Berto Richa é vítima da vaidade, seus deputados da burrice

Na campanha para governador, Richa teve apoio de parte dos servidores

Em quase 30 anos revirando o lixo da política, por dever de ofício, sempre encontrei mais vaidade do que verdade. Notei também que os pouquíssimos políticos de maior sucesso, sempre conservavam ao seu lado alguém que não os deixassem fugir totalmente da realidade. Não obstante, toleram na sábia alma o puxa-saquismo de gabinete, porque a falsa lisonja é irmã gêmea da política e deve ser considerada apenas, pelos homens sóbrios, como desvios de caráter dos que querem alcançar as fartas tetas públicas.
Assim, entendo que o governador tucano Berto Richa é mais uma vítima da traiçoeira lisonja de seus auxiliares diretos e da própria e enorme vaidade.
Os lambe-botas de seu gabinete há tempos o convenceram de que tudo é possível no marketing tosco que praticam: enganar o povo, dizer que tem dinheiro quando não se tem, começar obra e não terminar, prometer e não cumprir, mentir e mentir ad aeternum. Por assim agir e acreditar, com fé na própria mentira em que se tornou, Berto Richa finalmente conseguiu o que parecia impossível para seus bajuladores, o inevitável enterro de sua até então sortuda carreira, ao fazer vibrar o chicote do Estado no lombo de quem sempre explorou, inclusive para se reeleger de forma ardilosa, o funcionalismo público, sobremodo os professores.
Felizmente, embora tarde, o povo do Paraná logo vai se livrar deste político fabricado pela vaidade, junto, é claro, com sua estúpida bancada de apoio na Assembleia, que expressou, na última sexta-feira, estranho gosto ao desfilar pela cidade no camburão de polícia, verdadeiro vaticínio do que deve ocorrer de fato em futuro próximo. Se serve de alento ao governador, ele pode ser vítima da vaidade, mas seu deputados foram vítimas de imensurável burrice.