quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Maduro impede acesso de jornais à tinta e papel para que eles não divulguem a crise de desabastecimento da Venezuela

Depois de o líder chavista ter pedido no fim de semana à Procuradoria-Geral da Venezuela a adoção de "medidas especiais" contra meios de comunicação que, na sua visão, estimulam uma corrida desenfreada às compras ao noticiar a crise de desabastecimento no país, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) criticou o que chamou de "padrão duplo" do governo venezuelano contra a mídia.

Segundo a entidade que representa os jornais do continente, Maduro ataca a cobertura da imprensa sobre o desabastecimento no país enquanto impede o acesso dos diários venezuelanos a tinta e papel-jornal, insumos básicos para a produção dos periódicos. Ainda de acordo com a SIP, as medidas atingem majoritariamente publicações regionais, como os jornais El Sol de Maturí, Antorcha, El Caribazo e El Caribe. No fim de semana, o jornal Impulso denunciou em editorial a prática.

"Vários periódicos do país deixaram de ser publicados por falta de matéria-prima", afirmou por meio de nota o presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa da SIP, o uruguaio Claudio Paolillo. "Por um lado o governo acusa os empresários privados de especular e causar a escassez de produtos de primeira necessidade, mas omite a falta de insumos para a publicação de jornais, sendo que é o único responsável por permitir sua importação."

A nova ofensiva chavista contra a imprensa, começou no sábado, com o pedido para a procuradoria tomar medidas contra uma suposta guerra psicológica e midiática. "Isso é propaganda de guerra. A mídia escrita, televisiva e de rádio está promovendo uma guerra psicológica contra a segurança alimentar do povo", disse Maduro, sobre as reportagens sobre o desabastecimento. "Isso não pode ficar impune". Segundo o Banco Central da Venezuela, o índice de desabastecimento do país é de 20%.

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