domingo, 22 de junho de 2014

A volta de Requião é reflexo da vontade popular no PMDB

A vitória do senador Roberto Requião na convenção do PMDB deixou a “esquerda” caviar assustada e o os neoliberais-carreiristas perplexos. Dois grupos oportunistas que se articulam há tempo no Paraná e que têm uma visão autoritária e, portanto, nada inteligente do que é política. Não é à toa que o comparam, em pensamento obtuso, com a Fênix, ave mitológica que renasce das cinzas. Evidentemente esquecem um pequeno detalhe: para renascer, há de se estar morto.

E não nos parece ser esse o caso. Mesmo afastado do governo do paranaense, Requião sempre esteve vivo no Senado, não se dobrando ao discurso fácil de que este é um país das maravilhas e não fechando os olhos para as maracutaias e picaretagens que vão além-fronteiras, como no caso da Petrobras. Enquanto roubavam, Requião os denunciava; enquanto praticavam a mais deslavada das rapinagens, o senador paranaense desnudava as intenções dos bandidos que se aproveitavam do verdadeiro estado de catalepsia em que se encontrava grande parcela da população, em virtude do sono induzido por peças de propaganda ufanistas, falsas e mentirosas, que apresentavam um país e estado em que todos os seculares problemas foram resolvidos de uma hora para outra e que se vivia no melhor dos mundos, no Brasil todo e, particularmente, no Paraná.

Felizmente, desde junho de 2013, o povo brasileiro começou a acordar do sono induzido e começou a procurar para lidera-los quem vivia na vida real e não no mundo dos sonhos. Quem ainda tinha em si a autenticidade intacta para enfrentar o pesadelo real que deve aflorar depois que o Sol voltar a brilhar na escuridão de uma longa noite de orgias com a coisa pública? Quem não havia abandonado princípios em troca da farra de cargos fáceis para formação de quadrilhas de vendilhões? Quem ainda sabe o que e ser povo e não se dobra aos apelos dos irresponsáveis que, em nome do povo, pretendiam vender, ou venderam, por trinta moedas, o seu patrimônio? Quem ainda tem caráter numa política utilitária e praticada por corruptos, negocistas, agentes de banqueiros e finacistas especuladores?

Em âmbito nacional, sem todos os nomes postos e propostas apresentadas, ainda não se encontrou um nome de consenso. Mas aqui no Paraná, isso parece não ser necessário. Pelas pesquisas – a maioria vergonhosamente vetada à opinião pública por firula judicial – nota-se o crescimento constante do nome de Requião para ocupar novamente o Palácio Iguaçu e para aqueles que ainda duvidam e julgam exagero tal diagnóstico do atual quadro político, sugiro uns dedinhos de prosa com o povo, nos bairros, nas filas dos postos de saúde e supermercados, nas ruas dos pequenos e grandes municípios paranaenses.

Com a votação, creio que boa parte dos convencionais do PMDB soube ler essa realidade, pelo menos a parte dos que tem juízo e não perdeu a vergonha. Não foi somente Requião que ganhou uma convenção, mas o próprio partido que voltou as suas tradições de intransigente defensor da democracia, que nada mais é do que a expressão da vontade do povo.

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