quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O marketing mentiroso morre e dá lugar ao impeachment

Esgotados em suas fórmulas pirotécnicas, nas eleições de 2014, os marketeiros levaram às últimas consequências todas as possibilidades de se mentir descaradamente ao povo. Fabricaram candidatos, dando roupagem de santos a conhecidos e antigos diabos, criaram novos, deram vida a zumbis e, unanimemente, cozinharam tudo no grande caldeirão da cara-de-pau e do vale tudo para garantir o poder a suas criaturas de esgoto. Fizeram o trabalho sujo e os sujos continuaram se revirando na lama depois de eleitos, na doce ilusão de que essa era a melhor maneira de se limparem.
Ora, as perguntas que esses ilusionistas se fazem: por que deu errado essas fórmulas tão eficientes em pleitos passados; por que um mês depois da posse, praticamente todos os eleitos em cargos executivos estão nas cordas, com a faca no pescoço, ameaçados de impeachment ou defenestração dos palácios pelas mãos do eleitor que os amavam; por que alguns desses pobres diabos santificados, inclusive a Dilma, certamente não terminarão em paz os seus mandatos eletivos; por que está cada vez mais difícil mentir para o povo?
Para responder a perguntas tão complexas, temos uma pista para a última e que, a propósito, responde as anteriores. Esses marketeiros simplesmente ignoraram o velho ditado, de séculos, de que mentira tem pernas curtas e que, em nosso tempo, ela jamais alcançará a velocidade de propagação das informações nesse admirável mundo novo cibernético.
Não existe uma única nota de imprensa, peça publicitária, ou coisa que as valha, forjadas na mentira, que conseguem sobreviver 10 minutos nas redes sociais. As lorotas aparecem e são destruídas em minutos, porque sempre alguém, nessa grande rede de informática, aparece com o argumento e provas contra aquilo que se doura com falsos brilhos. Em 10 minutos, o que era uma grandiosa mentira, que se desejava verdade, torna-se o atestado da tentativa de manipulação e empulhação dos que a urdiram. É a anticomunicação em sua face mais cruel para os falseadores da realidade.
Sim, essas fórmulas mentirosas já deram certo em outros tempos para pulhas e diabos devidamente santificados. Eles eram criados no marketing como sabonetes e a maioria terminava o mandato, em que praticava a arte de mentir, enquanto saqueava os cofres públicos para financiar outras campanhas eleitorais.
Mas isso foi no tempo em que a informação circulava em malotes no lombo de burros, por entre vales e montanhas, até chegar ao eleitor, habitante deste país quase que continental. Hoje, a informação viaja no lombo dos elétrons, na velocidade da luz. Elétrons que acionam códigos binários na sala ou mesa de trabalho do eleitor, o qual elabora juízos de valor quase que na mesma velocidade em que recebe a informação. É a opinião pública cibernética, a opinião oscilante em intervalos de tempo minúsculos e que deixa maluco qualquer analista de pesquisas que, ordinariamente, está preso a superados formulários e tábuas de cálculo.
Decretou-se assim, nesse mundo novo, as exéquias do finado marketing da mentira política, do marketeiro cara-de-pau, os quais esperam a última pá de terra, seja num funeral acompanhado de impeachment da mentira fabricada, seja numa grande convulsão social. Verdade é que eles estão mortos e fedem no necrotério da História, depois de serem atropelados por míseros elétrons velozes portadores da verdade.

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