Gosto de efemérides, datas que são chamadas para a memória. Algumas não muito boas, outras ótimas em lembranças. Esta por exemplo, os 100 anos do nascimento de Vinicius de Moraes. Ele nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de outubro de 2013. Não vou focar este pequeno escrito na sua trajetória de vida, por demais conhecida e de fácil acesso em sítios especializados na internet. Pretendo aqui apenas destacar o perfeito casamento de sua poesia com a música. Vinicius quebrou vários paradigmas musicais e poéticos ao colocar a poesia a serviço da boa música. De tal sorte, que a expressão letrista-compositor ganhou o mesmo status de poeta. Pois havia, e ainda há, um certo incômodo entre os poetas ao se rabiscar poemas e depois musicá-los. Parte desse incômodo se explica no modo de se fazer música, que pode ser a princípio de três formas - a partir da melodia, a partir da letra e ou na conjugação das duas primeiras num único ato, em que se reúne músico e o que faz a letra, a poesia propriamente dita.
No Brasil, a forma mais comum dentre as apresentadas é a da composição a parir da música o que, para alguns poetas, empobrece a poesia, porque são necessárias concessões líricas para satisfazer a melodia - como as rimas pobres, geralmente com verbos no infinitivo, dentre muitas outras.
Pois bem, a sorte de Vinicius reside justamente no seu bom conhecimento musical e, principalmente, na capacidade de encontrar parceiros que compreendiam o fazer poético, além de serem excelentes músicos e arranjadores. Dentre as parcerias de Vinicius há de se destacar a que foi feita com o maestro Tom Jobim, que em depoimentos deixava claro que pelo menos uma vez colocou a melodia em segundo plano para não estragar o poema - caso do Soneto da Separação.
Outro feito notável de Tom, foi musicar a Valsa de Eurídice -- poema que qualquer músico duvidaria que pudesse ser musicado, pois contém apenas quatro versos não metrificados e terminando com um simples adeus.
VALSA DE EURÍDICE
Oh, meu amado não parta
não parta de mim
Há uma ternura que não tem fim
Adeus
Letra aparentemente singela, mas que toma grandiosa forma na partitura de Tom e na bela interpretação de Paula Morelenbaum, em agudos 2 minutos e 14 segundos de gravação, disponível no Youtube, no álbum Tom canta Vinicius. (JFN)
No Brasil, a forma mais comum dentre as apresentadas é a da composição a parir da música o que, para alguns poetas, empobrece a poesia, porque são necessárias concessões líricas para satisfazer a melodia - como as rimas pobres, geralmente com verbos no infinitivo, dentre muitas outras.
Pois bem, a sorte de Vinicius reside justamente no seu bom conhecimento musical e, principalmente, na capacidade de encontrar parceiros que compreendiam o fazer poético, além de serem excelentes músicos e arranjadores. Dentre as parcerias de Vinicius há de se destacar a que foi feita com o maestro Tom Jobim, que em depoimentos deixava claro que pelo menos uma vez colocou a melodia em segundo plano para não estragar o poema - caso do Soneto da Separação.
Outro feito notável de Tom, foi musicar a Valsa de Eurídice -- poema que qualquer músico duvidaria que pudesse ser musicado, pois contém apenas quatro versos não metrificados e terminando com um simples adeus.
VALSA DE EURÍDICE
Oh, meu amado não parta
não parta de mim
Há uma ternura que não tem fim
Adeus
Letra aparentemente singela, mas que toma grandiosa forma na partitura de Tom e na bela interpretação de Paula Morelenbaum, em agudos 2 minutos e 14 segundos de gravação, disponível no Youtube, no álbum Tom canta Vinicius. (JFN)


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