segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Indigentes intelectuais inventam o câmpus


Não contentes em espancarem a língua portuguesa, com requintes de perversidade e todos os dias, existem alguns grupos de indigentes intelectuais, seguidores dos famigerados manuais de redação – essas cartilhas da preguiça – que tentam sistematicamente moer o pouco do latim que sobrou em nossa língua. A última moda agora é referirem-se ao espaço ocupado por uma universidade como câmpus, assim mesmo, com acento, ou apenas campus, inclusive para o plural, que se escreve campi. Erro bárbaro tanto em português quanto em latim. Em nossa íngua, a grafia “câmpus” não se justifica porque campus já foi aportuguesado há séculos - campo, no singular e campos, no plural. Camões escrevia assim.
Portanto, a nova grafia proposta é o absurdo dos absurdos, pois não há apelo popular, ou da literatura, para a mudança proposta. Os que propõem as novas grafias são os manuais de redação de jornais, sem justificativas que se sustentem na construção da língua. Infelizmente, parte da comunidade acadêmica já encampou a proposta e defende, não sem equívocos, as novas grafias.
Ora, o problema é que esse povo não quer confessar que desconhece a língua, a nossa e a dos nossos antepassados e por isso inventa, e inventa mal. Ao se verificar como o caso é tratado em outros países, gostaríamos de destacar algumas soluções inteligentes para o problema – se é que ele existe no caso brasileiro. A Universidade de Coimbra livrou-se de ter que declinar a palavra latina campus simplesmente adotando esse nome para a totalidade de suas instalações e dando o nome de polo para as subdivisõesEntão, o campus da Universidade de Coimbra tem vários polos. Ou ainda, a solução encontrada pela Universidade de Bolonha, ao criar a expressão multicampus, que nada mais é do que um conjunto de campi.  Nessas soluções, há a inteligência de não se espancar as línguas nativas e muito menos o latim. LEIA MAIS SOBRE O ESPANCAMENTO DA LÍNGUA PORTUGUESA E DO LATIM AQUI.

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