sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Sine ira et studio e o mito do jornalismo imparcial

A imparcialidade é um mito perseguido pelos jornalistas que escrevem a história diária de nosso tempo. Infelizmente, no capitalismo, o jornalismo no mundo inteiro é um negócio como qualquer outro, com um empresário negociando mercadorias, no caso, a informação produzida pela reportagem. Aprender isso, já no primeiro dia de aula, evitará muitas desilusões para os iniciantes. Sine ira et studio (Sem ódio e sem preconceito) recomendava Tácito para aqueles que desejam escrever a História; sem parcialidade. Mas, Tácito não tinha patrão, eis o segredo.

Nossos agradecimentos ao Roberto Carlos e Ana Carolina

A verdadeira cultura nacional, a que não se vende para os padrões comerciais, só tem a agradecer ao Roberto Carlos e Ana Carolina por suas louváveis iniciativas de pedirem a retirada das letras de suas músicas dos sites de cifras. 

Deputados recusam o vale-passagem para cônjuges

Está certo, a maioria joga para a torcida porque sabem que isso é muito difícil de se explicar nas bases eleitorais. Mas mesmo assim vale. Após a Câmara liberar passagens aéreas para cônjuges de deputados, as bancadas de PSDB, PPS e PSOL anunciaram que abriram mão do mimo. O deputado Carlos Sampaio (SP) classificou de "inaceitável" a Câmara bancar as passagens aéreas dos cônjuges de parlamentares justamente no momento em que o governo elevou alguns tributos.

Exército Islâmico e a barbárie medieval

Este esporte medieval, queimar livros, pessoas e destruir obras históricas de arte, muito apreciado por ignorantes, voltou a ser praticado em certos lugares do mundo. A última vez que isso aconteceu em escala semelhante foi na Alemanha Nazista nas décadas de 1930 e 40. Esse Exército Islâmico está passando de todos os limites de tolerância. Creio que teremos que voltar para as cavernas e começar tudo de novo, essa tal de civilização parece não ter dado certo mesmo.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A liberdade de associação sindical é inegociável

Espero que os sindicalistas de todas as cores, esquerda, centro e direita, tenham notado muito bem o espírito das ações do Ministério da Justiça sobre os manifestantes caminhoneiros (laborais e patronais). É um precedente que pode atingir qualquer categoria em greve. O princípio da liberdade sindical, do direito de livre associação, foi prejudicado ao se elegerem sindicatos para se negociar e firmar acordos. Se há locaute, a acusação deve ser explícita e apontados os culpados.
Os sindicatos não concordantes foram simplesmente ignorados e passou-se para a individualização das multas, que no Brasil sempre foram coletivas, por se tratar, é lógico, de um movimento coletivo. Lembro ainda que, reconhecer apenas uma estrutura sindical afinado com o Estado é algo que foi abandonado na Constituição de 88, quando os sindicatos ainda estavam atrelados ao Ministério do Trabalho, numa organização sindical oficial copiada aos fascista por meio da Carta del lavoro, em 1921. Hoje os caminhoneiros, e amanhã?

A tatuagem da perereca que voa com asas próprias

Quando tenho tempo faço traduções de latim, de graça e de coração, para não perder a prática. Mas tem gente folgada, uns me pedem por e-mail para traduzir frases para tatuagem (veja a que ponto chegou o nosso latim!) e outros esquecem de usar as duas palavrinhas mágicas, "por favor". Daí não faço. Se fosse um cara sacana escreveria uma frase também sacana só para o folgado ficar com uma tatuagem sem sentido no couro. Igual a da moça ao lado, que coloca asas em local impossível, anatomicamente falando, entretanto, que dá um recado ao noivo (note a aliança!), que não deve conhecer latim, pois a inscrição é clara: a perereca voa por conta!
Alis volat propriis - voe com as próprias asas.

Ingratidão de Fruet faz ex-deputado Picler deixar o PDT



Responsável pelo convite ao ex-tucano Gustavo Fruet, o ingrato, para ingressar no PDT e se eleger prefeito de Curitiba, e depois de mais de 20 anos de dedicação ao partido, o empresário e ex-deputado federal Wilson Picler deixou o PDT. Seu assessor em Brasília , José de Oliveira Guedes, protocolou o pedido de desfiliação, logo após Picler ter ligado para alguns esclarecimentos finais ao senador Cristovam Buarque, que obviamente ficou insatisfeito e sentiu a perda de companheiro de partido, mas nada que abalasse a estreita relação de amizade e admiração entre os dois.

Os motivos de Picler e os novos desafios

Em nota, o ex-deputado ameniza sua saída, mas é sabido que Picler foi o principal mentor e apoiador da candidatura de Fruet a prefeito, mas foi o primeiro a ser preterido depois de sua posse na Prefeitura de Curitiba. Diz a nota que, após uma intensa dedicação ao PDT de Curitiba e do Estado do Paraná, quando, durante sua gestão como presidente do Diretório Municipal de Curitiba, ajudou a eleger o prefeito Fruet, Picler refletiu profundamente sobre os caminhos que iria trilhar. Após um afastamento para repensar sua trajetória política, inclusive com a mudança de seu endereço eleitoral para Brasília, Wilson anunciou ontem seu desligamento do PDT. “Sinto-me preparado para novos desafios, tanto na Educação, para a qual tenho dedicado todo meu empenho e profissionalismo, por ter a convicção de que é a única solução para o nosso país; como, também, pretendo agregar uma nova agenda abrangendo o crescimento e o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio-ambiente. Tenho prestígio, liderança, companheiros fiéis, amigos, seguidores e admiradores, e sei que posso contar com eles para recomeçar um novo trabalho. Agradeço aos membros do PDT que sempre me apoiaram. Aprendi muito nesta convivência, em especial, com o senador Cristovam Buarque, a quem serei grato eternamente. Mas é hora de um voo mais alto e de novas perspectivas, o Brasil é minha vocação mais urgente. Sinto-me preparado para novos ares e novos desafios.”


Picler finaliza, destacando ainda que um dos momentos mais marcantes em sua trajetória dentro do PDT foi o apoio irrestrito que recebeu dos companheiros.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Greve dos caminhoneiros foi o início do fim de Allende

Só para lembrar: foi uma greve de caminhoneiros, paralisando a economia chilena, que precipitou a queda de Salvador Allende.

Greve ao vivo na TV

TV Paranaense se modernizando: hoje, jornal será ancorado e transmitido do Centro Cívico. Boa sorte a todas as partes envolvidas!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O fogo, o vento e as revoltas populares

Incêndios prosperam de uma simples fagulha. Grandes revoltas populares nascem como as brisas na macega, até se tornarem ventos de tempestade. Ambos, o fogo e o vento, são incontroláveis.

A greve dos caminhoneiros pode descambar para o uso da força

As pouca opções de Dilma ao peitar os caminhoneiros em greve: fazer um acordo (o orgulho, a presunção e a arrogância, certamente não vão deixar que isso ocorra); tentar pressionar economicamente os sindicatos (o movimento pode fugir do controle das lideranças sindicais); colocar o Exército para desimpedir o trânsito (é o único que tem efetivo para tal empreitada) com o auxílio da inconstitucional Força de Segurança Nacional. E com o uso da força, nem mesmo oráculo para prever o resultado. (Foto - Paraná-online)

Dilma escolhe inimigo errado para sair da crise

Protesto dos caminhoneiros no RS, Lula e Dilma como alvos
Frágil e atolado em escândalos de corrupção, o governo Dilma poderia arrumar qualquer coisa para demonstrar a força que já não tem faz tempo. Tudo, menos peitar trabalhadores de um dos setores mais estratégicos de qualquer economia, o transporte de cargas. Se quiserem, em menos de 24 horas, os grevistas sitiam cidades e param até novena de igreja. Nem parece que o PT saiu do movimento sindical. Deve ter esquecido como é trabalhar de verdade.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Dilma, a inimiga nº 1 dos trabalhadores caminhoneiros

Não tem governo neste mundo que não respeite os sindicatos dos caminhoneiros. Nos EUA, Canadá e Europa são o mais temidos, porque em poucas horas param qualquer país. Os transportadores de carga são estratégicos numa economia capitalista, pois fazem circular as mercadorias e riquezas. Os sindicatos brasileiros dessa categoria sempre foram fracos em mobilização, até mesmo meio apelegados, mas parece que saíram do sono de décadas. Dilma entrou de barriga na briga e, novamente, em hora errada, peitando os trabalhadores, em vez de deixar isso para um de seus 39 ministros, ou qualquer outro palerma do palácio. Mais um tiro no pé, mais uma sangria para o governo que perdeu o rumo de vez. Agora, além de uma causa, o movimento ganhou uma inimiga para personificar a causa.

O QUE OS CAMINHONEIROS QUEREM


1) Diminuição do valor do combustível, que, segundo a categoria, representa 60% do frete nas rodovias;

2) Criação de uma tabela única nacional de preços do frete baseada no km rodado. Hoje, o valor é calculado de várias formas, de acordo com o que é definido em cada estado. Em alguns lugares, por exemplo, o frete é pago levando em conta o peso e a mercadoria carregada;

3) Prorrogação de 12 meses das parcelas dos financiamentos de quem comprou caminhões pelo BNDES;

4) Obras para melhorar as condições das rodovias, principalmente as federais;

5) Aprovação pela presidente das alterações na “Lei dos Caminhoneiros”, que prevê jornada fixa de trabalho de oito horas por dia, mais as duas horas extras. A categoria quer jornada de doze horas, mais duas horas extras;

6) Isenção de pedágios para eixos suspensos. Hoje, os caminhoneiros pagam por todos os eixos, mesmo vazios.

A biografia beata do condenado Dirceu vai custar R$ 134 milhões, de acordo com o Ministério da "Cultura"

Quando se escreve ou filma-se uma biografia por encomenda, o que se fica sabendo de verdade é suficiente para escrever outro livro ou fazer outro filme. Pinta-se de santos pobres diabos, de virtuosos os que não têm virtude, faz-se até adaptações de linguagem para se chegar ao patamar da ignorância de quem se descreve. O filme sobre a vida de Lula seguiu este roteiro, e com tamanha eficiência, que nem mesmo Lula deve ter acreditado na personagem criada. Mas se a coisa pode piorar, piora. Agora, O diario oficial da união de 15 de fevereiro publicou portaria do ministério da cultura na qual aprova destinação de 134 milhões de reais para o filme "O guerreiro do povo brasileiro", que conta a vida de presidiário José Dirceu.

Tartaruga diz que ser comparada com Fruet é bullying

Maior barraco hoje no centro de Curitiba. A PM teve que mobilizar a tropa de choque para separar uma briga entre a Tartaruga e a Lesma. Na delegacia, a Lesma registrou queixa contra a Tartaruga.
De acordo com a Preguiça, advogada da Lesma, tratava-se de bullying praticado pela Tartaruga, que já conta com várias passagens pela polícia.
"A pobre Lesma estava sendo comparada com o prefeito Fruet e jura que sempre foi mais rápida do que ele", disse a competente advogada Preguiça, citando várias testemunhas comissionadas e que estavam passeando na rua em horário de expediente da Prefeitura de Curitiba. Tudo registrado na Primeira DP.

Zumbis do fim do Horário de Verão

De todas as besteiras que já vi
De todas as loucuras deste mundo cão
A mais doida é essa que nos faz zumbis
É essa merda de Horário de Verão!

Homens livres, estados autoritários

A primeira expressão da liberdade do homem é pensar; a primeira expressão dos governos autoritários é não deixar o homem pensar.

Dilma é metade arrogância e a outra metade é soberba

A soberba, a arrogância e a mentira mataram o governo Dilma. Por cultivar a mentira, mesmo que reconheça a soberba e a arrogância para livrar a pele, ninguém acreditará na súbita sinceridade. É tarde, a marca de Caim já está na testa dela, do PT e seus aliados.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

O Reino do Cusquidão (Parte I)

Era uma vez um reino encantado
Tão irreal quanto distante
E como havia de ser, o povo vivia mal
E seus políticos bem a dar com pau
Fora formado por bandidos degredados
Que nele tornaram-se nobres
E assumiram todos os cargos de mando
Nos governos, parlamentos e tribunais
No comando ditaram os costumes
As leis que aos grandes não puniam
E levavam para cárcere e açoite
O negro, o índio e o ladrão de galinha.

II

Paraíso na terra para os endinheirados
Inferno cuspido para os desgraçados
Fez-se até mesmo com reis importados
Assim como eram os escravos, é claro
Mas havia nele tanta terra e imensidões
Território virgem para ser ocupado
Que na falta de brancas mulheres
Para as proles serem aumentadas
Resolveu-se dar aos brancos homens
O direito de se acasalar com as índias
Para formarem uma mestiça raça
Sararás que povoariam os sertões.

III

O reino dos ricos fidalgos afrescalhados
Depois dos escravos a muito custo libertados
E de uma guerra genocida e acovardada
Foi pelo chão jogado por outros diabos
Que a República das Bananas fundaram
Macaca da Europa e dos Estados Unidos
Aqui se formou uma elite rica e abestada
Enquanto que o populacho passava fome
E era deixado em criminosa ignorância
E assim chegamos aos nossos tristes dias
Com a nação sendo roubada na cara-dura
Por nova corja da bunda-suja e vadia.

Resenha de Domingo: Nostradamus, o místico profeta que escrevia poesia para fugir da fogueira da Inquisição


Fernando Nandé
            

A primeira pergunta que se deve fazer sobre alguém que se tornou mito é se ele existiu realmente e, em caso afirmativo, o segundo passo é eliminar os excessos comuns às biografias mitológicas.
             Sim, Michel de Nostradamus, nome latinizado de Michel de Nostredame, não é lenda. Ele nasceu ao meio-dia de 14 de dezembro de 1503, em Saint Rémy de Provence, filho do casal judeu convertido ao catolicismo Jacques de Nostredame e Reyniére de Saint Rémy. Sua grande cultura e inteligência foram estimuladas desde cedo pelo seu avô Jean, que deu ao menino as primeiras noções de grego, latim, hebraico, matemática, cabala e astrologia.
            Com 19 anos, ele ingressou como estudante de medicina em Montpelier. Após receber o título, começou a clinicar tratando doentes atingidos pela peste, doença endêmica na Europa do século XVI. Em 1525, ele já era reconhecido como um bom médico nas cidades em que circulava: Narbonne, Carcassonne, Toulouse, Bordeaux e Avignon. Depois, começou uma série de viagens por quatro anos – durante sua vida errante, acredita-se que ele também tenha passado pela Itália e Sicília.
            Pouco se sabe do médico no período que vai de 1525 até 1546. Uma informação comum nas suas inúmeras biografias mostra que Nostradamus se estabeleceu por certo tempo em Agen, onde se casou. Nessa mesma localidade, ele teria perdido a esposa e dois filhos vitimados pela peste. Depois, Nostradamus muda-se em definitivo para Salon de Craux, onde se casa e tem filhos.
            A partir de 1550, Nostradamus passa a editar almanaques anuais contendo material astrológico. Em 1555 faz publicar a primeira edição das Centúrias. Quatro anos mais tarde, uma de suas profecias é confirmada com a quadra que previa morte trágica do rei Henrique II da França. Pela fama alcançada, ele começa a atender membros da nobreza europeia, como médico e como astrólogo.
            Os antigos biógrafos de Nostradamus afirmam que uma das fontes de sua poesia profética é a Astrologia, porém misturada a conhecimentos de Astronomia. Mas nas duas primeiras quadras da primeira centúria, o próprio Nostradamus nos explica seu método e ritual antes de registrar o que tinha lhe chegado como presságios:
I.1
ESTANT assis de nuict secret estude,
Seul reposé sur la selle d'aerain:
Flambe exigue sortant de solitude,
Fait prosperer qui n'est à croire vain.
[Estando sozinho, à noite, em secretos estudos, tomo assento no tripé de cobre: minúscula chama surge da solidão e faz progredir quem não crê em vão].
I.2
La vierge en main mise au milieu de Branches
De l'onde il moulle et le l'imbe e le pied:
Vn peur et voix fremissent par les manches:
Splendeur diuine. Le diuin pres s'assied.
[O bastão em meio a ramos nas mãos, a água me molha tanto os pés quanto a barra da túnica. Minha voz treme e o tremor passa pelo meu punho. Fulgor divino. O divino desce sobre mim].
            Pela extensão da obra poética de Nostradamus, ele deve ter repetido esse ritual por anos a fio. As noites no século XVI eram tediosas e mal iluminadas por velas em minúsculas chamas. De acordo com essas duas quadras, completamente só, o profeta senta-se numa cadeira feita de bronze e mergulha seus pés numa bacia com água e ervas medicinais – sofria de gota – e, dessa maneira, entra num transe semelhante aos médiuns que hoje psicografam. Sentia-se assim, em estado quase que febril e inspirado por uma entidade divina.
 Tumba de Nostradamus no Collégiale St-Laurent, Salon
            Muitos entendem o bastão e as ervas em sua mão como uma espécie de filtro para suas profecias, mas a razão para isso nos parece prática, ele usava o bastão para agitar as ervas medicinais da efusão preparada na bacia com água quente, com a intenção de descansar seus pés e tratar a gota, sem que para isso tivesse que se levantar da cadeira. Assim, num dia qualquer, por dever de ofício, ou talvez como incontestável prova de que possuía um dom singular, Nostradamus prevê e descreve a sua própria morte:

Prèssage CXLI. Nouembre.
Du retour d'Ambassade. dô de Roy. mis au lieu
Plus n'en fera: sera allé à DIEV:
Parans plus proches, amis, freres du sang,
Trouué tout mort prés du lict & du banc.
[Ao retornar da Embaixada e guardando o presente do rei em lugar seguro, ele não poderá mais agir e morrerá. Os parentes próximos, amigos e consanguíneos o encontrarão morto ao lado do leito e da cadeira].
            No final do ano de 1564, Nostradamus visitou Carlos IX, que lhe ofereceu uma quantia de trezentos escudos de ouro. Logo após, sua família e seus amigos o encontraram morto, ao lado da cama e ao pé da cadeira de bronze.

A epopeia do futuro e o poeta Nostradamus

            Em todas as análises que se me ofereceram aos olhos sobre Nostradamus noto que um fato de
Edição de 1568 das Centúrias de Nostradamus
muita importância é simplesmente relegado ao segundo plano ou nem mesmo é considerado: Nostradamus é antes de tudo um poeta, com toda a carga e peso que essa designação guarda. Na totalidade, sua obra é construída em versos.
            Considerando apenas as Centúrias, vamos encontrar 12 delas, planejadas, é lógico, para conter cada uma 100 quadras, num total de 1.200 quadras, ou 4.800 versos. Todavia, algumas delas aparecem com números diferentes: a sétima com 46 quadras; a oitava com 108; a décima primeira com apenas duas; e a décima segunda com 11 quadras. Num total efetivo de 967 quadras, ou 3.868 versos. Uma hipótese a ser considerada, além da falta de tempo para terminá-las, é que inicialmente o poeta planejou 10 Centúrias e não doze como aparecem em quase todas as edições que vieram a lume.
            Ora, esse número de versos em uma única obra é comum em epopeias. A Ilíada, atribuída ao poeta grego Homero (século VII a.C), é composta por 15.693 versos. O nosso Luís Vaz de Camões (1524-1580) compôs “Os Lusíadas” com 8.816 versos.
            A propósito, o grande poeta português é contemporâneo de Nostradamus e, por isso, julgo convenientes algumas observações: as primeiras partes das Centúrias foram publicadas entre 1555 e 57 e “Os Lusíadas” em 1572; Camões escreveu em oitavas – oito versos decassílabos rimados no esquema ABABABCC; Nostradamus optou pela quadra – quatro versos decassílabos rimados no esquema ABAB.
            É evidente que apenas faço um paralelo comparativo entre as dimensões das obras citadas e jamais me proporia a outra forma de análise, porque são casos totalmente diferentes. Incialmente, ao contrário do que acontece com a leitura de Camões, para a pobre alma que se debruça por sobre a magnífica extenuante obra de Nostradamus, nada mais se vê do que um amontoado de enigmas distribuídos em caótica ausência de ordem numa linha do tempo inexistente, complicados por uma linguagem aparentemente obscura e até mesmo incompreensível. Somem-se a essas dificuldades, versos decassílabos escritos em Francês Provençal (arcaico) misturados ao Latim e ao Grego, em grande parte afrancesado, com a sintaxe de regência latina – em alguns versos são suprimidos os artigos e as palavras obrigam o tradutor às regras das declinações e modos praticadas ainda no tempo dos imperadores romanos; para piorar, como poeta e profeta Nostradamus recorre a figuras de linguagem, anagramas e à ordem indireta em seus versos, para garantir o seu estilo profético, além da métrica e cadência exigidas pela poesia.
            Outras perguntas que temos que fazer a esta altura: por que Nostradamus apresenta sua obra dessa maneira confusa e em qual categoria poética devemos enquadrá-la?
            Para responder a essas questões, há de se buscar o clima político e religioso da época em que viveu o profeta. A Igreja Católica, com a inquisição do Santo Ofício, intensificou a caça às bruxas depois do início de movimentos reformistas em seu próprio seio. A Alemanha agitava-se com a reforma protestante posta adiante pelo padre e teólogo Martinho Lutero (1483-1546). Impressas em várias línguas, as ideias de Lutero são espalhadas rapidamente por toda a Europa. Em França, os protestantes (huguenotes-calvinistas) se animam pelas pregações do erudito bíblico Jacques Lefèvre D’Étaples (1455-1536). “A pluralidade de movimentos religiosos, quase que simultaneamente com o momento em que se consolidava o poder e autoridade da Igreja, tornou necessário recorrer a medidas e estratégias de dissuasão por meio da excomunhão, tortura, ordálio (ou ‘prova de Deus’) queima de hereges ou o ataque a populações inteiras. Esse procedimento era inquisitório. Posteriormente o processo se institucionalizou, principalmente a partir da Reforma proposta por Martim Lutero, considerada o desafio mais perigoso ao catolicismo oficial.” [Báez, p.159].
           
Para se obter a confissão do "herege" era usada a tortura
Nostradamus, filho de judeus convertidos ao catolicismo, praticava a alquimia e a astrologia. Mesmo gozando da proteção nobreza, provavelmente ele teria sérios problemas com a inquisição se publicasse seus versos em ordem correta e de forma clara. Suas previsões para o futuro da Igreja Católica eram e são as mais sombrias possíveis. Por si só, elas denunciam abusos em claro apoio ao ideário reformista. Portanto, para um homem em sua posição, com uma família a preservar, seria extremamente temerário a expressão de versos subversivos em relação à Igreja e a outros poderes estabelecidos. Isso nos explica a supressão de vários versos nas Centúrias – certamente os mais perigosos. Mais adiante vamos ver que há indícios claros de que o próprio Nostradamus queimou parte de sua obra – infelizmente, perdida para todo o sempre. A possível perseguição a qual estariam sujeitos os filhos e outros descendentes de Nostradamus pela Inquisição, também é justificativa para o desordenamento proposital dos versos impressos e que chegaram até nossos olhos.
            Hoje, depois da concretização de parte das profecias, é possível desfazer-se da sua linguagem hermética e inferir uma ordem aos versos das Centúrias. Neste pequeno estudo, ordeno as quadras por assunto e, assim, verifico o desenrolar dos eventos numa linha do tempo lógica. Desfaz-se dessa maneira o genial disfarce engendrado pelo profeta que deu suas quadras para a impressão misturadas aleatoriamente, num jogo de enigmas a ser decifrado numa época posterior, mais favorável à difusão e estudo das profecias.
            Deduzo que Nostradamus pretendia escrever uma inédita epopeia com a história futura do homem. Em sua definição clássica, a epopeia está relacionada à descrição de fatos e sem, no entanto, ser necessariamente fiel a eles, ao dar espaço a lendas e à mitologia da tradição oral. Ela geralmente é elaborada em versos, desenvolve conceitos morais numa narrativa que contém personagens, tempo, ação e espaço, encaixados em cenários de guerra ou de extremas dificuldades para os protagonistas.
            Nas Centúrias encontram-se todos esses elementos, porém contados adiante do tempo do poeta. Nelas, o gênero humano é ameaçado por sucessivas guerras, sendo que as personagens épicas de comando são apresentadas como vítimas de um destino ditado pela imoralidade do matar em massa e continuamente num tempo infinito e no amplo espaço do planeta Terra. E aqui vai mais uma observação para esse inusitado épico, a presença do anti-herói como protagonista, não apenas um, mas vários deles. Uma ideia revolucionária para uma época eivada pela poesia de paixões de alcova e farta de atos heroicos dos cavaleiros andantes e navegantes.
            Talvez, o fascínio guardado nas Centúrias por todos esses séculos repouse na possibilidade de estarmos reconstruindo inconsciente e de forma constante essa estranha epopeia. Um jogo que só terá seu fim determinado na efetivação, ou não, da maior parte das profecias de Nostradamus.
            Neste escopo, trabalho apenas com os instrumentos da razão e permito-me, às vezes, caminhos que nos levam ao exercício da ficção, nada mais. Assim, realizo um novo ordenamento das Centúrias dentro dessa nova perspectiva da formatação de um grande poema dificultado pelos fatos não acontecidos, mas que devem ser imaginados ao se seguir a linha temporal da história e deduzidos a partir da realidade objetiva. “Afastando a imaginação fantástica, por meio do discernimento, podemos conhecer os acontecimentos futuros”, escreveu Nostradamus a seu filho César, num claro apelo ao racionalismo diante das profecias.
            Além das Centúrias, fazem parte da obra poética de Nostradamus, 141 presságios e 58 sextilhas e uma quadra entre a sexta e a sétima centúria que serve de alerta ao mau uso que se fizer das profecias. Em prosa, duas cartas, uma dirigida a seu filho César e outra ao rei Henrique de França, uma espécie de resumo das profecias.



A fogueira, como destino dos autores e escritos “heréticos”

            Os cuidados de Nostradamus ao “disfarçar” sua obra se explicam pelos destinos que eram
Na Inquisição, livros e homens "hereges" foram queimados 
dados aos autores e seus escritos supostamente heréticos. Lutero escapou da fogueira da Inquisição, mas seus escritos provaram do calor das chamas da intolerância. Leão X (1475-1521) excomungou Lutero e proibiu a leitura ou citação de qualquer coisa escrita por ele. Carlos V (1500-1558) ordenou a destruição de todos os seus livros. A partir de 1529 estava proibida a impressão de qualquer obra escrita que não fosse autorizado por um órgão sacerdotal. Em 1542, época em que Nostradamus já produzia seus versos, o papa Paulo III (1468-1549) constituiu a Romanae Universalis Inquisicionis seu Sancti Officci, abreviada para Santo Ofício, apenas. Essa instituição católica tinha o mesmo objetivo da inquisição da Idade Média, oferecer duro combate contra todas as supostas heresias – desvios das condutas cristãs e políticas da Igreja. Porém, como explica o historiador Báez, na sua História Universal da Destruição de Livros, o Santo Ofício se concentrou nos teólogos e sacerdotes, rastreando com espiões e mercenários qualquer ideia suspeita.
            Em 1556, um ano depois da publicação dos primeiros versos das Centúrias, o rei francês Carlos IX (1550-1574) ratificou a lei que ameaçava os impressores, autores e vendedores com a prisão, ou destruição pelo fogo, dos escritos editados. A partir de 1571, nenhum livro poderia ser editado em França sem a permissão real.
            Nesse clima de desconfiança implacável, ao qual estavam expostas pessoas como Nostradamus, a cautela significava sobrevivência. Quando era impossível para a Inquisição atingir o autor, a obra era simplesmente destruída. Como exemplo, Baéz destaca a figura do alquimista, astrólogo e poeta Henrique de Villena (1384? -1434). Segundo o historiador, a Igreja não parou de perseguir Villena nem mesmo nos últimos dias de sua vida, até mesmo no dia em que ele morreu: “todos os seus livros foram confiscados, revistos e, em sua maioria, queimados”.
            Na carta a César, Nostradamus recomenda-lhe cautela ao informá-lo de que deixou de escrever muitas das profecias por causa da “injustiça do tempo presente” (Inquisição): “Resolvi não escrever minhas predições porque os governos, as seitas e os países sofrerão mudanças tão diversas, mudanças tão diametralmente opostas às condições presentes, que, se eu revelar o que será o futuro (em linguagem clara, bem entendido), os homens dos governos, das seitas, das religiões e os homens de convicção vão considerar essas profecias tão contrárias ao que desejam seus ouvidos fantasistas, que serão levados a condenar aquilo que será presenciado e reconhecido nos séculos futuros”. [Fontbrune, p.26].
            Na mesma carta, Nostradamus revela ter queimado todos os cânones e livros que ficaram ocultos durante longos séculos e que estavam em seu poder. E de fato, milhares são os livros que sabemos que foram escritos em séculos passados, pois constam citados em outras obras, e que jamais chegarão às nossas mãos, porque, seja por precaução ou de propósito mesmo, eles foram queimados nos séculos das trevas e superstição.
            Nem mesmo a obra de Nostradamus escapou da estupidez escondida nessa escuridão, conforme nos revela a História Universal da Destruição de Livros: “A primeira edição desse livro (Centúrias) se fez em 1555, em Lyon na oficina de Macé Bonhomme. Intitulava-se Les Prophéties. Incluía as três primeiras centúrias e 53 versos da quarta. Essa primeira edição, no entanto, é uma verdadeira raridade porque tem sido sistematicamente destruída desde seu aparecimento. No século XIX havia um exemplar na Biblioteca da Cidade de Paris, mas a destruição do prédio acabou com a amostra. Havia outro exemplar na biblioteca Mazarino, mas acabou sendo vendida por 12.310 francos ao Hôtel Drouot em 17 de junho de 1931.
            Hoje sabemos da existência de dois exemplares: um na biblioteca de Viena e outro na biblioteca Rochegude, na região do Tarn. Dessa primeira edição se fizeram, no entanto, várias reimpressões”. [Báez, p. 169].

José Fernando Nandé é poeta, jornalista e titular deste blog.


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Bibliografia




ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática latina. São Paulo, Saraiva, 2000.

BÁEZ, Fernando. História Universal da destruição dos livros. Rio de Janeiro, Ediouro, 2006.

BIRKKET-SMITH, Kaj. História da Cultura. São Paulo, Melhoramentos, 1962.

COMBA, P. Júlio. Programa de Latim, 1V. São Paulo, Salesiana Dom Bosco, 1991.

FONTBRUNE, Jean Charles. Nostradamus, historiador e profeta. São Paulo, Círculo do Livro, 1980.

FRANCO JÚNIOR & CHACON, Hilário, Paulo Pan. História econômica geral. São Paulo, Atlas, 1986.

FURLAN, Oswaldo Antônio. Língua e literatura latina e sua derivação portuguesa. Rio de Janeiro, Vozes, 2006.

GIBBON, Edward. Declínio e queda do Império Romano. São Paulo, Cia das Letras, 1989.

HERÓDOTO. História. Rio de Janeiro, Tecnoprint, 1985.

HOMERO. Ilíada. São Paulo, Martin Claret, 2008.

HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do homem. Rio de Janeiro, LTC, 2010.

NOSTRADAMUS. Les Propheties de M. Nostradamus. Lyon, Iean Hvguetan, 1696.

NOSTRADAMUS. Les Vrayes Centuries et Propheties de Maistre Michel NOSTRADAMUS. Leyde, Chez Pierre Leffen, 1650.

NOSTRADAMUS. Propheties de Michel Nostradamus. Avignon, J. A. Joly, 1815.

NOSTRADAMUS. Prophéties et centuries de Nostradamus. Paris. L. Passard, 1857.

VOLTAIRE. Dicionário filosófico. São Paulo, Escala, 2008.

WELLS, H. G. História Universal, 3 V. São Paulo, Cia Editora Nacional, 1967.

Curitiba, barriga, bundas e buracos

Deficiente visual atendida na XV depois de cair num buraco, 2013
Curitiba,
Assustado com a sombra da minha barriga,
Caminhava pela XV de Novembro e tinha medo.

Mais tarde, distraído olhando as raparigas
Enquanto o Universo solto se expandia
Estudava a influência das distantes galáxias
Naquelas bundas que também cresciam

Mas a felicidade ao pobre coloca preço
Logo enfiei o pé num buraco da calçada
E fui socorrido pelas almas santas do Siate
Que me deram uma bosta de bota de gesso.

A tartaruga, a lesma, a preguiça e o Fruet

Maior barraco hoje no centro de Curitiba. A PM teve que mobilizar a tropa de choque para separar uma briga entre a Tartaruga e a Lesma. Na delegacia, a Lesma registrou queixa contra a Tartaruga.
De acordo com a Preguiça, advogada da Lesma, tratava-se de bullying praticado pela Tartaruga, que já conta com várias passagens pela polícia.
"A pobre Lesma estava sendo comparada com o prefeito Fruet e jura que sempre foi mais rápida do que ele", disse a competente advogada Preguiça, citando várias testemunhas comissionadas e que estavam passeando na rua em horário de expediente da Prefeitura de Curitiba. Tudo registrado na Primeira DP.

Brasil, a pátria dos ladrões virtuosos

Pobre país, em que o ladrão do governo de hoje se acha virtuoso por supostamente ter roubado menos do que os ladrões dos governos anteriores. 

Arrogante, Dilma tem seu espelho na Venezuela

Dilma conseguiu desmoralizar até o Itamaraty. A diplomacia brasileira está abaixo do fifó do cachorro! Razão de riso no mundo inteiro, ao lamber o saco de ditadores e tratar questões de Estado como se compra verdura na feira. 
Ela acaba de puxar o gatilho do fuzilamento do traficante brasileiro preso na Indonésia, ao responder aos ignorantes com sua ignorância e arrogância. Em compensação recebeu o embaixador da Venezuela, que é governada por um ditador jacu e ignorante. Daí talvez, a identificação entre os dois. 

A ignorância dos patrulheiros nas redes sociais

Chegamos ao cúmulo do fiofó da mula, em que pensar com a própria cabeça tornou-se crime; em que patrulheiros orelhudos, que nunca conseguiram ler a orelha de um livro, se sentem no direito de questionar os que pensam; em que a ignorância é mérito e não defeito.

Cumpanheiro só faz vaquinha pra cumpanheiro

E daí, os "cumpanheiros" militontos revolucionários Coca-Cola não vão fazer vaquinha para tirar uma trabalhadora decente da cadeia? Familiares e amigos da idosa de 63 anos presa desde quarta-feira (11) na delegacia de Posto da Mata, distrito de Nova Viçosa, sul da Bahia, por não pagar a pensão alimentícia dos dois netos, tentam reunir dinheiro para quitar a dívida de R$ 4.417,36. Segundo Mozart de Souza, advogado de Benedita Conceição dos Santos, foi proposto um acordo para pagamento de R$ R$ 2 mil e a substituição no processo de dona Benedita pelo filho, Jailson do Santos, pai da crianças.

A vaca tosse, fala e mente

Dilma deveria ficar calada para sempre, pois cada vez que abre a boca, toda esperança de humildade na alma humana cai por terra. Dizer que a corrupção não começou em seu governo, não justifica o roubo praticado durante seu governo. A vaca não só tosse, mas fala e mente. Mais uma do folclore brasileiro para se juntar com as mulas-sem-cabeça, sacis e quadrilhas inocentes e sem chefes. 

Tem que mandar esses corruptos para a enxada

Não há de se achar normal a bandalheira instalada em nosso país. Não há normalidade no crime nem no ladrão "bem intencionado", como querem nos fazer crer. O normal neste país é o trabalhador que faz calos em suas mãos de sol a sol e come o pão que o diabo amassou. O anormal, é ter tanto criminoso, cabras safados, roubando esse trabalhador.

Bresser e Delfim Neto, os novos ideólogos do PT

A coisa está tão feia, que os grouchos-marxistas estão usando os argumentos dos "cumpanheiros" revolucionários Delfim Neto e Bresser Pereira para defender a Dilma nas redes sociais.

O escarro e o beijo

"A mão que afaga é a mesma que apedreja", fato. "A boca que escarra é a mesma que te beija", fato nojento. (Meditações sobre versos de Augusto dos Anjos, que guardo e sei de cor).

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Da apologia ao crime. Os criminosos e seus cadáveres

Nada que vem do crime pode ser bom. Por isso, qualquer justificativa que se dê para a presença da grana da contravenção nos desfiles das escolas de samba do Rio, ou dinheiro público desviado para eleger e reeleger corruptos, será capenga e, inevitavelmente, demonstrará o mau-caráter de quem defende ou está do lado dos criminosos. Na origem, crimes revelam em si a torpeza, o que existe de mais imundo entre os humanos e, a mais das vezes, cadáveres.

Com tantos buracos nas ruas, Curitiba é a cidade Lua

Enquanto o prefeito dorme, as capivaras pastam e as antas são comissionadas na prefeitura, o cidadão curitibano sofre. A coisa anda tão feia em Curitiba que, em apenas 5 dias, no período de 9 a 13 de fevereiro, foram protocolados, na Câmara Municipal, 81 requerimentos à Prefeitura de Curitiba referentes à implantação ou revitalização de asfalto na capital. A cidade é um buraco só. Coisa de fazer inveja às crateras lunares.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Paixões Curitibanas

Mandei-te tantas flores,
Tantas rosas vermelhas
E nenhuma resposta
(Depois descobri que o florista errou o endereço!)

Nas vezes em que conversamos
Quantos segredos não revelados
Quantos enganos em nós escondidos
Num ramalhete, num bilhete
Em rosas puramente vermelhas
Que te mandei junto com o meu coração atleticano
(Como poderia adivinhar-te muda e coxa-branca?)

Dediquei a ti tantos poemas
Poemas em pétalas de rosa
Rosas vermelhas, vermelhas rosas
E nenhuma resposta.
(Como poderia saber-te daltônica e especialista em prosa?)

Definitivamente desisti
Com os olhos vermelhos,
Vermelhos olhos,
De tantas lágrimas
Dedicadas a ti,
Fiz a felicidade da oftalmologista.


* * *
Para quem não conhece Curitiba: aqui, algumas ruas chegam a ter mais cinco nomes, fora os nomes polacos impronunciáveis e os nomes semelhantes, do tipo Marechal Floriano e Marechal Deodoro. A numeração das casas é uma desgraça. É mole, mole se perder na cidade.
Atleticano(a) é o torcedor do Clube Atlético Paranaense.
Coxa-branca é o torcedor do Coritiba F. C., principal adversário do Atlético.
Os homens de Curitiba, embora com a fama de sisudos e calados, têm o salutar hábito de mandar flores para suas mulheres e namoradas.

Este poeta não é atleticano, apenas usei uma licença poética. Já que meu Paraná Clube deixou de jogar bola há anos. 

Ducci defende trabalhadores e aposentados enquanto deputados do Paraná dormem ou fingem que são mudos

Todos os dias dou uma olhada no noticiário da Câmara para ver se pesco alguma coisa que presta produzida pela sonolenta bancada paranaense naquela augusta Casa de Leis. E adianto, pouco ou nada se aproveita de nossos ilustres deputados. A maioria ainda não justificou o que gastamos para mantê-los usufruindo das mordomias de Brasília. O único que parece estar trabalhando é o deputado Luciano Ducci (PSB), muito criticado por este jornalista quando ele era prefeito da capital dessa província -- críticas merecidas, diga-se de passagem.
Ou das duas, uma: ou as assessorias dos gabinetes dos 29 deputados restantes não estão funcionando, por causa do sono, ou os deputados eleitos são ruins de serviço mesmo. Alguns, suponho sejam mudos, com cargos no parlamento, onde falar é regra e necessidade, não dão uma palavrinha além daquelas sussurradas no celular em plena sessão. Mudinhos mesmo, nada de discursos, apresentação de projetos, justificativa de voto, enfim, prestação de contas.
Pois bem, falava de Ducci.  Seu gabinete informa que o deputado apresentou projeto de lei que valoriza o salário mínimo dos idosos e dos benefícios mantidos pela previdência entre 2016 e 2019. Ducci defende que o salário mínimo continue sendo calculado com base no crescimento do PIB do ano passado e retrasado, garantido um percentual mínimo de 2% mais a reposição da inflação do ano anterior pelo INPC. “De acordo com o Dieese, o salário mínimo atual não supre as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia. Saúde, educação, entre outros”, disse.
O ex-prefeito de Curitiba atenta que em mensagem enviada ao Congresso Nacional, a presidente Dilma Rousseff pediu o apoio dos deputados para aprovação da proposta que dá continuidade à política de valorização do salário mínimo. "Dentro desse contexto estamos apresentando nossa proposta que contribui também com os benefícios de idosos e aposentados e que possuam valores superiores ao salário mínimo para o período compreendido entre 2013 e 2020", explicou Ducci.
Com relação aos países sulamericanos, o salário mínimo brasileiro representa 50% do mínimo argentino, e encontra-se abaixo da média continental, que é de US$ 330 em 2014. “O salário mínimo é direito fundamental consagrado na Constituição Federal, que está diretamente ligado à satisfação das necessidades físicas e sociais do trabalhador, assim como à sua dignidade”, disse.

Brasil, a pátria da arte bajuladora

A coisa começou lá no Império Romano, com poetas, escritores e dramaturgos, enfim, intelectuais, puxando o saco dos governantes. Não que não tivessem talento, ou sensato sentimento crítico, tão caros e necessários à arte, mas aqueles bárbaros tempos exigiam isso, caso contrário, exílio e morte. O grande poeta Ovídio é um exemplo do que escrevo. 
Tal costume perdura até os nossos dias, entretanto, supostamente mais civilizado. O que está em jogo é muita grana, que financia um monte de picaretagens -- geralmente, bolsas de estudo no exterior, excursões, viagens, peças de teatro de gosto duvidoso, edição de livros amorfos, filmes sem pé nem cabeça e grandes shows de músicos consagrados ou não, por meio das tais leis de incentivo à cultura, ou falcatruas legais e ilegais equivalentes. Isso sem contar os chamados apoios culturais de estatais como a CEF, Banco do Brasil e nossa combalida Petrobras, entre outras. Picaretagens, em fase industrial, que evitam as críticas de alguns "artistas" ao governante de plantão. É a troca da bajulação pelo silêncio, é a torneira da água podre da arte vendida e de qualidade duvidosa. 
Portanto, para ter uns trocados no bolso, bajular virou a regra que alguns seguem de forma devota, como única exigência para aprovação de seus duvidosos projetos. Para esses "artistas", o mecenato de estado significa a obrigação do erário de financiar o "ócio produtivo" e garantir o caviar de cada dia, em troca de elogios baratos a políticos e outros pilantras do tipo, tudo isso num país de miseráveis. Sujeito que nega isso, certamente está com os beiços nas tetas públicas, ou espera vez para avançar na primeira teta que aparecer. 
Não há de se negar que, no meio dessa bandalheira toda, não exista gente bem intencionada, projetos sérios, arte de verdade, artista de verdade. Mas, como já escrevemos, a bajulação nessa área é regra. Para ser exceção, há de se questionar a regra e poucos o fazem, porque preferem jogar esse joguinho de cartas marcadas e dinheiro fácil, muito fácil. 

Arquitetos propõem a Frente Parlamentar de Políticas Urbanas

Com o objetivo de coordenar a pauta do CAU/BR no Legislativo, a direção do Conselho vem realizando uma série de visitas ao Congresso Nacional, que pela primeira vez na história conta com cinco arquitetos na Câmara dos Deputados.
Um deles, o deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) - foto ao centro - arquiteto e urbanista estudioso do meio ambiente e espaço urbano e doutor em Geografia Humana, ex-prefeito de Belém, recebeu o presidente e o 1º vice-presidente do CAU/BR, respectivamente Haroldo Pinheiro e Anderson Fioreti.
Dizendo-se disposto a contribuir com desenvolvimento humano e com o futuro digno para nossas cidades, o deputado colocou seu mandato à disposição para parcerias com o CAU/BR com vistas ao desenvolvimento urbano e valorização dos profissionais que por ele trabalham.
De imediato, Edmilson Rodrigues se interessou pela proposta do CAU/BR de criação da Frente Parlamentar de Políticas Urbanas e quer ser parte do grupo. Para ele, é importante que haja esses espaços que se debata não só com parlamentares, mas com estudiosos e sociedade civil, o espaço urbano como uma questão que visa o bem estar de todos os cidadãos.
DEFESA DO PLANEJAMENTO – Entre as preocupações lembradas pelo presidente do CAU/BR está a elaboração do projeto completo antes da licitação de obras públicas, ao contrário do que prevê o projeto de revisão da Lei de Licitações em tramitação no Senado. O CAU/BR se empenha para modificar o documento, o que levaria à sua apreciação na Câmara dos Deputados. O deputado tem o mesmo pensamento e também defende, como fez quando prefeito de Belém, a realização de concurso de projetos.
Na mesma linha, Haroldo Pinheiro acentuou a importância da presença do arquiteto e urbanista nas Prefeituras, não só para a realização de tarefas cotidianas. “Há diversos fundos federais e verbas da CEF disponíveis para a realização de melhorias nas cidades, mas as Prefeituras não se utilizam deles por falta de projetos”.
Outra matéria em discussão no Senado são os vetos da presidente Dilma Rousseff ao Estatuto da Metrópole, que passou a ser lei em janeiro, depois de dez anos de tramitação no Congresso. O veto que mais preocupa diz respeito à criação do Fundo de Desenvolvimento Urbano Integrado para apoiar ações de governança interfederativa em regiões metropolitana e aglomerações urbanas.
No entender do presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro, a medida dificulta a realização do planejamento e execução de serviços e obras de interesse comum de mais de um município. O Fundo previa um rateio dos investimentos entre as cidades, bem como a participação de Estados, da União e até organismos internacionais.
Outro veto refere-se ao item que possibilitava que uma única cidade poderia configurar uma metrópole e que o Distrito Federal poderia integrar região metropolitana ou aglomeração urbana.
CARREIRA - Na audiência foi abordado igualmente outro projeto que também tramita no Senado: o reconhecimento da carreira de Estado para arquiteto e urbanistas e outras profissões técnicas, que tem o apoio do CAU/BR e demais entidades do setor da Arquitetura e Urbanismo.
Os dirigentes do CAU/BR realizaram visitas de cortesia ao deputado Evair de Melo (PV-ES) , Leandre Del Ponte (PV-PR), Flávia Morais (PDT-GO), Elcione Barbalho (PMDB-PA) e Carlos Marun (PMDB-MS).

Contas do HSBC podem incendiar de vez o circo político

Parece que o PT vê uma tábua de salvação apagando fogo com fogo, mas esquece-se que o fogo pode sobrar para ele também. Recebo um e-mail pedindo-me que repasse informações sobre as suspeitas contas do HSBC para conhecido picareta que atua na imprensa nacional, um cara que vive da grana que escapa dos cofres gerenciados pela Comunicação da Dilma. Fiz a cobertura da falência do Bamerindus e o mágico aparecimento do HSBC aqui por essas bandas para a Folha de S. Paulo e CBN, em meados da década de 90. Uma negociata do governo FHC que até hoje não foi bem explicada, em que um dos maiores bancos do Brasil foi vendido por simbólico R$ 1 real. Aqui no Paraná, o HSBC está enrolado nos escândalos da Assembleia Legislativa, conforme atesta a a premiada série de reportagens da RPC- Gazeta do Povo, Diários Secretos que, infelizmente, não avançou para a Prefeitura de Curitiba e outros órgãos públicos que também se serviam de contas nebulosas. Poderia até colaborar com o cara, mas sei quem é o sujeito e para que deve servir tal "esforço de reportagem". Não ajudo quem vive das sobras da corrupção, é isso.

"Vai para a Guiné!", é novo grito contra a patrulha ideológica

Os patrulheiros ideológicos grouchos-marxistas Coca-Cola, remunerados por partidos e que infestam as redes sociais, ganharam mais uma opção de férias: além do tradicional "Vai pra Cuba!", agora temos o "Vai para a Guiné!"

Fruet dá aval para "rua particular" de shopping em Curitiba

O prefeito Fruet, que é do PDT, mas apoiado pelo PT de Curitiba, demonstra bem que está. Certamente não está do lado do povo que o elegeu, mas do lado dos grandes empresários donos de shopping, ao permitir um dos maiores absurdos na cidade, desde que ela foi fundada, há mais de 300 anos. Acreditem, uma rua pública foi cedida pela Prefeitura para estacionamento particular, que vai gerar receitas para os donos do shopping. A reportagem está na Gazeta do Povo.  

Dilma atrasa grana para adestramento de mão-de-obra, o Pronatec

Pois bem, o Pronatec. Este programa é mais uma ilusão do MEC feita nas coxas pelo governo Dilma para adestrar mão-de-obra em passe de mágica. Pouca relação tem com educação de fato. A justificativa era que o Brasil teria uma deficiência de 8 milhões de técnicos para uma economia que parecia crescer pela eternidade. A montanha de dinheiro, que a princípio deveria ir para a escola pública, atraiu alguns dos tubarões do ensino de escolas particulares, que investiram em cursos de fundo de quintal, bem fora das necessidades do mercado, que exigia técnicos de alto nível. Iludidos e no prejuízo, os tubarões exigem o retorno de seus "investimentos". As escolas particulares têm 40% dos 8 milhões de alunos matriculados no Programa. Em, São Paulo, 35 escolas aguardam para receber a bolada de R$ 20 milhões que não foi paga pelo governo Dilma.
De acordo com a reportagem da Folha de S. Paulo, os repasses do Pronatec estão atrasados desde novembro do ano passado, inclusive dos meses de férias, e a ameaça, é lógico, recai sobre o emprego do professor, além do fechamento dos cursos, em prejuízo dos alunos. A resposta do MEC é simples "o dinheiro está contingenciado", ou seja, preso pela burocracia do governo que perdeu arrecadação e tenta tirar grana de tudo quanto é canto para continuar remando com o barco a cada dia fazendo mais água.  

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Projeto libera capivara e cachorro nos ônibus de Curitiba

Tudo resolvido em Curitiba, pelo menos até a próxima greve de ônibus. Agora a primeira-dama vai poder passear com seu cachorrinho e ir para trabalho de ônibus, sem ajuda da empregada. Sabe comé, gasolina cara. Os humoristas comissionados e sem graça da prefeitura de Curitiba também poderão passear com as suas capivaras pet. É que um projeto de lei complementar, de autoria do vereador Tiago Gevert (PSC), autoriza a condução de animais no interior de veículos do sistema municipal de transporte coletivo. “A iniciativa beneficia principalmente a população de baixa renda que, muitas vezes, não tem condições financeiras de custear o transporte até o posto de vacinação ou mesmo ao veterinário”, defende Gevert.
O texto do projeto prevê que seja cobrada a tarifa regular da linha pelo assento utilizado para o transporte do bicho, se for o caso. O limite para condução no transporte coletivo é de dois por pessoa. O não cumprimento das determinações deste projeto pode acarretar multa no valor de R$ 1.000,00 para a empresa responsável pela linha.
Pelo projeto, está proibido o transporte de animais peçonhentos ou que coloquem em risco a vida de outros passageiros. Portanto, não leve sua sogra! 

Discurso da Dilma será em cadeia

Dizem que a Dilma vai tentar ler mais um discurso engana-povo de seus marqueteiros em cadeia nacional... De rádio e Televisão, bem entendido!

O mundo oficial da política brasileira é caricato e burlesco

Não sou dado a reproduzir citações de terceiros, mas essa merece pela sua atualidade. Faz parte do discurso de posse do escritor Ariano Suassuna na Academia Brasileira de Letras (ABL) em 1990. Recomendo a leitura do texto todo, que está disponível nas páginas virtuais da ABL. Diz lá Suassuna -- Um dia, lendo Alfredo Bosi, encontrei uma distinção feita por Machado de Assis e que é indispensável para se entender o processo histórico brasileiro. Ele critica atos do nosso mau Governo e coisas da nossa má Política. Mostra-se ácido e amargo com uns e outras e depois explica: “Não é desprezo pelo que é nosso, não é desdém pelo meu País. O ‘país real’, esse é bom, revela os melhores instintos. Mas o ‘país oficial’, esse é caricato e burlesco."

Impeachment aos nadas do governo. Eleições gerais já!

Ah! essa incrível capacidade humana
De dar nome e títulos ao nada
Assim,
Temos o nada presidente
Temos o nada governador
Temos o nada prefeito
Temos o nada legislador
E esses nadas se defendem
São solidários em seus vazios
São solidários em suas maldades
E nos seus discursos decorados
Dizem que são os nadas necessários
E o povo que o nada não entende
Tem em seus pratos o nada constante
Esmolas de nada da caridade pública
E por achar o povo agradecido
Em cada eleição o nada aparece
Quer o voto dos que nada entendem
Por causa do seu caridoso coração
E o nada do palanque brada
-- Obrigado, obrigada!
E o povo que nada entende diz
-- De nada, nada! Volte sempre!
E na falta do nada reeleito
Inevitavelmente, outro nada se apresenta!

O marketing mentiroso morre e dá lugar ao impeachment

Esgotados em suas fórmulas pirotécnicas, nas eleições de 2014, os marketeiros levaram às últimas consequências todas as possibilidades de se mentir descaradamente ao povo. Fabricaram candidatos, dando roupagem de santos a conhecidos e antigos diabos, criaram novos, deram vida a zumbis e, unanimemente, cozinharam tudo no grande caldeirão da cara-de-pau e do vale tudo para garantir o poder a suas criaturas de esgoto. Fizeram o trabalho sujo e os sujos continuaram se revirando na lama depois de eleitos, na doce ilusão de que essa era a melhor maneira de se limparem.
Ora, as perguntas que esses ilusionistas se fazem: por que deu errado essas fórmulas tão eficientes em pleitos passados; por que um mês depois da posse, praticamente todos os eleitos em cargos executivos estão nas cordas, com a faca no pescoço, ameaçados de impeachment ou defenestração dos palácios pelas mãos do eleitor que os amavam; por que alguns desses pobres diabos santificados, inclusive a Dilma, certamente não terminarão em paz os seus mandatos eletivos; por que está cada vez mais difícil mentir para o povo?
Para responder a perguntas tão complexas, temos uma pista para a última e que, a propósito, responde as anteriores. Esses marketeiros simplesmente ignoraram o velho ditado, de séculos, de que mentira tem pernas curtas e que, em nosso tempo, ela jamais alcançará a velocidade de propagação das informações nesse admirável mundo novo cibernético.
Não existe uma única nota de imprensa, peça publicitária, ou coisa que as valha, forjadas na mentira, que conseguem sobreviver 10 minutos nas redes sociais. As lorotas aparecem e são destruídas em minutos, porque sempre alguém, nessa grande rede de informática, aparece com o argumento e provas contra aquilo que se doura com falsos brilhos. Em 10 minutos, o que era uma grandiosa mentira, que se desejava verdade, torna-se o atestado da tentativa de manipulação e empulhação dos que a urdiram. É a anticomunicação em sua face mais cruel para os falseadores da realidade.
Sim, essas fórmulas mentirosas já deram certo em outros tempos para pulhas e diabos devidamente santificados. Eles eram criados no marketing como sabonetes e a maioria terminava o mandato, em que praticava a arte de mentir, enquanto saqueava os cofres públicos para financiar outras campanhas eleitorais.
Mas isso foi no tempo em que a informação circulava em malotes no lombo de burros, por entre vales e montanhas, até chegar ao eleitor, habitante deste país quase que continental. Hoje, a informação viaja no lombo dos elétrons, na velocidade da luz. Elétrons que acionam códigos binários na sala ou mesa de trabalho do eleitor, o qual elabora juízos de valor quase que na mesma velocidade em que recebe a informação. É a opinião pública cibernética, a opinião oscilante em intervalos de tempo minúsculos e que deixa maluco qualquer analista de pesquisas que, ordinariamente, está preso a superados formulários e tábuas de cálculo.
Decretou-se assim, nesse mundo novo, as exéquias do finado marketing da mentira política, do marketeiro cara-de-pau, os quais esperam a última pá de terra, seja num funeral acompanhado de impeachment da mentira fabricada, seja numa grande convulsão social. Verdade é que eles estão mortos e fedem no necrotério da História, depois de serem atropelados por míseros elétrons velozes portadores da verdade.

Nem o Banco do Brasil escapa do mar de lama

Se um trabalhador brasileiro der em garantia os calos das mãos para um empréstimo de um real, a direção do Banco do Brasil manda o cara catar coquinho. 

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

O impeachment da Dilma e do Beto Richa

Nem mesmo a psicanálise para desvendar a "coerência" dos militontos petistas. No Paraná, eles pedem o impeachment do governador tucano Berto Richa, que levou o estado à falência. Mas, acusam como golpista o impeachment da Dilma, gerente desta zona mergulhada em corrupção. Leia aqui a comparação feita pela Gazeta do Povo entre Beto e Dilma.

Zumbi, o alter ego da província de Curitiba

Tem gente em Curitiba que espera o ano inteiro para mostrar o que sempre foi: zumbi.

Como é escolhida a miss evangélica na base do "sai, capeta!"

Rebeka Francys, a miss bumbum evangélica (AgNews)
Preocupa-me não a existência de uma miss bumbum evangélica, mas como ela foi escolhida para ostentar tal título. Deve ser assim, cada pastor dá uma apalpada nas candidatas, faz exorcismo, bota tudo na conta do capeta, e arremata: "Glória, meu pai!". 

População de Irati (PR) boicota carnaval petista

A população de Irati (PR) está em pé de guera com a administração do petista Odilon Burgath. Na primeira noite de Carnaval não apareceu praticamente ninguém no desfile de rua programado e divulgado pela prefeitura do município. No segundo, dizem os internautas nas redes sociais, que só havia chapa-branca nas ruas. É lógico que a prefeitura nega o boicote e coloca culpa na chuva, a mesma que castiga a população local que já se acostumou a viver debaixo d'água a cada enchente na cidade. 

Onde os corruptos enfiam a grana roubada

Nosso país pode ser abençoado
O problema está nesses abestados
Que no roubo, no pacto com o diabo
Nos esfolam e enfiam grana no rabo.

Programa de transferência de renda para tubarões do ensino

É lógico que não poderia dar certo. O PT passou 12 anos fazendo apologia à ignorância de Lula e agora queria implantar o slogan marketeiro "Brasil, pátria educadora". Assim, de uma hora para outra, enquanto o que se fez o tempo todo foi sucatear a escola pública e promover o maior programa safado que já se viu de transferência de renda para meia-dúzia de bilionários tubarões do ensino particular, por meio de bolsas compra-votos e financiamentos facilitados que criam uma massa de de endividados antes mesmo de se atingir o mercado de trabalho. 
Não é de dinheiro de troco que falamos, é muita grana e isso se contarmos apenas os financiamentos. Enquanto os gastos federais com mensalidades de alunos em universidades privadas por meio do Financiamento Estudantil (Fies) dispararam a partir de 2010, o ritmo de matrículas no ensino superior caiu. Daquele ano até 2014, o custo do programa cresceu 13 vezes - saltou de R$ 1,1 bilhão para R$ 13,4 bilhões, em valores corrigidos -, mas a média anual de aumento de alunos nas instituições particulares passou de 5%, entre 2003 e 2009, para 3% de 2010 até 2013.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Oração para velório de corrupto

Vendeste tua alma, ó infeliz
Saibas que é para sempre
Para isso não há resgate
Serás vazio eternamente
E teu vil bolso cheio
Jamais comprará para ti
A paz das almas dos inocentes
Que roubaste, que mataste
Em tua corrupta vida, pois é maldito
O dia em que tu nasceste.

Curitiba reinventa o corso, mas de camburão


Investigações devem atingir outras estatais, dizem procuradores

Investigações de corrupção devem chegar a outros órgãos de governo. Londrina está no centro das mutretas. "O berço [da Lava Jato] é onde está o Alberto Youssef [que é de Londrina]", Carlos Fernando dos Santos Lima, procurador do MPF, na Gazeta do Povo.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Deputado, não nos faça passar vergonha

Hoje eu vou de camburão trabalhar
No pacotão quero votar... Que que há?
Sou deputado governista do Paraná!