quarta-feira, 22 de abril de 2015

Depois de 10 anos, vereadores aprovam contas do ex-prefeito Beto Richa, que tem ressalvas do Tribunal de Contas

Dando continuidade ao “desarquivamento” das prestações de contas de 2003 a 2008, a Câmara Municipal aprovou, nesta quarta-feira (22), o documento referente ao primeiro ano de mandato do ex-prefeito de Curitiba e atual governador do Paraná, Beto Richa. Votado em primeiro turno, o decreto legislativo 093.00004.2014, referente a 2005, recebeu 23 votos favoráveis. Nova votação ocorrerá na próxima segunda-feira (27), para análise em segundo turno.

Com a aprovação preliminar, os vereadores de Curitiba confirmaram a análise feita pelos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) no acórdão 985/2008 – cujo parecer foi positivo com ressalvas. Trechos do documento foram lidos pelos vereadores Professor Galdino (PSDB) e Chico do Uberaba (PMN), que elogiaram a gestão do ex-prefeito.

“Li o relatório que foi apresentado pelo TCE e concluí que Beto Richa tem o dom para governar. Não é à toa que foi reeleito prefeito e reeleito governador. Tem um dom para acertar as contas públicas”, elogiou Galdino, citando dados contidos no documento, como a obtenção de resultado primário positivo de R$ 64,9 milhões em 2005.

Chico do Uberaba, ao comparar a gestão do ex-prefeito com o mandato de Gustavo Fruet, disse que o de Richa era melhor. “Aquilo tudo que foi feito em 2005 é o que está faltando nesta administração”, disse o parlamentar. Para Toninho da Farmácia, que também votou a favor do projeto, “foi a época em que a periferia de Curitiba viveu uma revolução em termos de obras”. “É desse período o crescimento do CIC, Sítio Cercado, Pinheirinho e Tatuquara”, afirmou.

O vereador Pedro Paulo (PT) criticou o fato de essa análise das contas de 2005 ocorrer dez anos depois do fim do exercício, “pois isso requer instrumentos técnicos que não possuímos”. “Apesar disso, é importante que os parlamentares atentem ao parecer do TCE, que pontuou irregularidades. Essas ressalvas abrem um caminho de investigação para entendermos de onde veio o deficit deixado para a atual gestão”, criticou.

“O TCE disse que a situação financeira de Curitiba era positiva e que falhas pontuais não representaram danos às contas públicas. Diz que a prefeitura observou as regras de responsabilidade fiscal”, disse Chico do Uberaba, citando o acórdão do Tribunal de Contas. Referindo-se às contas dos anos seguintes, que ainda serão votadas pela Câmara Municipal, Pedro Paulo afirmou que “as ressalvas se transformaram num déficit gigantesco”.

Nesta votação, Pedro Paulo, Mestre Pop (PSC), Jonny Stica (PT) e Carla Pimentel (PSC) se abstiveram. Jorge Bernardi (PDT) votou pela desaprovação das contas.

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