quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Os jornais da não-notícia ignoram que estão no mundo

Aos dez anos de idade comecei minha vida no jornalismo vendendo jornal e muito depois como editor das páginas internacionais. Na época do telegrama e radiofotos ainda, cheguei a editar seis páginas diárias com assuntos de outros países traduzidos muitas vezes no joelho e esforço. Hoje, num mundo totalmente globalizado e interdependente, os jornais publicam notinhas sobre o que acontece no resto do mundo, como se o Brasil fosse uma ilha maravilhosa que de ninguém depende. No lugar desses assuntos importantes, ampliaram o espaço para a não-notícia dos famosos de uma semana. Depois é aquele choro, dizendo que estão perdendo mercado etc. Vejam os grandes jornais do mundo como se comportam e vocês saberão a razão de perder leitores, lá eles crescem em outras plataformas, falam do mundo e encontraram na internet uma aliada e não uma inimiga. Ontem, uma onda de protestos na Venezuela praticamente levou aquele país para um estado de pré-guerra civil. Poucos jornais se atentaram ao fato e principalmente não deram importância para seus desdobramentos, inclusive no Brasil, em compensação, todos os detalhes do BBB estavam em suas páginas. Assim, é falência mesmo. Jornal tem que ter notícia e ponto final.

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