu povo, está certo que muita gente não gosta desse jornal, mas estabelecer uma relação assim entre fatos é de uma lógica de parvos. Seria o mesmo que culpar o caminhão pela morte do atropelado e não o imprudente motorista que o conduzia. Menos... Menos, meu povo!

sábado, 25 de abril de 2015

Movimento Paraná contra a maioridade penal

Audiência Pública proposta pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da ALEP, no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná, no próximo dia 28, (Praça Nossa Sra. de Salete), às 9 horas. A Audiência é iniciativa da presidência da Comissão (Dep. Tadeu Veneri - PT) e do Movimento Paraná contra a Redução da Maioridade Penal.

Assembleia Legislativa do Paraná e a ética sem ética

Pelos critérios da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa, Fernandinho Beira-mar é um cidadão exemplar de ilibada reputação.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Som de "boy de vila" deve ser fiscalizado por guarda municipal

A Guarda Municipal de Curitiba e outras autoridades policiais podem vir a fiscalizar ocorrências de poluição sonora em logradouros públicos, bastando para isso assinarem convênio com a Secretária Municipal do Meio Ambiente (SMMA). A medida atualiza projeto do próprio vereador Chico do Uberaba (PMN), que tramita na Câmara Municipal há quase dois anos, e já está apto a ser votado em plenário.

Tropeiros chegam ao Pico Paraná

Os cavaleiros que participam da última etapa da Tropeada da Integração Transparaná chegam ao Pico Paraná, em Campina Grande do Sul, no final da tarde desta sexta-feira (24). O grupo, que está percorrendo a cavalo o Estado de ponta a ponta, partiu de Foz do Iguaçu e deve chegar domingo (26) ao Porto de Antonina, no litoral.
O pernoite na região do Pico Paraná antecede a descida da Serra do Mar, prevista para o sábado (25), informa o deputado Nereu Moura, praticante e incentivador da cultura do tropeirismo. “Na descida da Serra do Mar, iremos passar por um caminho inóspito, por onde Dom Pedro II andou, quando veio pela primeira vez a Curitiba”, destaca o parlamentar.
Os participantes do último trecho da Transparaná partiram na manhã de terça-feira (21), em frente à Igreja do Tamanduá, na área rural de Balsa Nova, na região metropolitana de Curitiba. Até o litoral, eles terão percorrido aproximadamente 160 quilômetros, totalizando mais de 1,1 quilômetros a partir de Foz do Iguaçu, no Oeste do Estado.
A Tropeada da Integração é organizada pela Federação dos Tropeiros do Paraná, com apoio do Grupo Muladeiros Casco Duro. As primeiras etapas foram realizadas nos trajetos Catanduvas/Laranjeiras do Sul, Laranjeiras do Sul/Guarapuava, Catanduvas/Santa Tereza do Oeste, Guarapuava/Irati, Santa Tereza do Oeste/Foz do Iguaçu e Irati/Campo Largo.

Reajuste dos servidores da Prefeitura de Curitiba tem parecer favorável em comissões na Câmara

Em reunião conjunta, ontem, as comissões de Legislação, Justiça e Redação, de Economia, Finanças e Fiscalização e de Serviço Público emitiram pareceres favoráveis ao trâmite do projeto que concede o reajuste salarial em parcela única de 6,54% aos servidores efetivos e comissionados da administração direta, autarquias e fundações municipais de direito público. A mesma proposta também concede percentual de aumento adicional de 1,14% aos efetivos – não extensivo aos cargos em comissão e aos subsídios do procurador-geral do Município e dos secretários municipais – o qual se sobrepõe ao índice de reajuste linear, totalizando 7,68%.

O reajuste de 6,54% corresponde à reposição inflacionária dos últimos 12 meses, apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor do Município de Curitiba (IPC), calculado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES).

Estiveram presentes à reunião Irene Rodrigues, coordenadora do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais Curitiba (Sismuc), Gabriel Comte, do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) e Luiz Vecchi, presidente do Sindicato da Guarda Municipal de Curitiba (Sigmuc). Estes representantes sindicais expuseram questões pertinentes ao projeto e argumentaram em favor da inclusão de uma emenda concedendo abono relativo aos dias de paralisação ocorridos no ano passado.

O entendimento do vereador Pier Petruzziello (PTB), presidente da Comissão de Legislação, foi de que a competência para a discussão destes temas com as entidades sindicais é do Executivo Municipal. “As demandas são legítimas, mas existe um vício de iniciativa nesta emenda, portanto a comissão opta por não se manifestar”. Da mesma forma, os vereadores representantes das demais comissões decidiram se restringir aos termos dos pareceres.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Senge lança obra que debate o assédio moral

Nesta sexta-feira, 24 de abril, o Senge, entidades sindicais e as universidades Federal do Paraná e Positivo lançam o livro Estado, Poder e Assédio: Relações de Trabalho na Administração Pública, que reúne mais de uma dezena de artigos sobre o assédio moral nas instituições públicas municipais, estaduais e federais.

"Não bastasse a exploração econômica na venda da mão de obra, física ou intelectual, e a crescente precarização do trabalho com o cerceamento e diminuição dos direitos, como com a possibilidade da efetivação da PL da Terceirização, convivemos no mundo do trabalho com inúmeras outras ações vis que promovem a diminuição do próximo, como nos atos de assédio moral, uma das violências mais covardes no universo laboral", afirma o presidente do Sindicato dos Engenheiros, Carlos Roberto Bittencourt.

Para Bittencourt, é necessário ampliar os debates que promovam maior conscientização, a mobilização das entidades e dos trabalhadores e, sobretudo, as discussões no âmbito jurídico de forma que haja a regulação na legislação federal sobre a questão do assédio moral.

A publicação a ser lançada nesta sexta é a continuidade das ações do Senge-PR e das demais entidades, iniciadas com o seminário “Estado, Poder e Assédio: relações de trabalho na administração pública”, promovido no último dia 27 de março, em Curitiba, que reuniu mais de 500 pessoas em um debate que contou com palestras de juristas, médicos do trabalho, sociólogos e psicólogos, unânimes ao afirmar que é necessário legislação específica para coibir as práticas abusivas contra servidores públicos.

Dentre os autores dos artigos, estão a médica do trabalho e uma das precursoras dos debates sobre assédio moral no Brasil, Margarida Barreto, o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho, Ricardo Tadeu Marques da Fonseca e o administrador e reitor da UFPR entre 1994 e 1998, José Henrique de Faria. Assinam a publicação, como organizadores o assessor da presidência do Senge-PR, Eduardo Faria Silva, Fernanda Zanin, José Antonio Peres Gediel e Lawrence Estivalet de Mello.

O evento de lançamento do livro será no Salão Nobre do prédio histórico da UFPR, na praça Santos Andrade, a partir das 19 horas. Após ser lançada, a publicação estará disponível na versão eletrônica no site do Senge.

Serviço:

Lançamento do Livro Estado, Poder e Assédio

Data: 24 de abril de 2015, sexta-feira
Horário: 19 horas

Local: Salão Nobre da Universidade Federal do Paraná – Praça Santos Andrade

O condenável uso da religião na política brasileira

O católico tem que ter muita fé para não perdê-la após ler os documentos da CNBB. Lugar de padre não é na política e ainda por cima, na má política. Nosso país já separou e faz tempo a política da religião. A República brasileira se define laica desde a sua proclamação.
Outra coisa que não podemos considerar normal numa democracia dita laica, a existência de bancadas religiosas, que aglutinam várias denominações e se subscrevem como evangélica. Ora, a pergunta que se deve fazer: o que essa bancada negocia na política? -- Negocia o voto dos fiéis de suas igrejas, como se o pastor fosse soberano da vontade deles; uma grande massa disponível como capital para se comprar benefícios a grupos específicos sem se considerar a vontade da maioria. Aqui, "a César o que é César e a Deus, o que é de Deus" só existe no papel como letra morta.  

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Por não funcionar bem, computador leva oito tiros

Lucas Hinch, morador da cidade Colorado Springs (EUA), tinha um computador (Dell XPS 410) que há vários meses não funcionava bem. Dono de uma loja que vende chá orgânico, ele perdeu a calma e no terreno dos fundos da loja meteu oito balas no bicho preguiçoso. Atraída pelos disparos, a Polícia enquadrou Lucas na legislação da cidade que não permite tiros na área urbana.
Ao publicar essa notícia, notei que meu computador começou a funcionar bem e, incrível, está mais rápido do que nunca!
(Informações do lanacion.com)

Depois de 10 anos, vereadores aprovam contas do ex-prefeito Beto Richa, que tem ressalvas do Tribunal de Contas

Dando continuidade ao “desarquivamento” das prestações de contas de 2003 a 2008, a Câmara Municipal aprovou, nesta quarta-feira (22), o documento referente ao primeiro ano de mandato do ex-prefeito de Curitiba e atual governador do Paraná, Beto Richa. Votado em primeiro turno, o decreto legislativo 093.00004.2014, referente a 2005, recebeu 23 votos favoráveis. Nova votação ocorrerá na próxima segunda-feira (27), para análise em segundo turno.

Com a aprovação preliminar, os vereadores de Curitiba confirmaram a análise feita pelos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) no acórdão 985/2008 – cujo parecer foi positivo com ressalvas. Trechos do documento foram lidos pelos vereadores Professor Galdino (PSDB) e Chico do Uberaba (PMN), que elogiaram a gestão do ex-prefeito.

“Li o relatório que foi apresentado pelo TCE e concluí que Beto Richa tem o dom para governar. Não é à toa que foi reeleito prefeito e reeleito governador. Tem um dom para acertar as contas públicas”, elogiou Galdino, citando dados contidos no documento, como a obtenção de resultado primário positivo de R$ 64,9 milhões em 2005.

Chico do Uberaba, ao comparar a gestão do ex-prefeito com o mandato de Gustavo Fruet, disse que o de Richa era melhor. “Aquilo tudo que foi feito em 2005 é o que está faltando nesta administração”, disse o parlamentar. Para Toninho da Farmácia, que também votou a favor do projeto, “foi a época em que a periferia de Curitiba viveu uma revolução em termos de obras”. “É desse período o crescimento do CIC, Sítio Cercado, Pinheirinho e Tatuquara”, afirmou.

O vereador Pedro Paulo (PT) criticou o fato de essa análise das contas de 2005 ocorrer dez anos depois do fim do exercício, “pois isso requer instrumentos técnicos que não possuímos”. “Apesar disso, é importante que os parlamentares atentem ao parecer do TCE, que pontuou irregularidades. Essas ressalvas abrem um caminho de investigação para entendermos de onde veio o deficit deixado para a atual gestão”, criticou.

“O TCE disse que a situação financeira de Curitiba era positiva e que falhas pontuais não representaram danos às contas públicas. Diz que a prefeitura observou as regras de responsabilidade fiscal”, disse Chico do Uberaba, citando o acórdão do Tribunal de Contas. Referindo-se às contas dos anos seguintes, que ainda serão votadas pela Câmara Municipal, Pedro Paulo afirmou que “as ressalvas se transformaram num déficit gigantesco”.

Nesta votação, Pedro Paulo, Mestre Pop (PSC), Jonny Stica (PT) e Carla Pimentel (PSC) se abstiveram. Jorge Bernardi (PDT) votou pela desaprovação das contas.

Projeto de lei proíbe venda de bebidas a quem tem porte de arma

Começaram a tramitar na Câmara Municipal, nesta quarta-feira (22), projetos de Felipe Braga Côrtes (foto) que regulamentam o porte de arma em bares e casas noturnas de Curitiba. Um das propostas de lei proíbe a venda de bebidas alcoólicas aos portadores de armas, que seriam identificados por comandas ou fichas diferenciadas. Na outra matéria, o vereador determina à pessoa armada a assinatura de um termo de identificação e responsabilidade. (Em Curitiba, comanda é o nome dado à ficha em que o dono do bar anota o consumo do cliente).

“Assim como bebida e direção, bebida e arma não combinam”, defende o autor. Ele explicou que os projetos foram propostos devido ao caso do último dia 12, em frente a uma casa do bairro Batel, em que um policial militar atirou contra um cliente. “Evidentemente não vou entrar na discussão do que aconteceu. Não sabemos as causas, mas sim os efeitos. Dentro disso fui buscar informações com empresários do segmento, com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) e com a Abrabar (Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas)”, disse Braga Côrtes.

“Uma casa noturna registrou, há dez dias, a entrada de 40 pessoas armadas, entre policiais e pessoas que têm o porte de arma”, apontou. O vereador completou que durante a tramitação, que dependerá de pareceres favoráveis da Comissão de Legislação, Justiça e Redação, também serão ouvidas entidades representativas das polícias Civil e Militar. Ele destaca que o Estatuto do Desarmamento (lei federal10.826/2003) autoriza o porte de arma mesmo fora de serviço aos policiais e a outras categorias, como integrantes das Forças Armadas e guardas municipais de cidades com mais de 500 mil habitantes.

No entanto, Braga Côrtes justifica que a legislação prevê a perda do porte à pessoa detida ou abordada “em estado de embriaguez e sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas”. O alerta à proibição da venda da bebida alcoólica, nesses casos, seria afixado na entrada dos bares, casas noturnas e similares. O projeto prevê ao estabelecimento infrator, inicialmente, uma advertência. Em caso de reincidência seria aplicada uma multa de R$ 2 mil a R$ 10 mil. A penalidade poderia chegar à cassação do alvará de funcionamento.

O descumprimento da lei referente ao termo de identificação e responsabilidade acarretaria, gradualmente, em advertência e multa de R$ 1 mil e de R$ 2 mil. Nele, o portador assumiria a responsabilidade civil e criminal por atos ocasionados pela arma, inclusive por terceiros. Braga Côrtes sugere que o documento reúna os seguintes dados: RG e CPF do portador, data e horário de ingresso ao estabelecimento, informações sobre a arma de fogo e, quando o cliente for um policial, unidade em que serve e número de identificação profissional.

Aos 50 anos, Sandra Bullock é eleita a mais bonita do mundo

Aos 50 anos, a atriz Sandra Bullock foi eleita a mulher mais bonita do mundo em 2015 pela revista "People". A capa da publicação com a artista foi revelada nesta quarta-feira (22). Até certo ponto concordamos com a Revista, mas sugerimos que para o próximo ano, a People dê uma olhadinha nas mulheres brasileiras. Aqui mesmo no Paraná, bonitas igual a essa tem de penca!

Maringá é "esquecida" no projeto de incentivo tecnológico

O deputado Nereu Moura (foto), líder da bancada do PMDB na Assembleia Legislativa, apresentou projeto de lei 269/2015, que vai beneficiar nove municípios do interior paranaense, com tratamento diferenciado no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para empresas do ramo eletroeletrônico, de informática e de telecomunicações. A proposta amplia os incentivos fiscais vigentes aos municípios de Toledo, Guarapuava, Apucarana, Cornélio Procópio, Londrina, Medianeira, Ponta Grossa , Santa Helena e Campo Mourão. Pelo projeto, Maringá, importante polo econômico do Paraná, fica de fora desses incentivos, o que pode inviabilizar o desenvolvimento dessa indústria na região.
O Paraná conta com a lei estadual nº 15.634/2007, que concede o benefício aos estabelecimentos que industrializam produtos eletroeletrônicos, de telecomunicação e de informática, localizados nos municípios de Foz do Iguaçu, Pato Branco, Francisco Beltrão e Dois Vizinhos. Nestas localidades, onde estão instaladas as Universidades Federal Tecnológica (UTFPR), ficou outorgado o tratamento tributário diferenciado em relação ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS.
O projeto de lei de Nereu Moura amplia a área de abrangência que passa a contar com o incentivo fiscal do Governo do Estado, na chamada "lei de incentivo tecnológico". A intenção é promover a geração de emprego e renda, fomento a instalação e ampliação de empresas nos mais diversos setores, bem como qualificação de mão-de-obra para o mercado de trabalho.

Numa manhã de 1500

Numa manhã de abril.
Um índio, um homem
Viu sobre o oceano, no horizonte,
A cruz em brancos panos
E descobriu que os selvagens
Haviam descoberto o Brasil.

terça-feira, 21 de abril de 2015

O próspero jogo do bicho no Paraná

Se tem algo próspero neste Paraná é o jogo do bicho. Funciona em todas as cidades em estabelecimentos vizinhos a lotéricas, em cada quadra, em cada bar, como se fosse o negócio mais honestos do mundo.

Um sujeito que não honrou a farda da PM do Paraná

Vi o vídeo do PM que atirou e agrediu covardemente o Gustavo Waller, em Curitiba. A imprensa paranaense não pode abandonar o caso, há de se cobrar das autoridades uma punição exemplar para quem deveria estar servindo e protegendo e não atirando em pessoas de bem.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Tropeiros chegam ao Litoral do Paraná

Esta semana, um grupo de cavaleiros desce a Serra do Mar até o Porto de Antonina, no litoral do Paraná. Eles participam da última etapa da Tropeada da Integração Transparaná, que começa às 7h30 da manhã desta terça-feira (21), em frente a Igreja da comunidade do Tamanduá, na área rural de Campo Largo, região metropolitana de Curitiba e termina no domingo (26).
A Transparaná é um desafio lançado pela Federação dos Tropeiros do Paraná, em percorrer 1,1 mil quilômetros de Foz do Iguaçu, até o litoral. Nesta última etapa, serão cinco de dias de andanças, "inclusive, iremos descer a Serra do Mar, por um caminho inóspito, por onde Dom Pedro II andou, quando veio pela primeira vez a Curitiba", informa o deputado Nereu Moura, praticante e incentivador da cultura do tropeirismo.
"Estamos recuperando um pouco da história do nosso Estado. Passando por lugares que os nossos ancestrais, passaram. Conhecendo como se deu a colonização", reforça Nereu Moura. De Campo Largo até o Porto de Antonina, serão percorridos aproximadamente 160 quilômetros, passando por trilhas históricas do tropeirismo paranaense.
A Transparaná é organizada pela Federação dos Tropeiros do Paraná, com apoio do Grupo Muladeiros Casco Duro. “Sem dúvida é uma tropeada histórica de resgate e oportunidade de fazer novos amigos, mostrando para nossas crianças o valor cultural que nossos antepassados nos legaram”, afirma o presidente da Federação, Jeferson Pelizzari.
As primeiras etapas da Transparaná foram realizadas nos trajetos Catanduvas/Laranjeiras do Sul, Laranjeiras do Sul/Guarapuava, Catanduvas/Santa Tereza do Oeste, Guarapuava/Irati, Santa Tereza do Oeste/Foz do Iguaçu e Irati/Campo Largo.

Bicicleta e a irresponsabilidade dos políticos de Curitiba

Os recentes acidentes envolvendo a morte de ciclistas, em Curitiba, demonstram duas coisas: primeira, a cidade não é segura para o uso da bicicleta; segunda, temos autoridades municipais irresponsáveis ao não permitirem na cidade uma legislação efetiva que garanta todos os meios para que esse tipo de transporte se torne seguro de verdade e não apenas uma peça de propaganda de deslumbrados com o poder.

domingo, 19 de abril de 2015

Brasil em crise, mas banqueiros lucram como nunca

O Brasil está terceirizado para os banqueiros. Nunca se lucrou tanto com o couro do povo. Taxas de juros que beiram ao roubo, tarifas vergonhosas e demissão em massa fizeram os lucros dos banqueiros em 2014.

Lucros dos bancos em 2014
Itaú – R$ 20,6 bilhões
Bradesco – R$ 15,3 bilhões
Banco do Brasil – R$ 11,3 bilhões
Caixa – R$ 7,1 bilhões
Santander – R$ 5,8 bilhões
Fonte: Dieese

domingo, 12 de abril de 2015

Jornalista não sabe fazer contas nas manifestações

Novamente, jornalistas demonstram grande incapacidade para elaborar contas simples. É um defeito da profissão, conheci gente que se dizia especializada em Economia e que tinha dificuldades em armar regra de três ou calcular uma simples percentagem. No cálculo de número de pessoas numa manifestação, a continha é elementar e usada no mundo todo para concentrações humanas: basta que se faça a multiplicação da área (em metros quadrados) ocupada pelos manifestantes por quatro, pois quatro pessoas podem ocupar um metro quadrado (N = 4 X A). Na guerra dos números, para não ter um atestado de burro junto com o diploma, o repórter deve apresentar o número da Polícia Militar, o número dos organizadores do evento e o número calculado por ele. Isso é o mínimo que se espera de um repórter que realmente queira informar o leitor. De resto, temos um cara que apenas carrega microfone ou caneta, não um repórter.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Polícia Federal por mares nunca antes navegados

"As investigações nos levarão a mares nunca antes navegados", afirmação de um dos delegados da Polícia Federal, em coletiva hoje à imprensa, em Curitiba, ao comentar a prisão de André Vargas et Cia. O grau de exigência para o candidato entrar na PF é alto. E por isso temos gente bem preparada intelectualmente lá, capaz de citar Camões na maior naturalidade, mesmo quando se refere a sujeitos que fugiram da escola para praticar o roubo da coisa pública. Veja que beleza, os primeiros versos do Canto I de "Os Lusíadas":
As armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

As operárias

Canto o azul
Dos esperançados
Canto o cinza
Dos desgraçados
Canto o azul
Dos uniformes
Das operárias
Que deixam a fábrica
Sob o cinza
Do final da tarde.

Deputados do Paraná que são contra os trabalhadores


Fruet e a lenda do metrô de Curitiba

A imprensa local acredita nesta lenda inventada por Fruet de que ele vai fazer metrô em Curitiba. O cara não consegue nem cuidar dos ônibus! Lenda por lenda, prefiro acreditar na lenda da Loira Fantasma.

As picaretagens da indústria das multas

Duas indústrias floresceram depois do Novo Código de Trânsito: a indústria da multa e a indústria da compra e venda de pontos na carteira. Uma é dependente da outra. Se, por um lado, a multa em profusão serve para engordar o caixa dos órgãos de trânsito, por outro, serve também para dar uns trocados para os espertalhões que assumem pontos de terceiros.

O banho gelado dos larápios da coisa pública

Profundamente consternado com essa falta de consideração do Estado com nossos gatunos da coisa pública, que curtem o frio curitibano tomando banho de água gelada na penitenciária. Talvez agora, roubem menos nos projetos de construção de cadeias e presídios, já pensando no conforto da aposentadoria atrás das grades.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Nas estradas do Paraná

Independentemente de governos, andar pelas estradas do Paraná nos mostra o inevitável, nosso povo trabalha e produz muito. Imagina se os governos funcionassem? Que belo estado teríamos!

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Mais da metade da bancada do PR vota contra os trabalhadores


Confira os deputados federais que aprovaram (sim) a tramitação em regime de urgência do PL 4330 - da terceirização total que acabará com a CLT e os direitos dos trabalhadores (as)

Paraná (PR)

Alex Canziani PTB - Sim
Alfredo Kaefer PSDB - Sim

Aliel Machado PCdoB - Não
Assis do Couto PT - Não
Christiane de Souza Yared PTN - Não
Diego Garcia PHS - Sim
Dilceu Sperafico PP - Sim

Enio Verri PT - Não
Evandro Rogerio Roman - PSD - Sim
Hermes Parcianello PMDB - Sim
João Arruda PMDB - Não
Leandre PV - Sim
Leopoldo Meyer PSB - Não
Luciano Ducci PSB - Sim
Luiz Carlos Hauly PSDB - Sim
Luiz Nishimori PR - Sim

Marcelo Belinati PP - Não
Nelson Meurer PP - Não
Osmar Bertoldi DEM - Sim
Osmar Serraglio PMDB - Sim

Ricardo Barros PP - Sim
Rossoni PSDB - Sim
Rubens Bueno PPS - Sim
Sandro Alex PPS - Sim
Sergio Souza PMDB - Sim

Toninho Wandscheer PT - Não
Zeca Dirceu PT - Não

Político que ignora a opinião pública cai em desgraça

Políticos de certo sucesso nunca desprezaram a opinião pública. E isso vale para qualquer lugar do mundo – talvez, a lei mais antiga da política seja essa. Governadores, deputados e senadores, entre outros profissionais do ilusionismo, quando perdem o cargo em função de uma não reeleição, invariavelmente se fazem a pergunta: onde foi o erro, se estava indo tão bem?

Depois de algum tempo cai a ficha e eles descobrem que, em algum ponto, não respeitaram a opinião pública e de forma quixotesca a enfrentaram, preferindo seguir os conselhos de seus áulicos, quando não o nebuloso caminho de seus próprios interesses nada republicanos.

Já afirmei em outros escritos, que vivemos um novo tempo na difusão das informações, que são extremamente necessárias para a formação da opinião pública. Muitos ainda ignoram isso e, em segundos são tragados para o grande fosso dos que penam nas mãos do desprezo dos eleitores. Se antes da internet, a opinião pública agia lentamente e de maneira silenciosa, hoje ela se forma em segundos e de forma ruidosa. Uma vez formada, dificilmente poderá ser revertida essa opinião, pois há uma tendência natural – também ignorada por alguns temerários parlamentares – da supremacia do negativo sobre o positivo, ainda mais num universo político baseado na mentira, na maquiagem e na enganação propriamente dita.

Portanto, falamos aqui de um novo vetor que está impulsionando a opinião pública, a velocidade de difusão das informações e sua aceleração por meio de mecanismos de reprodução instantânea nas redes sociais. Os cálculos nos apontam que, no Brasil, já nos próximos anos, quase a totalidade da população terá acesso à internet e redes sociais.

"Teóricos blogueiros mercenários das novas mídias" consideram que o desafio é apenas descobrir formas de se comunicar usando essas novas plataformas cibernéticas. Mas não é somente isso, antes de tudo, o emissor primário das informações deve ser confiável e estar profundamente em sintonia com a opinião pública. Caso contrário, não há mágica que resolva o desgaste provocado por posicionamentos equivocados, por pronunciamentos sofríveis, ou pelo silêncio que encobre às vezes ações que ofendem os desejos desse público veloz e ruidoso.

terça-feira, 31 de março de 2015

Deputadas do Paraná no oba-oba palaciano da Dilmaadular

Cristiane Yared (PTN) e Leandre (PV), as duas deputadas federais paranaenses, que ainda não apresentaram um projeto que valha a pena na Câmara, têm tempo de sobra para adular a Dilma. Acho que elas acham que o povo do Paraná está contente com este governo, ou não sabem ler pesquisas; a economia do país está uma maravilha, a saúde está funcionando maravilhosamente, a educação do povo é de primeiro mundo. Se soubessem o significado da expressão "abraço de afogado" não estariam tão contentes quanto parecem. Uma foto dessas só faz perder eleitores, pois demonstra que as envolvidas preferem o oba-oba do poder em vez da defesa dos interesses do povo do Paraná. Cadê os pronunciamentos das ilustres parlamentares? -- Ganha um ovinho de chocolate quem apontar um único discurso em plenário dessas senhoras, que demonstre como estão sofrendo as donas de casa para equilibrar as contas diante da inflação; um único pronunciamento sobre a falta de leitos em UTI, sobre a falta de vagas em escolas e creches e contra a corrupção que está mergulhado este governo.   

sexta-feira, 27 de março de 2015

Corrupção mata


Um piloto no inferno

Tem gente que tem medo de chegar no inferno sozinha. Mas, precisava da companhia de mais 149 almas? E depois outra, quem disse que elas iriam acompanhar o piloto para o inferno?

"Oreia seca" na Câmara de Curitiba

O Ouvidor da Câmara de Curitiba antes mesmo de ser escolhido já tinha apelido: "Zé Oreia", ou "Oreia Seca", ou "Dumbo Surdo", ou "Oreiúdo Inútil".

Não dê a tramela!

Tramela é a prima vulgar da palavra taramela, peça de madeira que se usa para manter fechadas portas e janelas. Taramelar (verbo) significa falar muito. "Dar à taramela" também significa falar muito e não dar muito a outra coisa, seus mentes-sujas!

Menina Sal de Fruta

Era chamada de Sal de Fruta
Pois até na água fria
No amor, a danada fervia.

Imposto sobre o roubo do Petrolão

"Pecunia non olet" - dinheiro não tem cheiro - é uma expressão latina atribuída ao imperado Vespasiano, quando ele taxou a utilização dos banheiros públicos (Tito também a usou). Ou seja, mesmo originado na merda, o dinheiro não fede. Hoje, essa expressão se refere à cláusula tributária que estabelece que, para o fisco, pouco importa se os rendimentos tributáveis tiveram ou não fonte lícita ou moral. Ou seja, os caras que roubaram toda aquela grana do Petrolão também praticaram o crime de sonegação fiscal e vão ter que pagar imposto sobre o roubo (ainda bem que o dinheiro está lavado!). Outra curiosidade, "pecunia" vem de "pecus", gado, que foi "moeda" em tempos remotos e ainda é.

terça-feira, 24 de março de 2015

Redução da maioridade penal, um erro. Político corrupto na cadeia, um acerto

Não gosto de passar a mão na cabeça de bandido. Mas, é mister que saibamos quem é o bandido. Por isso acredito ser totalmente inoportuna, neste momento em que o país está mergulhado em corrupção, com os verdadeiros bandidos soltos, a discussão no Parlamento da redução da maioridade penal.

Nunca escondi que passei oito anos trancado em orfanato e escola correcional para menores por ter cometido o terrível crime de não ter pai nem mãe e por isso, considero-me doutor na causa dos órfãos e outros fodidos da vida. Tentar resolver o problema da criminalidade amontoando crianças e adolescentes em cadeia de nada adianta. Primeiro temos que arrumar o Brasil, colocar os verdadeiros bandidos na penitenciária, esses caras que roubam o dinheiro público que deveria ir para a Saúde, Educação e programas de geração de emprego e renda. Dinheiro que tanto faz falta aos que precisam, os quais têm suas famílias desfeitas por razões econômicas e abandonam seus filhos ao deus dará.

Neste grave momento em que os políticos procuram, desesperadamente, desviar a atenção do povo sobre o roubo por eles praticado, rogo aos cidadãos de bem, os que defendem a redução da maioridade penal, um exame de consciência. Não carreguem pelo resto da vida a culpa de ter condenado em vez de ter educado, matado em vez de ter preservado a vida, feito a injustiça, iludidos ao tentar fazer a justiça. Vejam quem são os bandidos e condenem os verdadeiros bandidos.

E aqui deixo alguns relatos do que aconteceu comigo e outras pessoas, suavizados pelas letras e que foram bem mais dantescos do que está descrito. (Capítulos I e III do livro Meninos da Granja).


Capítulo I -- (Os internos eram distribuídos no prédio do orfanato em quatro companhias como no quartel, conforme a idade).


Um dia de pancadas e pavor



Já o verme – este operário das ruínas –
Que o sangue podre das carnificinas,
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los (...).
Augusto dos Anjos 



Desconfie do homem que diz controlar o destino, o próprio e pior, o dos outros. Das duas, uma: ou ele é um idiota, ou é um deus. Nesta vida, pensei ter topado com alguns desses santos homens, porém, posso garantir que eles jamais habitaram o Olimpo, ou andam por aí guarnecido por anjos barrocos e rechonchudos. O destino não tem donos. Existe apenas e artífices lhe servem, sendo por ele moldados, usados, gastos e esquecidos na noite do tempo, tão incompreensível quanto ele mesmo.

Estrada velha que liga Curitiba ao Norte do Paraná, 1975. Quando contava com não mais do que uma dúzia de anos, tive esta empírica certeza de que nossos caminhos são preparados por estranhos operários, quase sempre desconhecidos, pagos por patrões mais desconhecidos ainda. Isso se deu quando eu estava algemado e sacudia numa jaula adaptada a um carro de polícia. Sentia meu corpo, contra minha vontade, lançado de lado a lado, a bater na lata do velho automóvel, que percorria um caminho cheio de pedregulhos, buracos e curvas intermináveis.


Naquele final de tarde, a luz dentro da jaula se escasseava. Ao longe, por onde conseguia ver, uma nuvem de poeira marcava a trajetória das minhas dúvidas e apreensões. Estava deitado, tentei levantar algumas vezes, mas os braços algemados por trás das costas doíam e tornavam meus esforços inúteis. Um homem que tem seus braços imobilizados, deitado se sente como uma barata tombada de costas, totalmente inútil.

Finalmente o carro parou. Os policiais — esses estranhos operários da lei, quase sempre à margem dela — desceram com uns papéis e entregaram para não sei quem. Não lembro seus rostos, roupas que vestiam, nada. Estava aliviado e isto era o bastante para aquele momento. Logo que senti minhas mãos livres, cocei com enorme prazer a cabeça. Meus cabelos estavam repletos de piolhos e filhotes de outros insetos menos nobres, lembranças vivas e vorazes do cárcere recente.

Um dos policiais entregou-me a outra muda de roupa num pacote envolto por jornal e barbante. Somada aos meus trajes, o resultado dava a dimensão de tudo que eu pudera juntar em minha curta jornada.

Logo, a viatura voltou pelo mesmo caminho tortuoso que a trouxera ali.

Ainda a me coçar, verifiquei que estava no meio de um grande pátio. Em minha direção caminhavam um branco gorducho e um negro muito alto. O gordo segurou no meu braço e me conduziu para uma casa onde se lia sobre a porta “Diretoria”. Lá, uma senhora, de uns cinqüenta anos, polaca das bochechas rosadas — dessas que serviriam de personagem para fazer propaganda de geléia na TV — recebeu meus papéis. Sem olhar para mim, perguntou:

“Sem família?”.

Fiquei calado.

“Pode levar”, disse a senhora, que depois descobri ser uma estranha operária da assistência social dedicada aos órfãos e aos que aparecem na retórica dos políticos como sendo os menos favorecidos pela sorte — ou seja, aos fodidos da vida.

O gordo pegou novamente meu braço e me arrastou até o pavilhão central que, pelas grades no portão de entrada, senti que seria meu novo lar. Antes, ao atravessarmos o pátio, pude ver outros meninos que brincavam de bola em torno de um grande pinheiro enfeitado com luzes natalinas.

Chegamos ao banheiro. O gordo me mandou tirar a roupa, enquanto o negro trancava a porta. Aquela sala de banho recebia uma fina coluna de luz vinda da janela, toda molhada, exalava uma fedentina indescritível. Do lado dos chuveiros, alinhadas e com suas portinhas amarelas, as latrinas estavam atulhadas de merda. No começo, tentei segurar a respiração, aquele ar podre ardia nos meus pulmões. Tive que respirar — eis a maior danação humana: respirar. Comecei a tirar a camisa e levei de pronto um safanão do gordo que pedia pressa. Sem opção, coloquei meu pacote no chão e fui me desfazendo das roupas imundas e não menos fedidas do que as latrinas. Ao descalçar os sapatos cometi um grave erro. Deixei cair algumas moedas no chão. Rápido, tentei escondê-las. Mas o negro as viu. Eram trocados que mal dariam para comprar meia-dúzia de cigarros baratos. Enquanto o negro apanhava o dinheiro, o gordo tirou o cinto e misturou ao meu couro e sangue todos os seus recalques. E como ele era recalcado, meu Deus!

Apanhei muito. O cinto era de lona, na época usado por soldados do Exército, e tinha a ponta guarnecida por metais. Escorreguei e rolei naquele chão nojento, coberto por gosmas, úmido, ouvindo os palavrões do gorducho. As pancadas eram distribuídas “cientificamente” pelo meu corpo. Pegavam firme, soltando a carne dos ossos, em vergões desenhados pelo acaso em estranhas pinceladas abstratas. As piores eram as que atingiam a cabeça e a virilha. O bater é uma das mais antigas artes, sempre renovado em novas metodologias, sendo assim, consome energia criadora até mesmo das bestas. Ofegante, o gordo se cansou. O negro se aproximou e pisou no meu pescoço. O cara não tinha um pé e sim uma prancha dentro daquele sapato com sola de pneu. O que seria dessa arte do terror sem que seus estudiosos não se alternassem na administração de doses homeopáticas de maldades?

“Aqui, os internos não podem ter dinheiro. Não podem ter nada!”, gritava o negro, a guardar as míseras moedas no bolso da calça.

Não sei como, mas no momento seguinte o cara já me segurava pelo pescoço.

“Entendeu?”, vociferou o negro banguela.

De imediato, acertou-me um soco no estômago e me empurrou para baixo da fria água do chuveiro. Não me lembro se chorava, talvez gritasse, sem entender a gratuidade das atitudes daqueles operários da violência. Soluçava. Pânico... Era isso, eu era puro pânico.

Após a surra e o banho, não me enxuguei. Com cheiro de cachorro molhado, fiquei por algum tempo parado, encolhido e tremendo. O gordo supunha que eu o estava encarando. De fato, estava. Creio que nem mesmo quando minha cansada alma for amparada por Caronte, após termos remado no último dos rios, hei de esquecer a cara daqueles dois filhos da puta.

Com um soco na cabeça, o gorducho me fez olhar para o chão.

“É assim que os internos andam aqui dentro, olhando para o chão e com os braços para trás”, ensinou.

Diante de convincente didática, o melhor foi obedecer. Outra virtude da miséria é nos tirar o orgulho sem nos deixar quaisquer resquícios de dignidade.

Segurando o pacote e minhas roupas contra o peito, olhando fixo para o chão, fui conduzido nu pelo pátio a outro pavilhão que servia de lavanderia. Estava frio. Os outros meninos pelos quais cruzava mantinham-se indiferentes. Mais um apenas.

Recebi um calção azul que me serviria de cueca, um macacão marrom de brim forrado de remendos e uma camisa cinza de algodão grosseiro.

(Recentemente tive um acesso de riso incontrolável numa loja muito fina e famosa. Na vitrine vi uma camisa exposta, exatamente igual a dos nossos antigos uniformes, o mesmo tecido cinza anunciando desconforto, o mesmo corte sem imaginação. Depois de 30 anos e de ter vestido os filhos da miséria, acreditem, a maldita havia virado moda! A balconista sem saber a razão do riso até riu comigo. Depois, como eu não conseguia controlar-me, ela ficou me olhando com ar de desconfiança, por certo me julgava louco — Sim, bela e gentil senhorita, bem guardadas no fundo do peito estão todas as razões do mundo para requerer vaga de Napoleão em qualquer hospício!).


Dos trajes antigos só fiquei com as meias e os sapatos herdados de um morto que nem conheci. Até mesmo a muda de roupa limpa, que estava no embrulho, herança de outro defunto, foi “confiscada” pelo gordo — talvez pensando encontrar ali mais moedas.

Passei depois pelo almoxarifado. Recebi de um homem manco, com a boca meio torta e de olhar triste, um pedaço de sabão, escova de dente, tubo de creme dental e uma toalha com a textura de lixa. Objetos de valia, mas que se tornaram um grande problema. Como portá-los, se no uniforme não havia bolsos? Mantive-os na mão.

Na seqüência, perdi todo meu cabelo na barbearia. O barbeiro de sotaque carregado, provavelmente cearense, vermelho, tinha um medonho bafo de cachaça. O corte não demorou mais do que alguns minutos. Veja que sorte: dei graças ao ter ficado com minhas orelhas. Muito bem, com os cabelos também dei adeus aos piolhos.

Normalmente, após cortarem o cabelo, os barbeiros costumam salpicar talco na cabeça de seus fregueses. Recebi minha dose de talco, um veneno para insetos nauseante e que ardia em contato com as feridas da minha novíssima careca e irritava-me os olhos. Tornei ao pavilhão. No segundo andar, fui guiado para um grande quarto que tinha por sobre a porta a inscrição “4ª Cia”. Num canto, outros meninos, já rapazes na sua maioria, se apertavam em frente à TV. Ao fundo, seis longas fileiras de camas. Mais ao fundo ainda, uma fila de armários. Atrás deles, uns vinte beliches.

“Você dorme ali”, disse-me o gordo, apontando a parte de cima do último beliche e dando meia-volta.

Subi no beliche e escondi sob o travesseiro encardido, desenhado com marcas de baba e sangue, a escova, creme dental, toalha e o sabão. O cheiro da cama se fazia insuportável. Provavelmente, ela havia recebido o mesmo talco do barbeiro. Ao pé havia um cobertor marrom e furado, apelidado de corta-febre, um verdadeiro trapo, que me acompanharia por longos invernos.

Fiquei ali por algum tempo. Deitado, tentava organizar as idéias. Não sentia fome, apenas um grande vazio no estômago; havia mais de quatro dias que não comia nada. Um ovo cozido fora minha última refeição. Incrível como nos acostumamos com a fome. A miséria tem a virtude de nos libertar dos apegos materiais, de nossos pequenos vícios, inclusive o de comer.

Impossível dormir. Meu corpo estava todo doído, a boca seca. Aproveitei a luz acesa para um pequeno balanço de minha situação física. O ombro e o joelho estavam inchados e meus punhos roxos e cortados. Levantei e fui ao banheiro. Urinei. Ardia e a urina saiu misturada a sangue. Tinha sede. Abri a torneira, lavei o rosto, a careca e bebi uma grande quantidade de água. O cheiro de merda continuava insuportável e vomitei de imediato tudo que havia bebido. Como a sede ficara maior, tornei a tomar água e desta vez não a vomitei. A miséria, em seu último estágio, faz-se acompanhar de supremas virtudes, como a de nos misturar com a imundice e fazer-nos indiferentes ao lixo e excrementos.

Tornei ao dormitório e resolvi me juntar aos outros meninos. Eles continuavam reunidos em torno do aparelho de televisão e nem deram bola para a minha chegada. Com o estômago roncando, procurei não falar. Havia aprendido que em ambientes desconhecidos é mister ver, ouvir, ficar calado. Observei que os piás mais próximos da TV, sentados em bancos de madeira, trajavam uniformes diferentes. Camisas de algodão xadrez e calças de brim. Mais afastado, esparramado no chão, estava um pequeno grupo com uniforme igual ao meu, os “fujões”, como fiquei sabendo mais tarde. Juntei-me a ele.

O fedor de chulé cozinhava minhas narinas. Na tela, em preto e branco, o Papa Paulo VI proferia um sermão. Não dava para ouvir nada do que o Papa estava dizendo, todos conversavam. Naquele lugar, o Papa falando ou uma vaca cagando daria no mesmo. O silêncio só se fez quando começou o filme estrelado por Audie Murphy. Uma fita de guerra, dessas em que as balas do fuzil do mocinho jamais acabam.

Estava me distraindo. Às 10 horas, as luzes se apagaram e a TV foi desligada. Na porta, o gordo nos mandava dormir. — Bosta, o mocinho sobreviveria ao duro combate?

Sem reclamarem, os piás com uniformes diferentes foram para suas camas individuais. Enquanto os fujões caminhavam para trás dos armários. Escalei com dificuldades o meu beliche. Ajeitei-me o melhor possível para não atiçar as dores que aumentavam conforme eu sentia as ripas de madeira do estrado perpendiculares às costelas.

Na parte inferior do beliche deitou-se um menininho, com cara de índio. Ele não deveria ter mais de dez anos de idade. Daquela hora em diante conversa nenhuma se ouvia. Somente ao longe, dava para escutar o foguetório comemorando o Natal que se anunciava.

Fiquei muito tempo passeando da vigília para o sono. Não sentia fome. Não sentia cheiros. No meio da noite, entre um pesadelo e outro, entre um susto e outro, pensei vislumbrar vultos com cobertores escondendo suas cabeças e se aproximando da cama logo abaixo da minha. Ouvi pedidos velados de silêncio, ameaças de porrada, breves gemidos e voltei a dormir.



Capítulo III

Os louquinhos



Sentei-me
num claro de tempo.
Era um remanso
de silêncio,
de um branco silêncio,
anel formidável
onde os luzeiros
se chocavam com os doze 
flutuantes números negros.
F. G. Lorca



Formamos pela manhã. Eu continuava mal. Tivera hemorragia, perdera muito sangue. Felizmente, numa rara demonstração de sensibilidade, Fausto, talvez por ter sofrido tanto pelo mesmo motivo, já que era desdentado, retomou sua alma ao diabo e tirou-me da fila do trabalho. Esse ato de misericórdia, quase fez com que eu esquecesse da surra covarde do primeiro dia e o roubo de minhas moedas. Eis o encanto de satã ao conquistar o ignorante: guardá-lo no vazio do não se saber. E quem não sabe de si, não sabe do mundo, nada pensa; sem ser demente, faz as coisas e não se dá conta do bem ou mal que está realizando.

Enquanto o restante dos internos trabalhava, os louquinhos e os inválidos ficavam soltos no pátio, a perambular de um lado para o outro, ou sentados, às vezes mudos, às vezes falando barbaridades desconexas. Sentei-me à sombra de um jasmineiro. De lá foi possível observar um por um dos penados esquecidos por Deus e seus prestimosos auxiliares.

Zé Coqueiro, um autista, corpo de faquir indiano, de cócoras justificava o seu apelido. Sorrindo o doce sorriso dos alienados, o Zé desenhava numa rapidez incrível coqueiros com as pontas dos dedos na terra fofa. Terminado o coqueiro, ele o apagava imediatamente e num ato contínuo, outro coqueiro desenhava; milhares de vezes, infinitas vezes.

O autista abandonado pela família deveria ter uns 15 anos e nunca recebera uma visita. Zé, porque não possuía registro civil. Coqueiro, sua assinatura para o mundo. Nem mesmo a assistente social desconfiava qual seria o seu nome verdadeiro. Um dia ele deve ter aparecido ali, transportado igual a um porco num carro de polícia ou ambulância, sem defesas e comunicação, como quase todos os louquinhos que estavam “estocados” naquele armazém de alienados.

Albino e com feridas na pele, chegou-se para perto de minha árvore o Treme-treme, menino da cabeça quadrada e olhos miúdos. Frank, como também era chamado, sofria de algo que eu nunca tinha visto. Involuntariamente, os seus músculos descontrolados o faziam tremer todo.

“A...me...a...meu...”, balbuciava o infeliz e não passava disso, porque os músculos de sua face repuxavam e seu corpo tremia. Depois sorria e voltava a tremer, molhando-se com a própria urina e lambuzando-se com a merda que escorriam pelas pernas.

Novo na escola, Pingüim era entrevado. Com os pés virados para dentro, ele andava passinho por passinho. Não falava, apenas ria (o riso é a única propriedade dos loucos), exibindo restos de comida nos seus dentes acavalados.

“Punheteiro”, gritava um interno que passava.

“Filho da puta”, respondia aos berros o Sorvete, demente solitário que se escondia por detrás das árvores. Ali estava a única expressão possível de se ouvir da boca do pobre diabo. De resto, creio que Sorvete não sabia falar mais nada.

Com a cara cheia de espinhas e uma touca encardida listrada de verde e branco enfiada na cabeça, Sorvete colecionava figuras de mulher, dessas de revista, e se masturbava o dia inteiro; não incomodava ninguém, posto que não era tarado nem pederasta. O seu barato, punheta, nada mais.

Badu, um negrão retardado muito alto e forte, posava de defensor do Sorvete, assim como de todos os louquinhos. Bastava mexer com um deles e a resposta vinha na hora: um tijolo ou pedra sibilava por nossas orelhas, sem direção, pegasse em quem pegasse e a vingança estava feita. Por sorte, naquele dia, o tijolo não atingiu ninguém.

Mesmo entre os louquinhos tínhamos líderes. Os goiabas mais antigos e com, digamos, alguma “inteligência” mandavam nos mais novos. Badu e Joaquim Maia estavam nessa condição e recebiam tratamento diferenciado dos outros louquinhos e até mesmo dos funcionários. Para se ter uma idéia do nível mental dos dois, basta saber que eles ficavam muito tempo no portão da escola num jogo absurdo. Joaquim Maia, de costas para a rua e para os carros que passavam, gritava o nome de uma cor:

“Verde!”.

“Vermelho!”, adivinhava o velho Badu.

O carro que passara não era verde nem vermelho, tinha outra cor qualquer! O interessante ainda é que este jogo de malucos não havia pontuação nem ganhadores. Depois de horas jogando, os dois simplesmente iam embora. Não sabiam contar.

Joaquim Maia tinha uns 30 anos, barrigudo e quase anão, sofria de epilepsia, com cardápio variado de ataques, que ia desde o convencional até uma grande corrida que terminava no alto de alguma árvore. Pensei que o louco exagerava e fingia, mas um dia ele teve dois ataques seguidos. Correu, trepou num pinheiro alto e lá em cima começou a se estrebuchar. Caiu, sangue para todo lado e fraturas expostas.

Esses eram os loucos permanentes, os da casa. Às vezes apareciam novos, surgidos sabe deus donde. Os marmanjos urinavam e cagavam na cama. Fediam por falta de banho.

Os aleijados, vítimas da paralisia infantil, viviam com os loucos. Os “motoqueiros”, assim chamados pelo uso das muletas, revelavam quase sempre a mesma história. No princípio, tratados pela família e parentes. Depois internados em hospitais e mais tarde abandonados no orfanato.

Não obstante suas deficiências, os motoqueiros demonstravam-se muito unidos e procuravam desenvolver atividades e propunham a si mesmos desafios. Assim, muito antes do Poder Público esboçar qualquer projeto de esportes para deficientes, eles se reuniam e disputavam jogos de futebol. As muletas de madeira se chocavam com violência e os que tinham apenas uma perna, envolta pelo metal dos aparelhos, arriscavam chutes na bola de meia ou borracha. Jogávamos com eles e os tratávamos como iguais, inclusive no trabalho e até mesmo quando o assunto era porrada. Eles brigavam entre si e com os outros internos. Desse costume, só posso dizer que uma muletada no pé do ouvido dói bastante.


Em número reduzido, existiam também os totalmente inválidos, praticamente paraplégicos. Braulino, um deles, mais velho do que os outros, usava óculos modelo fundo de garrafa. Como só tinha movimento nos braços, uma armação de ferro sustentava-o. Duro, andava de muletas e demorava horas para vencer alguns metros. Não tomava banho e cheirava mal. Também, como se livrar daquele esqueleto esquisito? Sem o que fazer, ele vivia sentado no jardim, e com o nariz encostado na Bíblia pregava absurdos apocalípticos, misturando apóstolos aos profetas e emendando textos para dar maior drama ao que falava.

Não faz muito tempo vi o Braulino, cabelos brancos, esmolando nas ruas de Curitiba. Vivia por certo seu próprio apocalipse e de mãos estendidas esperava o final do mundo que, segundo ele, terminaria numa infernal fogueira.

Tentei várias vezes fazer uma escala de intensidades para o abandono. Tenho muita prática nesta praga que nos sufoca o espírito. Qual deles seria o pior e qual deles seria o menos grave? Inútil qualquer resposta. O abandono é isso: abandono. E a escala se faz no coração do abandonado e na consciência atormentada de quem abandona. Ao analisar minha história e de centenas de meninos que viriam a conviver comigo, conclui que as famílias, os pais ou responsáveis legais, ao abandonarem seus filhos podem ser guiados a mais das vezes por três motivos básicos: o econômico, desajustes familiares e preconceitos sociais. Esses motivos não raro aparecem juntos. Veja bem, eu parto de observações puramente empíricas que me chegaram aos sentidos, sem a ciência dos números e estatística, desprezando as variáveis psicológicas, que por elas mesmas dariam um grande tratado para um pesquisador que esteja disposto a executá-lo. Eis aí uma sugestão de nome para a dissertação: “Tratado do abandono, perfil sócio-psicológico das crianças abandonadas e seus progenitores”. Legal, né?!

Os mais comuns de serem encontrados num orfanato são os abandonados por motivo econômico combinado com o desajuste familiar. É o pai e a mãe que não têm como sustentar os seus, por falta de trabalho ou renda, além de uma grande dose de ignorância provocada pela baixa escolaridade. Na falta de recursos econômicos, os laços que unem o frágil núcleo familiar simplesmente são rompidos, seja pela fome, seja pela miséria, depressão ou loucura decorrentes. Imediatamente, os membros dessa família são empurrados para a marginalidade, delinqüência, alcoolismo, drogas e agressões mútuas. O próximo passo é a desagregação familiar. Os adultos, quando não presos ou mortos, somem pelo mundo, deixando sua prole ao deus dará. Veja, caro leitor, que aqui falo da família comum, com papéis bem definidos de pai e mãe. Mas o mesmo se repete, e de forma mais dramática, em proles sustentadas apenas por um desses atores.

Nos desajustes familiares também incluo as causas naturais como a morte ou doença dos provedores e ausência de parentes e amigos da família para a adoção. Mas esses são casos raros nos orfanatos, se comparados aos anteriores. Dos internos que conheci, poucos se diziam realmente órfãos.

Por último, temos o preconceito social. É a mãe solteira que por motivos “morais”, religiosos, ignorância — a própria, dos seus pais ou companheiro — insiste na gravidez e é obrigada a abandonar a coisa que se fez em seu útero. É a gravidez indesejada de mulheres adolescentes ou das que caíram na vida. É o patrão que dormiu com a funcionária, amante ou empregada e para amenizar o escândalo força a mãe a entregar seu bebê para instituições de caridade.

Assim, creio, que é muito difícil de se saber qual dos abandonos é o menos cruel. Todos têm um grande grau de crueldade que culmina numa culpa tremenda naquele que abandona e um enorme complexo de rejeição no abandonado.

Felizes eram aqueles alienados que não tinham consciência de suas condições. Pobres aleijados que se sabiam punidos duas vezes pelo terrível crime de terem nascido.

Naquele tempo brutal, sempre ao final do dia, como já era costume, ônibus despejavam levas de meninos na escola. Não eram fujões e sim órfãos vindos de outras instituições, geralmente religiosas, que haviam completado a idade de 10 ou 12 anos. Prudentes e pudicas, as freiras só cuidavam de seus órfãos masculinos até o início da adolescência. Por certo, evitavam assim o apego demasiado e outros pecados menores.


No internato, esses meninos tinham singular comportamento. Dóceis, raramente desobedeciam, acostumados que estavam com a orfandade. Eles se tratavam como irmãos, posto que se conheciam desde o berço. Dispensados do rito de iniciação, logo esses guris estavam o uniforme da 1ª Cia e brincavam descontraídos misturados aos outros no pátio.

Mais tarde fiz amizade com alguns deles que atendiam por apelidos numerais. Assim tínhamos o “Trinta” e o “Vinte Oito”, números pelos quais foram identificados nos antigos orfanatos. Os dois, um Manoel e o outro Manuel, sentaram praça na Marinha de Guerra ao deixarem Campo Comprido, isso muitos anos depois.

O Trinta contava que não conhecera a família. Desde nenê no orfanato das freiras, entrava seguidamente na fila de adoção. Negro, sempre preterido. Os casais que por lá costumavam procurar “filhos” davam preferência aos brancos e loirinhos. Dizem que o marinheiro morreu em serviço ao tentar salvar pessoas que se afogavam no rio Paraná. Não duvido, ingênuo, perverso às vezes, possuía grande alma.

Antes do jantar, os funcionários fizeram os arranjos para dar equilíbrio às companhias. A terceira e quarta contavam um número reduzido de alunos, com muitas camas vazias, ao passo que as outras duas companhias estavam lotadas com os novos que não paravam de chegar. Muitos foram promovidos.

As vagas na terceira e quarta companhias apareciam porque os que completavam 18 anos deixavam a escola. Esse processo demonstrava-se tão doloroso e incerto quanto o de entrada no orfanato. Todos os anos formavam-se dezenas de sapateiros, alfaiates, gráficos e padeiros, com um nível de escolaridade muito baixo. As assistentes sociais arrumavam-lhes emprego. Ainda na condição de internos, esses rapazes ficavam por ali por mais três meses até juntarem algum dinheiro. Depois eram encaminhados para uma modesta pensão particular, com direito a simplório enxoval: lençóis, fronha, duas camisas e uma calça.

Desamparados, recebendo salários miseráveis, solitários, desajustados e extasiados com a repentina liberdade, os egressos do orfanato praticavam besteiras. Perdiam o emprego, roubavam e acabavam presos em menos de um ano. Poucos eram os que realmente encontravam um novo caminho na vida. Acompanhávamos as notícias que vinham lá de fora e ficávamos inseguros quanto ao nosso futuro, se é que assim poderia ser chamada aquela desgraça anunciada.

Não é à toa que alguns internos tentavam não deixar o internato, mentindo a idade e fingindo insanidade mental, caso do João Louco, que todo mundo desconfiava que não era louco porra nenhuma, mas vivia entre eles. Tínhamos vários alunos em condições semelhantes. Velhos, alguns com mais de 30 anos, que procuravam em si alguma utilidade para o sistema montado na escola. Os “peixes” da direção realmente eram úteis. Funcionavam como amortecedores entre o peso da ira dos funcionários e a nossa fragilidade, assumindo funções de monitores ou até mesmo de servidores contratados. Três deles eram muito antigos na escola, com direito a salários e moradias especiais.

Valtinho morava próximo à horta com a família, mulher e dois filhos. Magro e pequenino, contava uns 55 anos de idade e ainda jogava muito bem futebol, um craque. Ele dedicava-se aos serviços gerais, encanamentos, reformas, etc. Nas horas vagas, cuidava de pequena horta e de seu galo de briga, que um dia roubamos e cozinhamos com abóbora (ficou um horror, a carne dura dispersa numa gosma aguada doce e amarela; fome ignora os olhos, e comemos tudo). Ele nunca descobriu quem foi, mas garanto que caso isso ocorresse sua vingança seria medonha, dado o apego de Valtinho ao bicho.

Zelas, o zelador, contemporâneo de Valtinho quando esteve internado, sofria de epilepsia. Morava num cubículo imundo do lado da 4ª Cia. O material de limpeza que estava sob sua guarda se misturava a roupas e pertences embolados por sobre a cama repleta de manchinhas de sangue das pulgas esmagadas. Contrariando o nome e a função, Zelas não zelava por nada, já que os imundos banheiros teoricamente estavam por sua conta e pelo estoque de desinfetantes, pastas vassouras e sabões em seu quarto, via-se que o problema de higiene na escola não era a falta de produtos de limpeza, era preguiça mesmo. Vivia batendo papo, defendendo posições absurdas em discussões vazias com alunos e outros funcionários. Contava-se que fora noivo e que abandonou a idéia de casamento depois que descobriu que a noiva era fã do Tarcísio Meira. Numa noite ao visitar sua futura senhora, ele foi solenemente ignorado até o término do capítulo da novela. Nunca mais voltou. Sorte da moça.

Venâncio, o homem manco, com a boca meio torta, exercia a função de almoxarife. Quieto, realmente triste, morava num quartinho isolado. Escravo de doenças, logo após minha chegada morreu. Acompanhamos o enterro. Naquele dia de chuva, o caixão simples desceu à cova sem choros e lamentações. Parente algum deixou na tumba suas lágrimas. Viveu órfão, morreu órfão.

O Brasil dividido



O Brasil está dividido entre os que têm conta na Suíça e os que têm conta nas Casas Bahia.



segunda-feira, 23 de março de 2015

Vamos lá e último gole

Em Guará, interior de São Paulo, tem um motel chamado "Vamos lá". Não precisa nem desenhar! Já em Jacarezinho (PR), tem um bar chamado "Último gole". O brasileiro é um publicitário nato!

Como reconhecer um parlamentar medíocre

Constata-se em Brasília: a todo deputado ou senador medíocre cabe a um gabinete medíocre. O contrário, em pequena quantidade, também é verdade. Estou convencido de que nossa capital foi construída longe de tudo para o brasileiro comum não testemunhar o ridículo do poder.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Minha Benção

Abençoado seja aquele
que no governo acredita,
ou é um cretino, ou toma
da mesma água na bica.

terça-feira, 17 de março de 2015

Dona Corrupta, a velha senhora

Ó velha senhora dona Corrupta,
Que os políticos acompanha,
Diga a esses velhacos senhores
Que na cadeia eles viram fruta!

Dizer-se humilde já revela por si só a soberba

A humildade é uma virtude. E qualidades morais não se fabricam, são inatas. Humildade repentina transforma-se rapidamente em soberba, que é o estado natural de quem finge humildade. -- Em outras palavras, quem nunca foi humilde, jamais conseguirá sê-lo, mesmo com o apoio de marqueteiros e atestado do papa.

Troco ações da Petrobrás





Troco ações da Petrobrás por ações de fábricas de panelas.

Reforma política feita por corruptos é piada

Os marqueteiros do Planalto conseguiram a façanha de requentar para Dilma o discurso de seus ministros, que já era ruim e que ficou pior ainda. Onde já se viu um Congresso corrupto e bichado fazer uma reforma política decente?! Um pacote anticorrupção feito por suspeitos de corrupção?

segunda-feira, 16 de março de 2015

Internauta isola militantes nas redes sociais

Campanha que está tomando corpo nas redes sociais para o isolamento do PT
Creio que o pessoal da sociologia, o não dependente das bolsas do governo, é claro, já deve estar estudando esse fenômeno da ausência de partidos nas manifestações deste domingo. É um verdadeiro nó nos conceitos acadêmicos de partidos como condutores e artífices da representatividade política. Pelo que parece, estão todos descolados da realidade, e cada legenda passou atuar única e exclusivamente pela defesa cartorial de seus interesses, inclusive pela sobrevivência pura e simples da legenda.
Outro ponto de estudo, agora para analistas das Redes Sociais, também no campo da sociologia, é o total isolamento a que foram submetidos os militantes partidários na rede, sobremodo os defensores do governo. Vistos como mercenários, são facilmente identificados pela defesa raivosa de princípios que ofendem a lógica, quando não a inteligência do cibernauta. 
Esse isolamento tende a ser maior ainda, inclusive com campanhas nas redes sociais para que se deixem esses militantes falando sozinho, tal é o grau de antipatia que alcançam, como se fossem retratos-reflexos da impopularidade do governo que fazem a propaganda 
Isolados, falam para eles mesmos, fazem blogs para consumo próprio, curtem e comentam entre si apenas, e não passam mensagem alguma para o público externo, a não ser a de intolerantes e, muitas vezes, semi-analfabetos, pela inabilidade que têm com a língua portuguesa. São a verdadeira imagem alegórica da cobra engolindo o próprio rabo, como sonhou Kekulé, ao imaginar o anel benzênico da química.
Ora, se o objetivo era difundir ideias e promover o debate das ideias do partido, esses militantes falharam. Em vez de serem algo de positivo para o governo, acabaram por enterrar mais ainda os ideários do governo. Talvez, tenhamos aqui, como matéria de estudo, o primeiro caso de como militantes não devem atuar nas redes sociais. Se quiserem continuar, é melhor que parem, analisem e comecem tudo de novo, caso contrário, estarão condenados ao isolamento eterno na rede, o que é uma quase morte em vida neste nosso tempo cibernético.


Zumbi Penitente

Na madrugada fria que cheirava morte
Um triste zumbi cruzou meu caminho
Caminhava lento, esquelético e franzino
Com seus 70 anos pesando no lombo

Tinha o coração cansado, quase parado
Num respirar difícil a pedir em súplicas
Dos céus um pouco de ar emprestado:

"Aonde vais, penado penitente?", perguntei

E um fio de voz se formou naquela boca seca
E me respondeu em susto desdentado:

"Vou marcar consulta para minha alma
"Na Unidade de Saúde do Céu, caminheiro
"Vou ver se lá doutro lado sou tratado
"Porque cansei de esperar nesta Terra
"O respeito que até cachorro merece."