quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Novo jornalismo na web elimina fontes oficiais que distorcem a notícia

Genésis Carmona é transportada de moto depois do tiro que a acertou na cabeça 
A internet nos permite novas técnicas de jornalismo, não somos mais dependentes de versões oficias -- que geralmente nos fazem perder tempo e transfiguram a notícia de acordo com os interesses de quem as interpreta e repassa -- e nem somos mais dependentes das agências de notícias internacionais para saber o que está ocorrendo em tempo real em qualquer parte do mundo, mesmo em situação de conflito. Para se ter notícias, hoje, são bastantes as fontes locais, a própria população, sem depender de autoridades e outros filtros de informação. O filtro é o próprio jornalista-internauta, que, num processo trabalhoso de comparação, acaba achando suas fontes mais confiáveis na web, por meio das redes sociais. A relação com a fonte é quase que pessoal como na vida apartada da rede mundial de computadores. É lógico que o domínio da língua local se faz uma exigência nesses casos.
Assim, no início da noite de terça-feira, nos chegaram as fotos da modelo e miss Genésis Carmona que teria sido atingida por um disparo durante as manifestações. A fonte era confiável, porém nos faltavam dados mais precisos. Começamos a cruzar informações, mas como quase tudo relativo à imprensa na Venezuela está censurado, tivemos que contar com a rede formada por cidadãos comuns. Em menos de meia-hora de apuração tivemos a confirmação da notícia em pelo menos quatro fontes diferentes e publicamos a foto e os poucos detalhes que nos foram repassados por gente comum e muito assustada com os acontecimentos naquele país. 
A publicação no Brasil deu-se aqui neste blog, portanto, em primeira mão. No dia seguinte um jornal venezuelano confirmou os detalhes que havíamos publicado, e somente 20 horas depois do incidente, as agências internacionais de notícias divulgaram a tragédia, duas horas depois foram os sites brasileiros que deram a notícia. Evidente, que pelo fato da vítima ser modelo e miss, o assunto ganhou destaque, porquanto os outros assassinatos de jovens estudantes por parte do Exército de Maduro pouco ou nada foram noticiados. 
Caso tivéssemos mais tempo, há de acreditar que conseguiríamos fazer uma cobertura bem detalhada do que ocorre na Venezuela, mas nossas atividades diárias nos impedem de fazê-la, pois aqui dedicamos apenas poucas horas que seriam de nosso descanso e lazer. Mas fica a dica e a descoberta dessa nova maneira de informar. Para os acadêmicos, cremos ser esses os fatos a serem estudados, ou seja, a possibilidade de fazer uma cobertura à distância, em tempo real, contando com fontes não oficiais que podem ser filtradas a partir de cruzamento de informações e isso sem precisar fazer ligações telefônica e sair do lugar. 

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